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CRÍTICA – Black Science – Vol. 1 e 2 (2019, Devir)

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CRÍTICA - Black Science - Vol. 1 e 2 (2019, Devir)

O que acontece quando um cientista perde a noção de mundo quando mergulha em um projeto por muito tempo? Quando a Liga Anarquista de Cientistas resolve desenvolver uma máquina com potenciais até então apenas imaginados, um acidente os leva para uma dimensão até então conhecida apenas em teoria. O “sempreverso”, ou a “Teoria da Cebola” explica que as dimensões existem uma dentro das outras, tal como as camadas de uma cebola, sendo possível pular de uma para outra com apenas a ajuda de um aparato. O quadrinho roteirizado por Rick Remender (Vingadores Secretos e Justiceiro) e com artes de Matteo Scalera (O Indestrutível Hulk e Vingadores Secretos) e cores de Dean White (Kick-Ass e Motoqueiro Fantasma) nos fazem questionar até onde a ambição pode nos levar a fim de concluir um experimento que pode mudar a atual condição humana na Terra em Black Science.

O quadrinho que foi originalmente lançado pela Image Comics em 2013, ganhou uma edição no Brasil lançada em 2019 pela Devir. O quadrinho que é considerado por muitos um dos melhores títulos de ficção da Image Comics — que tem em seu catálogo quadrinhos como Saga, Crononautas, Deadly Class e Spawn — nos coloca como espectadores de um experimento que dá muito errado — ou muito certo, dependendo do ponto de vista — ao levar um grupo de cientistas e duas crianças para as mais diversas dimensões do “sempreverso”.



Grant McKay é quem nos guia a princípio por mundos em repentino decaimento. A chamada Ciência Negra, é algo como a “Magia Negra”, e um campo da ciência que não deve ser explorado, por trazer apenas os malefícios às realidades recém-tocadas pelo Pilar — objeto de estudo e desenvolvimento pela equipe de McKay. Aos olhos de seres alienígenas tecnologicamente ou biologicamente mais evoluídos, o Pilar deve ser capturado a fim de garantir uma vantagem militar, podendo ser usada para dominar as mais diferentes dimensões. A equipe de McKay é transportada para um mundo em um acidente no que deveria ser apenas o teste da máquina.

Com os mais diversos arquétipos em uma só equipe, somos apresentados a equipe que tornou tudo aquilo possível. Com rápidos acontecimentos, nas mais diversas atmosferas, somos apresentados à criaturas únicas, das mais diversas raças.

Remender nos surpreende a cada virada que o roteiro decide tomar, nos levando até lugares inimagináveis por mentes de meros espectadores. A beleza visual, e a elaboração dos quadros nas mãos de Matteo Scalera ganham uma dimensão incrível, que parece nos fazer imergir nas mais diversas atmosferas dos mundos pelos quais passamos.

Com cada capítulo sendo contado de um ponto de vista diferente, a história nos dá um panorama maior dos sentimentos e das sensações diferentes que cada um dos integrantes da equipe têm a cada interação, ou mudança de planos ou dimensões. Colocando assim peso nas ações e decisões dos personagens, por meio de seus recordatórios, a história da equipe liderada por Grant McKay, conta com seis capítulos em seu primeiro volume, intitulado “omo Cair Para Sempre, como uma referência ao que acontece por diversas vezes nesses seis capítulos. O segundo volume, intitulado Bem-vindo, Lugar Nenhum expande mais a história ao adicionar uma capacidade que parece ser infinita.



Tendo como referência ao que parecem ser mitos e lendas da humanidade, Remender e Scalera brilham ao fazer pular aos olhos visões que parecem ter sido retiradas apenas das maiores viagens de ácido que alguém já teve. Como uma tartaruga com uma ilha nas costas, nos lembra Zaratan — uma tartaruga marinha de proporções gigantescas que carrega uma ilha em suas costas —, assim como criaturas anfibianas, e também criaturas que lembram sereias as avessas – com cabeças de peixe, porém bípedes. As artes de Matteo Scalera e as histórias de Rick Remender reforçam o quão diverso é o “sempreverso”, quando falamos desde criaturas até mesmo os seus mais diversos costumes, assim como aqui na Terra.

Com personagens e planos de fundos convincentes, Black Science em seu primeiro e segundo ato se apresenta como uma história profunda sobre humanidade, ganância, egoísmo, ganância e acima de tudo, sobrevivência.

Black Science foi lançada pela Devir em 2019, e seu Primeiro Volume intitulado “Como Cair Para Sempre” e Segundo Volume intitulado “Bem-vindo, Lugar Nenhum” já estão disponíveis!

Mas e aí, você já teve a chance de ler Black Science? Se sim, dê sua nota e conta pra gente nos comentários o que achou do quadrinho, e o que você espera dele!



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