‘Stellar Blade‘ nos coloca em um mundo devastado pelas criaturas conhecidas como Naytibas. É nesse cenário que acompanhamos a jornada de Eve, Adam e Lily em uma tentativa desesperada de recuperar a Terra. Depois de terem sido expulsos do planeta há muitos anos, os melhores guerreiros da humanidade finalmente recebem a missão de enfrentar o Naytiba Ancião em uma ofensiva que parecia ser a grande chance de vitória.
Mas o plano não sai como esperado. Logo nos primeiros momentos da missão, tudo dá errado, e apenas Eve sobrevive. É através dela, protagonista do jogo, que seguimos cada passo dessa história.
Lançado em 2024 para PlayStation 5 e em 11 de junho de 2025 para PC, Stellar Blade mistura ação intensa e dinâmica com elementos de hack’n slash, adicionando ainda uma dose do punitivismo característico que consagrou clássicos das franquias soulslike, mas sem de fato se encaixar em nenhuma das duas categorias. O game possui diversas dinâmicas que nos fazem sentir desafiados a todo momento, apenas para nos lançar em um mundo tomado por criaturas que farão de tudo para te destruir impiedosamente.

Agradeço à PlayStation por ter nos enviado o código do game para PC, e aqui, apresentarei as minhas impressões após pouco mais de 30 horas de gameplay.
Com uma história que se mistura à de Matrix, Nier: Automata, Neon Genesis Evangelion e até mesmo de Alita. Ao brincar com aspectos como o transumanismo, termo cunhado por Julian Huxley, no século XIX, vemos o mundo do game brincar com elementos como o melhoramentos cibernéticos para aumentar força, resistência e outras capacidades físicas.
Sendo assim, no mundo do game, somos apresentados à Esfera-Mãe, uma IA avançadíssima que acabaria por se tornar a “mentora” dos habitantes dali em diante. A IA tinha como papel principal decidir o rumo que a humanidade tomaria. Sendo assim, ela conseguiu prever que o mundo acabaria graças ao aquecimento solar, mas isso permitiu que humanidade mudasse de trajeto, evitando naquela época o fim do mundo.
Junto do conceito da Esfera Mãe surgiu o conceito citado anteriormente de transumanismo, que humanos foram ciberneticamente melhorados a fim de dominar o que antes não era possível, tanto o espaço quanto o fundo do mar.
A Esfera-Mãe, uma história não tão real assim
O restante da humanidade habita em uma colônia espacial chamada de “A Colônia,” lugar criado pela humanidade e pela Esfera para proteger os humanos dos Naytibas. De lá, a Esfera é quem escolhe a narrativa que os habitantes da colônia considerarão verdade ou mentira. Manipulando os habitantes do lugar a seu bel prazer, a história continuou ao ponto de chegarmos no início da missão, quando os humanos são enviados a Terra para derrotar os Naytibas e tomar o planeta de volta.
Em uma jornada repleta de mistérios, temores e que ainda falta alguma coisa, ouso dizer que Stellar Blade falta acertar onde outros games lançados para o PC este ano acertaram. Faltando o carisma, emoção e a imersão necessária para nos fazer preocupar o suficiente com os personagens do game como Dune: Awakening, Expedition 33, The Alters e muitos outros o fizeram, a SHIFT UP Corporation falta entregar o que realmente importa: um game verdadeiramente interessante.
Em uma era de desinformação, Stellar Blade talvez tivesse tido um lugar de mais destaque se tivesse trabalhado melhor sua história. Resultando em resoluções preguiçosas, muito backtracking, personagens femininas com a mera função de chamar atenção por suas modelagens, uma protagonista egoísta e ação desenfreada, Stellar Blade é uma sombra do que o Project Eve poderia ter sido no passado.
À parte do gozo perverso pela destruição de hordas e mais hordas de monstros quase não diz respeito à recompensa que temos ou que deveríamos ter, se dá apenas pelo fator sobrevivência, o que acaba por não ser suficiente, dado o desafio. O visual de Eve é outro ponto que merece ser abordado aqui, mas por motivos questionáveis. Inspirado no gênero ecchi, o design deixa clara a razão da personagem ser modelada desta forma, e seu design deixa claro que a modelagem do corpo da protagonista não tem função narrativa real: está ali para agradar a parcela mais carente e machista do público gamer.
Performance e veredito
Desde que instalei o game, optei por deixá-lo com tudo no Alto. Minha configuração é a seguinte:
- Processador: AMD Ryzen 7 5800X
- Memória RAM: 2 pentes DDR4 8GB
- Placa de Vídeo: RTX 3060
- Water Cooler: Ninja Spectro ARGB 240mm
O game não obteve engasgos em momento algum e um ponto altíssimo vem do fato do game não rodar abaixo de 80fps, em áreas abertas, sem muitos inimigos chegou a rodar em 98fps.
Stellar Blade se debruça tanto em seus feitos visuais que acaba por não trabalhar como deveria em sua história. Ao passo em que sua história foi baseada em uma crise do mundo real – as greves dos motoristas por temerem veículos autônomos -, a narrativa coloca uma distância emocional exacerbada no que diz respeito a como se misturará a esta história. De modo que as motivações de Eve vão além do fato dela tentar salvar a humanidade, mas por fim, se torna apenas uma iniciativa de tentar destruir os vilões do game por ter sido enganada desde o início.
Se alimentando de buzz e chamando atenção pelas curvas das personagem, Stellar Blade talvez tivesse demorado alguns meses a mais para finalizar a história como deveria, ao invés de passar tanto tempo modelando trajes adicionais que cobrem no máximo 30% do corpo de Eve.
Confira o trailer do game:
Stellar Blade está disponível para PlayStation 5 e PC.
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