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CRÍTICA: ‘Call of Duty: Black Ops 6’ é respiro narrativo em franquia já fatigada

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Black Ops 6

É dito que o desenvolvimento de ‘Call of Duty: Black Ops 6‘ foi um dos games da franquia com mais longo período de desenvolvimento, quatro anos. Ao passo em que games quase que formulaicos foram lançados, este se distancia em seu modo campanha. Apesar de repetir elementos do passado, que o fizeram ser tanto queridos quanto foram responsáveis por causar uma fadiga em seus jogadores.

Desenvolvido pela Treyarch e pela Raven Software, o game o game foi produzido na engine proprietária da Activision, a IW em sua versão 9.0. No game, acompanhamos Case, Adler, Woods, Marshall, Felix e Sev em uma jornada de descoberta não apenas de suas histórias, como de planos que giram em torno de todos eles. Quando a ameaça do Panteão surge, estes precisam impedir que um infiltrado cause danos irreparáveis ao mundo.

Ambientado ao fim da Guerra Fria, no começo dos anos 90, acompanhamos um grupo da CIA que recebe uma “licença remunerada,” após planos darem errado. Os inimigos que enfrentaremos aqui mostrarão sua força desde os primeiros momentos. Surgindo primeiro como um “fantasma,” uma organização paramilitar que pouco se sabe, ela mostra sua força, que é capaz de mudar a balança de poder e trazer consigo a queda de nações inteiras.

Esta é uma das tramas mais profundas em termos psicológicos, onde mergulhamos nas mentes dos personagens em uma narrativa que revela, pouco a pouco, suas complexidades e segredos. Controlamos quase todos os membros da equipe e descobrimos que alguns escondem muito mais do que imaginávamos.

SINOPSE

Este game de ação e espionagem, ambientado no início dos anos 1990, explora o fim da Guerra Fria e a ascensão dos EUA como única superpotência, em meio ao cenário turbulento da Guerra do Golfo. A história segue uma força-tarefa clandestina, liderada pelo veterano Frank Woods, que é marcada como traidora pelo sistema militar ao qual servia. Agora sem recursos, eles precisam operar no submundo criminoso para sobreviver e limpar seus nomes, mesmo que isso os leve a agir como seus inimigos. Com uma campanha cinematográfica, modos multiplayer e a volta das hordas de zumbis, o jogo oferece uma experiência intensa e sem limitações militares, fiel ao estilo Black Ops.

ANÁLISE

Call of Duty: Black Ops 6 possui uma das melhores campanhas dos últimos anos. Para além da necessidade da Activision lançar um game de sua maior franquia por ano, vemos aqui um salto evolutivo. Talvez por seu maior tempo de desenvolvimento, este seja caracterizado por uma riqueza narrativa que faltava em games anteriores. Deixando de se debruçar em remakes/remasters, Black Ops 6 se mostra profundo.

Enquanto cruza suas histórias com as do modo Zumbi, podemos mergulhar de cabeça na franquia cujos detalhes se escondem para além do que pode ser visto na superfície.

Com profundas repercussões em diversas tramas, acompanhamos aqui personagens já calejados, traumatizados e aqui acompanhamos a concretização de fatos acontecidos no segundo game da franquia Black Ops, quando Woods leva um tiro que o deixa paraplégico. Tendo sido deixado de lado por todos os outros jogos, aqui vemos como isso impacta a jornada não só deste, como todo o arco narrativo.

Com o retorno clássico de armas biológicas e o crescimento dos Estados Unidos como a única grande potência no pós-Guerra Fria, os que temem seu poder – e com razão – planejam derrubá-la. Mas depende de nós para impedir que isto aconteça.

NARRATIVA E MULTIPLAYER

Com o retorno de uma das linhas narrativas principais da franquia Black Ops, vemos em um mundo repleto de perigos conhecidos e novos. Com Woods e Adler bem mais velhos do que quando os encontramos pela primeira vez em Black Ops em 2010. Sua jornadas agora são não apenas de mentores intelectuais, como também dos que colocam toda a história em movimento.

Com Adler sendo caçado – como sempre -, vemos um mundo em que perigos insistem em surgir, colocando nossos protagonistas sempre em perigo.

Enriquecendo ainda mais a história ao nos colocar no controle de quatro personagens distintos, seguiremos pelos perigos do pós-guerra. Com diversas dinâmicas interessantes, passamos a ver os protagonistas dos primeiros jogos mais como as mentes por trás dos planos de impedir que o Panteão obtenha êxito em suas jornadas.

Além destes personagens, o agente Livingstone e a agente Harrow parecem nos fazer andar sempre no limiar da confiança e da desconfiança. Quando máscaras começam a cair, o grupo de protagonistas precisam escolher em quem acreditar.

