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CRÍTICA – Strayed Lights (2023, Embers)

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Strayed Lights

Strayed Lights é produzido e publicado pelo estúdio francês Embers. O game nos lança por um mundo que parece um sonho, mas cujo desafios nos remetem alguns dos piores pesadelos. Quando acompanhamos a história da criatura de luz que chega à um mundo obscuro, é tomada pela escuridão e precisa lidar com essa dualidade que faz parte de todos por toda sua jornada.

Sem qualquer linha de diálogo, o game nos deixa encurralados e nos força a rejogar algumas sequências, a fim de pegar de fato as mecânicas do game. Baseando sua gameplay quase sempre no parry e contra-ataques, o game conta com uma gameplay dinâmica e desafiadora.

Strayed Lights foi lançado para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

SINOPSE

Uma aventura de ação atmosférica que combina uma experiência sem palavras com lutas cinematográficas baseadas em cores. Restaure sua luz que foi devastada pelas sombras e enfrente criaturas cativantes deformadas por suas emoções.

ANÁLISE

O game nos apresenta um mundo curioso e peculiar. E nele, a pequena criatura que controlamos, agora tomada por luz e escuridão precisa avançar a fim de recuperar sua luz. Com jogabilidade confusa e difícil, o sistema de parry possui um importante papel. Pois ataque nem sempre é a resposta para tudo.

A linearidade do game, proporciona aos jogadores um fácil entendimento da história, que assim garante que há apenas um caminho a seguir. Com uma árvore de habilidades interessante, o mundo do game e sua trilha sonora dão uma maior profundidade que funciona com a história. Mostrando que existe em todos nós a dualidade que nosso personagem exibe, ao longo de sua progressão, nosso personagem mergulha em uma viagem profunda, para dentro de si e para fora daquele mundo.

Com habilidades de fogo, essa dualidade é representada por diferentes tonalidades que as chamas naturalmente exibem. O laranja, vermelho e amarelo, costumam apresentar a forma natural do personagem que controlamos. Mas ao ser corrompido, passa a exibir chamas de tom azul. E essa troca de cores são o aspecto mais interessante do game.

Que para além do que podemos ver, o game brinca com a dualidade não apenas do nosso personagem, como com todas as criaturas que precisamos enfrentar, mostrando que todas elas possuem luzes e sombras dentro de si.

O mundo de Strayed Lights se assemelha ao mundo fantástico que apenas um sonho é capaz de proporcionar. De maneira mais efêmera, ele apresenta a dualidade, as diferentes vivências e sentimentos que humanos normalmente possuem. Quando o game antropomorfiza elementos e criaturas irreais, ele tende a forçar uma empatia por algo irreal. Mas em um mundo em que os personagens exibem sentimentos e vivências parecida com as nossas, em que ele se diferem?

Isso mesmo, em nada.

O LEVEL DESIGN E A PROGRESSÃO

O level design é algo que merece destaque em Strayed Lights. Pois ele nos faz perceber o quão diminuto nosso personagem é, se comparado a grandiosidade dos cenários. Como a minha experiência com o game se deu no Nintendo Switch, preciso ressaltar alguns elementos relacionados à otimização do game no console.

Ainda que o game rode bem, ele não é otimizado ao ponto de nos oferecer loadings mais curtos, o que quebra nossa experiência. Ao acessar as grandeosas áreas dos mapas e liberar novas áreas, existe um loading que nos tira constantemente da experiência de imersão.

Mas apenas isso se faz um revés ao longo da minha campanha neste mundo. A progressão é um fator que precisa ser destacado. Sem entrar em detalhes, o parry tem um efeito oposto nos nossos inimigos do que nos games tradicionais. Ao invés quebrar a pose de combate de nossos inimigos, ele funciona apenas para preencher um medidor de golpe especial – e ocasionalmente curar ligeiramente nosso personagem.

O que o parry nos causa é uma falta da continuidade, de causa e efeito. Que ao invés de minar a vida de nossos inimigos, apenas funciona para encher nosso medidor e causar um contragolpe poderoso.

VEREDITO

Outro elemento importante do game, vem do fato de alguns inimigos não exibirem chamas de cores azul ou vermelha. Mas um misto das duas. Enquanto exibe a cor roxa, esses inimigos se provam como os mais perigosos. A dificuldade do game não está apenas na jornada, mas também no nosso progredir. De maneira explorativa, os jogadores precisarão jogar e testar as habilidades compradas e como elas beneficiarão sua jornada, mostrando que nada é tão simples, ou tão preto no brano.

Strayed Lights nos lança por viagem poderosa, curiosa e expositiva, nos mostrando que elementos que propiciam a nossa fragilidade nem sempre são ruins, não apenas uma parte da vida.

4,5 / 5,0

Confira o trailer do game:

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