Início GAMES Crítica CRÍTICA – ‘Flintlock: The Siege of Dawn’ é souls-lite ambíguo

CRÍTICA – ‘Flintlock: The Siege of Dawn’ é souls-lite ambíguo

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Flintlock

Desde que foi anunciado, Flintlock: The Siege of Dawn me chamou atenção. Não apenas por seus gráficos, mas pelas habilidades de locomoção da personagem e a gameplay. No controle de Nor Vanek, membro do exército da Coalizão, seremos acompanhados por uma pequena e faladeira raposa que busca vingança contra todos os deuses. Com habilidades de combate que vão além do usual, Nor receberá do pequeno companheiro habilidades sobrenaturais, que vão desde voar pelos céus, como também conjurar poderosas magias a fim de derrotar nossos inimigos.

Com um sistema de árvore de habilidades, aprimoramos não apenas os poderes de Nor, como também sua conexão com seu companheiro, a determinada e falante raposa.

Baseado na mitologia mesopotâmica, acompanhamos seres que rasgarão os céus se preciso for, só para ter sua já tardia vingança. Desenvolvido pela A44 Games, desenvolvedora do adorado Ashen, enfrentaremos os deuses com lâminas e armas de fogo em punho para salvar o futuro da humanidade.

SINOPSE

A Porta do Mundo Inferior foi aberta, libertando os Deuses e seus exércitos dos Mortos. As terras de Kian estão em apuros, a Cidade do Amanhecer está à beira da destruição. Chegou a hora do exército da Coalizão revidar. Com o poder da vingança, da pólvora e da magia, embarque em uma jornada épica para derrotar os Deuses, fechar a Porta e salvar o mundo.

ANÁLISE

Com hordas e mais hordas de monstros mortos-vivos mudando o curso da guerra e lançando toda a humanidade em direção do declínio total, Nor, uma jovem guerreira precisa se aliar a um inesperado parceiro a fim de derrotar não apenas esses monstros, mas também todos os deuses que os libertaram.

No controle da jovem guerreira, avançaremos por um mundo violento, em que não apenas ameaças sobrenaturais se colocarão entre nós e nosso objetivo.

Por meio de jornadas que não aprofundam tanto da nossa personagem, mas mais o mundo em que estamos ambientados, podemos ver no game detalhes como as histórias do mundo e das terras de Kian. Quando elas são contadas pelos NPCs que acompanharão Nor ao longo das viagens de nossa caravana, o game ganha ainda mais profundidade.

MITOLOGIA, HISTÓRIA, FALHAS E GAMEPLAY

Distante de contar uma mitologia inteiramente nova, o game opta por espalhar cultura, ao colocar no game, contando sobre a mitologia suméria e sua cosmogonia. Para ser mais específico, a história dos criadores do mundo do ponto de vista deles e de seus três filhos. Mas o que mais importa aqui, é Enki.

Enki é conhecido na mitologia suméria como o deus da água doce, aquele que nutre a terra e provê a vida. Sendo uma das principais entidades sumérias, mas também é o deus das chuvas, das colheitas, e dos trovões. Distante de ser o deus do submundo como o Enki que conhecemos no game, este é por vezes sádico, e revoltoso.

Enquanto mistura personagens mitológicos como Enlil e Enki, ou Enqui, temos aqui personagens secundários mais interessantes do que a personagem principal. Uma das falhas do game vem do fato dos desenvolvedores optarem por desenvolver mais os personagens secundários da história, do que a personagem principal, Nor.

Ao nos apresentar motivos fracos para sua atuação, vemos em Nor uma personagem que parece por vezes perdida. E temos aqui, um game que vai mais direto ao ponto se o compararmos aos games do mesmo gênero. Sendo um souls-like que deixa a desejar, temos aqui problemas com a trilha sonora, sequências de ação desconexas e hordas e mais hordas de inimigos.

Ah, sabe a trilha sonora? O game parece perder o controle desta por vezes, e esta se mantém muito mais alta do que os diálogos dos personagens em tela. Estragando a experiência por algumas longas horas de gameplay. Mesmo diminuindo a trilha sonora do game, de alguma forma, esta parece estar conectada aos diálogos – que também é diminuído.

Seja por algumas falhas de gameplay, como a mira automática descontrolada em que o “lock-on” fica saltando de personagem para personagem, como também, falhas constantes na hitbox – em que mesmo que acertemos um inimigos o golpe não é computado – o game parece nos tirar sem intenção da experiência na qual estamos inseridos.

Mesmo repleto de problemas, o game possui algumas interessantes dinâmicas em sua gameplay de deslocamento. Por um meio de transporte satisfatório – como voar por portais nos céus -, e até mesmo esquiva aérea, vemos em Nor divertidas mecânicas, e mesmo que falhas, trazem alguma satisfação no que diz respeito à navegação horizontal e vertical.

VEREDITO

Flintlock: The Siege of Dawn diverte, mas faz com que o game tenha problemas não apenas de desempenho, como de imersão. Enquanto frustra seus jogadores por como se comporta no PC, este tenta inovar em aspectos relativos à sua navegação vertical. Enquanto viajamos pelos céus, utilizamos fogueiras e pedras empilhadas como pontos de repouso, checkpoint e locais seguros podem ser visto à distância.

Seguindo pelos três caminhos da árvore de habilidades, podemos focar nas habilidades em conjunto com o nosso pequeno parceiro, as habilidades explosivas – de armas e bombas – e também o que é conhecido como “o caminho do ferro,” em que é possível aprimorar nos habilidades corpo a corpo. Com uma variedade de monstros considerável, vemos no game um avanço no que diz respeito ao game anterior do estúdio Ashen e uma maior liberdade narrativa e de gameplay.

Mesmo tendo quase um mês de seu lançamento, Flintlock ainda parece ter algo faltando. Talvez seja o coração de Nor, ou do game.

A jornada de Nor acaba inesperadamente. Antes de aprofundar um mundo rico, assim como nossa personagem, o game chega ao fim parecendo querer contar mais – com claros cortes de financeiro.

3,0 / 5,0

Confira o trailer do game:

Flintlock: The Siege of Dawn foi lançado em 18 de julho para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S. O game está disponível no Xbox Game Pass em suas versões para PC e Xbox Series X/S.

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