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CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E6 Too Many Tuna Sandwiches

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CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E6 Too Many Tuna Sandwiches

O sexto episódio de Dexter: New Blood já está disponível na Paramount+. Intitulado Too Many Tuna Sandwiches, o capítulo é roteirizado por Scott Reynolds e Warren Wsu Leonard, e dirigido por Marcos Siega.

Como sabemos, Scott Reynolds foi um dos grandes responsáveis pelas últimas tenebrosas temporadas de Dexter, mas retorna como produtor executivo e roteirista do spin-off.

O texto a seguir terá spoilers do episódio.

SINOPSE

Alguém descobriu a identidade secreta de Jim Lindsay, levando Dexter (Michael C. Hall) a perceber que ele pode não ser o único serial killer da cidade. Harrison (Jack Alcott) perde o controle durante uma partida de luta livre. Angela (Julia Jones) faz uma descoberta sombria por conta própria.

ANÁLISE

Tantas coisas aconteceram nesse episódio de Dexter: New Blood que fica até um pouco difícil de processar. Tivemos arcos próprios de Angela, Dexter, Harrison, Molly (Jamie Chung) e Kurt (Clancy Brown), encontrando espaço até para um desenrolar descartável de Harrison e Audrey (Johnny Sequoyah).

Vamos começar com as consequências do episódio anterior (Runaway) na vida de Dexter. Angela descobriu sua identidade secreta, e ele teve que encontrar formas de contornar a situação. Usando de todo gaslighting e apelo emocional que só um psicopata consegue ter, Dex aproveitou suas bengalas emocionais para conduzir Angela conforme sua narrativa.

Eu gostei da interação dos dois e, principalmente, da atitude firme e decidida de Angela. Ela tem se mostrado uma personagem bem desenvolvida, com seus próprios traumas e atitudes, mas realmente firme em suas convicções. O fato dela simplesmente não cair na história do Dexter me agradou bastante, sendo uma decisão acertada dos roteiristas.

Michael C. Hall e Julia Jones estão bem em cena, mas a direção de Marcos Siega ainda não consegue extrair o melhor de seus atores nos momentos dramáticos. Seja pelo jogo de câmeras, por causa dos diálogos simples ou pela ausência de uma trilha sonora potente, ainda falta algo que realmente consiga arrebatar o espectador nessas cenas.

Todo o desenrolar entre Audrey e Harrison foi completamente desnecessário. A personagem está claramente sobrando em todos os episódios até aqui, e toda essa rebeldia do Harrison tem transformado seu protagonismo em algo mediano. Já é possível perceber os caminhos que ele irá seguir e como isso tudo pode acabar – não necessariamente de uma forma bacana.

O arco mais empolgante foi realmente o embate indireto entre Kurt e Dexter. Porém, a forma como Dex se envolveu na situação de Molly não faz nenhum sentido. Aliás, todos os pensamentos dele sobre se vingar de uma pessoa inocente como a Molly não casam, nenhum pouco, com o que foi construído até então. Entretanto, essas pequenas conveniências parecem fazer parte do core de Dexter ao longo dos anos.

Dentre as atuações que se destacam nesse episódio, certamente Clancy Brown tem garantido a liderança. Ao não suprir seu desejo do assassinato perfeito, o personagem de Brown tem escalonado suas emoções de forma palpável. Gosto muito quando ele aparece porque sei que, de alguma forma, seremos surpreendidos.

Em Too Many Tuna Sandwiches ainda houve tempo para algumas cenas da nossa Deb (Jennifer Carpenter), mas é visível que sua relação tem ficado mais de lado conforme a trama se torna um emaranhado de acontecimentos. Ao ter inúmeras histórias paralelas e cada vez mais personagens envolvidos, fica difícil manter um conceito coeso.

Confesso que esperava um episódio dedicado ao Kurt ou à juventude de Harrison. Ambos os capítulos poderiam nos conectar ainda mais com os personagens, tornando o desfecho da temporada algo épico e angustiante. Entretanto, a trama parece mais preocupada em desenrolar uma disputa ao estilo Anakin Skywalker e seus mentores.

À essa altura esperava também que algum desenrolar entre Harrison e Dexter tivesse acontecido, que houvesse algum avanço. Eu gostaria que tivéssemos mais cenas como aquela entre Harrison e Dexter na terapia, mais emoção e maior aprofundamento na história e nos traumas de cada um deles. Entretanto, pelo jeito ficaremos no automático até próximo da season finale.

VEREDITO

Com bons avanços na história, mas sem grandes momentos marcantes, Too Many Tuna Sandwiches tem cara de episódio de transição. Principalmente por vir depois de um grande episódio como Runaway.

Entretanto, ele pavimenta um bom caminho para a tragédia anunciada que está a poucos episódios de acontecer.

3,7 / 5,0

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