Com diferentes modos do multiplayer, acompanhamos mapas tradicionais da franquia como Mata-Mata em Equipe, Dominação, Zona de Conflito, Localizar e Destruir e muitos outros. Mas não apenas isso. O nível clássico Nuketown, e o modo de jogo Infectado tornam a experiência do modo Zumbis e o multiplayer comum muito mais interessante. Com diferentes modo de jogo, o Multiplayer de Black Ops 6 se mostra satisfatório, mesmo que possua problemas demais relacionados ao matchmaking.

Não apenas por cair contra inimigos acima do level 50 estando no nível 1. Como também por colocar times de jogadores acima do level 40 em uma equipe e deixando outra com integrantes abaixo do nível 10, este precisa ser muito melhorado. Um fator também que falha, é o anti-cheat da Activision, o Ricochet. Foi dito que na semana do lançamento do game, a ferramenta pegou cerca de 12.000 jogadores que usavam aimbots ou cheats similares.

Mas mesmo após atualizações da primeira semana, ainda é possível se deparar com alguns ao longo dos níveis, o que pode ser muito frustrante.

DINÂMICAS DO MODO ZUMBI E MAIS

O modo zumbi proporciona ao game o retorno de incríveis dinâmicas clássicas. Ao optar por transformar os níveis em rounds, o retorno dos easter eggs dão a este uma profunda dinâmica na gameplay dos níveis. Algo que sentia falta de atualizações em Modern Warfare 3 era isto, uma variedade maior de gameplay. O retorno do soco na lata é um grande acerto, bem como elementos que podem até mesmo quebrar este modo.

As extrações são um elemento à parte, que fazem com as armas ganhem níveis e progridam de fato, melhorando-as. Tenha em mente que é possível progredir sem extração. Mas caso realize uma missão de sucesso, sua experiência será ainda maior.

Profundas dinâmicas ligadas à gameplay fazem com que a M4 seja uma das armas padrão de todos os Call of Duty, portanto, as mais poderosas. Principalmente antes da season 1 começar.

Dinâmicas que estão diretamente ligadas a como avançamos fazem com que este tenha até então, um dos melhores sistemas de progressão dos últimos Call of Duty. Com movimentações como a “omnidireção” permite que os jogadores se lancem ao ar e se movimentem de maneira completamente “inumanas.” Não apenas pelos mais bizarros tipos de movimentação dentro do game, como por como o game auxilia incessantemente os jogadores – oferecendo a eles ajudas que os permitem atirar sem qualquer tipo o de recuo – o que é ridículo.

Tirando toda a dificuldade relacionada ao controle dos jogadores e oferecendo-os “muletas” que só favorecem o progresso se configuradas da maneira correta, Call of Duty: Black Ops 6 oferece um desbalanceamento relacionado à gameplay.

VEREDITO

Aspectos diretamente ligados à uma profundidade emocional ao longo da campanha de Black Ops 6 fazem o game ser um dos mais profundos até aqui. Forçando determinados personagens a enfrentar suas piores contrapartes, este brinca com tudo que foi mostrado até aqui. Com sequências de ação de tirar o fôlego e por nos forçar a mergulhar em um mundo em que a dinâmica de poder está prestes a mudar, Call of Duty: Black Ops 6 foge dos moldes dos games anteriores.

Com um modo campanha que enriquece a gameplay e aprofunda sua trama, podemos ver aqui que o mundo no qual estamos sendo lançados é mais profundo do que o que pôde ser visto antes na franquia Black Ops, mas também nos outros games da franquia Call of Duty. Brincando muito mais com detalhes relacionados ao id, ego e superego, entendemos que é profundamente cada um dos personagens da sua trama.

Mesmo para alguns este mergulho seja necessário, outros revelam parte de suas personalidades de maneira mais natural, mais explícita. A apresentação de uma história inteiramente nova, coloca no holofote quem nunca deveria ter saído, a franquia Black Ops.

Ao passo que entendemos este como o mais novo passo da Activision – pós aquisição por parte da Microsoft -, em direção ao futuro, podemos esperar que assim como no passado, Call of Duty talvez seja um sucesso – e se mantenha como uma das mais rentáveis IPs deste século.

A curiosidade por parte dos fãs e o fanatismo em relação ao game vem do fato do fator competitivo e do feedback proporcionar uma profunda conexão entre game e jogador. Deixando de lado apenas a violência por violência, Call of Duty talvez continue representando o militarismo exacerbado, mas talvez, Black Ops 6 represente para um caminho a seguir para a franquia já tão fatigada dos últimos anos.

4,5 / 5,0

Confira o trailer do game:

Call of Duty: Black Ops 6 chegou ao PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S no dia 25 de outubro.

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