Início SÉRIE Crítica CRÍTICA – Sandman (1ª temporada, 2022, Netflix)

CRÍTICA – Sandman (1ª temporada, 2022, Netflix)

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Sandman é uma das melhores séries de 2022

Eu sou o arauto da inspiração, um mar infinito de palavras eu sou a própria poesia…

Sandman é uma das histórias em quadrinhos mais importantes da história e, desde sua criação, fãs da trajetória de Morpheus e a sua família aguardaram ansiosamente ao longo dos anos por uma adaptação em live action apesar, como falado anteriormente em nossa crítica, muitas pessoas considerarem uma história inadaptável pelas suas nuances, o serviço de streaming Netflix encarou o desafio, lançando a primeira temporada de Sandman contendo 10 episódios e produzida por Allan Heinberg; Neil Gaiman e David S. Goyer.

SINOPSE DE SANDMAN

Existe outro mundo que espera por todos nós quando fechamos os olhos e dormimos – um lugar chamado Sonhar, onde Sandman, o Mestre dos Sonhos (Tom Sturridge), dá forma aos nossos medos e fantasias mais profundos. Mas quando Sonho é capturado de forma inesperada e feito prisioneiro por um século, sua ausência desencadeia uma série de incidentes que mudarão para sempre o Sonhar e o mundo desperto. Para restabelecer a ordem, Sonho precisa encarar uma jornada por diferentes mundos e tempos e reparar os erros que cometeu durante sua vasta existência, revisitando velhos amigos e inimigos; e conhecendo novas entidades cósmicas e humanas.

ANÁLISE

A palavra que pode ser repetida a exaustão quando refletimos sobre a primeira temporada de Sandman é fidelidade. A cada cena do primeiro ao décimo episódios que adaptam os volumes Prelúdios e Noturnos e Casa das Bonecas do genial escritor Neil Gaiman podemos ter cenas retiradas diretamente das páginas do quadrinho, sem abrir mão de um roteiro consistente para apenas satisfazer o chamado “fanservice”, que se tornou um vício nas grandes produções do gênero.

Em aspectos de narrativa, a série não apela para o tom nostálgico que atrai os leitores da obra, buscando intensidade na sua história, sendo assim, mais atrativa para os novos fãs que são bem-vindos a conhecer este universo tão rico, reflexivo e apaixonante. A riqueza em apresentar em live action detalhes que até então se encontravam apenas nas páginas das edições e encadernados é um convite também para este novo público que encontra um Morpheus com suas sutis mudanças para a versão da TV.

O Sonho, interpretado por Tom Sturridge, traz um novo repertório emocional em relação ao que se conhecia dos quadrinhos, um personagem com mais carga emocional brilhantemente creditada a atuação do seu interprete. Conseguimos sentir a empatia em relação aos consecutivos infortúnios do primeiro arco como a sua captura, a perca de seu corvo e o roubo de suas ferramentas que não são apenas elementos do seu trabalho, mas de sua essência num todo.

A jornada dos seis primeiros episódios por mundos etéreos como o Sonhar e o Inferno são um espetáculo gráfico aconchegante de se acompanhar, destacando a batalha entre Lúcifer, o Estrela da Manhã, de Gwendoline Christie, e Morpheus em um duelo que remete a própria grandeza destes seres antropomórficos como o lobo, o caçador, a serpente, a ave de rapina, o mundo, a supernova, o universo, a antivida e a esperança, que inclusive os dois últimos conceitos remetem a essência do universo DC mais conhecido do público geral nas figuras de Darkseid e Superman, respectivamente.

O atrativo quanto ao mundo dos despertos personagens como Johanna Constantine, uma das adaptações para a série, remete a essência do próprio Hellblazer como conhecemos não é apenas um momento empolgante na jornada do Oneiromante na retomada de suas ferramentas mas uma referência ao John Constantine, a origem da adaptação desta nova personagem interpretada por Jenna Coleman e a sua personalidade tão marcante.

Os personagens de apoio são extremamente competentes a nível de atuação como Caim (Sanjeev Bhaskar), Abel (Asim Chaudhry) e Lucienne de Vivienne Acheampong como o braço direito do monarca do sonhar, as perspicácia nos momentos importantes como a busca pelos pesadelos fugitivos.

O segundo momento da série adapta o volume Casa das Bonecas, porém antes temos um dos momentos mais emocionantes da série com o episódio “O Som de Suas Asas” que nos apresenta a irmã mais velha de Sandman, a Morte (Kirby Howell-Baptiste), e somos brindados não apenas com o que considero o melhor episódio da série, mas uma das reflexões mais brilhantes sobre a própria existência humana em si com uma atuação maravilhosa da interprete da monarca das Terras Sem Luz.

Além de Sandman e Morte conhecemos outros dois familiares dos Perpétuos: Desespero e Desejo, que manipula todos os eventos de ambos os arcos utilizando a sua influência sobre o desejo dos personagens envolvidos. Elu se destaca pela fidelidade na adaptação, assim como todos os personagens da série, uma atuação forte e tão marcante quanto a sua contraparte dos quadrinhos e a química com Donna Preston ao interpretar a sua irmã gêmea nos faz esperar ansiosos pelo retorno desta dupla nas temporadas seguintes.

Os antagonistas também prendem a nossa atenção com o carismático pesadelo Coríntio (Boyd Holdbrook) ou o misterioso e assustador John Dee (David Thewlis), sendo um primeiro com um destaque maior por estar presente em toda a temporada e uma personalidade mais sedutora remetendo a assassinos em série conhecidos como Ted Bundy ou elementos sobrenaturais como Jack, o Estripador, o Coríntio em determinados momentos assume o papel de vilão principal da temporada.

VEREDITO

A série é uma homenagem para os fãs do quadrinho ao mesmo tempo se torna uma convite para que um novo público conheça a história atemporal, contemplativa e emocionante, nos levando das lágrimas aos sorrisos ao longo de todos os seus episódios além da expectativa de uma segunda temporada que acredito ser totalmente possível dado o enorme sucesso e engajamento que este primeiro ano proporcionou.

5,0/5,0

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Confira o trailer de Sandman:

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