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CRÍTICA – Like a Dragon: Ishin! (2023, Sega)

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Like a Dragon

Like a Dragon: Ishin! foi lançado em 21 de fevereiro para o PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Series S e PC. O game nos ambienta a um Japão do século XIX, durante a Era Bakumatsu, ao fim do Período Edo. Com o Japão sendo engolido por um conflito que não parecia não ter fim, com navios de guerra ocidentais chegando às suas costas todo o tempo, os Shishi queriam reconstruir sua nação de acordo com os ideais de seu Imperador, derrubando no processo o shogunato, e expulsando forasteiros.

O game é o remake de Ryu Ga Gotoku Ishin! lançado originalmente no Japão em 2014. O game conta uma história real e com uma gameplay de mundo aberto nos apresentando uma trama ambientada no leste japonês, em Tosa, e a capital do Japão como era chamada à época, Kyo.

SINOPSE

A Quioto de 1860 é uma região marcada pelas desigualdades e um samurai mudará o rumo da história na sua busca pela justiça. Pegue na espada de Sakamoto Ryoma e aventure-se em Quioto para procurar o assassino de seu pai, limpe o seu nome de um homicídio e restaure a sua honra. Ao fazê-lo, colocará um ponto final na era dos samurais e mudará para sempre o futuro do Japão. Saque sua lâmina, carregue seu revólver e junte-se à revolução nesta emocionante aventura histórica apenas ao alcance dos criadores do Yakuza: Like a Dragon.

ANÁLISE

Como Like a Dragon: Ishin! é um spin-off de Yakuza, o game faz uso dos rostos dos personagens que amamos para que não estranhemos tanto essa história inteiramente nova. Com as contrapartes deste mundo, somos ambientado à história de Sakamoto Ryoma, que ao chegar em casa após passar um logo período em Edo, melhorando suas habilidades de espadachim, retorna para Tosa a fim de retomar o controle do grupo que tem como intuito derrubar o shogunato do poder.

Mas tudo muda quando seu líder é tirado de cena por um assassino misterioso e ele é culpado por sua morte. Após precisar fugir para Kyo, ele vê sua vida mudar completamente. Ao longo de seus 13 capítulos Like a Dragon: Ishin! nos leva por uma viagem nostálgica, com personagens desempenhando na vida de Ryoma papéis semelhantes às de suas contrapartes na franquia Yakuza.

Com jogabilidade bem parecida com os jogos anteriores da franquia, Like a Dragon: Ishin! nos lança por uma história curiosa e fomenta ainda mais curiosidade nos jogadores mais aficionados por história.

Enquanto Ryoma se junta aos Shinsengumi – grupo cujo um dos integrantes matou seu mentor -, para descobrir mais segredos acerca da morte pela qual levou a culpa, ele passa a assumir o papel do “esquadrão” de elite do Shogun: um grupo responsável por destruir impiedosamente dissidentes que buscassem tirar o Shogun do poder.

Quando encontra mais aliados do que considerava possível dentro do próprio grupo, tudo muda de figura. E bem como em Yakuza, amigos podem rapidamente se tornar o seu maior pesadelo, e também serem responsáveis por caçá-lo e incriminá-lo por seus próprios crimes. Enquanto inova ligeiramente em sua gameplay e em seu modo de contar histórias, o game ainda parece viver no passado, no momento em que a franquia ainda utilizava a Unreal Engine 4.

Ao invés da maravilhosa Dragon Engine, que nos rendeu games como Lost Judgement, Yakuza: Like a Dragon, Yakuza Kiwami 2 e Yakuza 6: The Song of Life, Like a Dragon: Ishin! se aproveitaria do melhor processamento e de uma maior beleza que a engine proporciona.

HISTÓRIA, DESENVOLVIMENTO E INCREDULIDADE

Ainda que a história seja ligeiramente confusa para os padrões ocidentais, o game conta com uma opção extremamente interessante: com um glossário no menu de pausa. A cada fala que cite um local específico, ou qualquer outra palavra originalmente sem tradução, o glossário te fornecerá as informações necessárias para um maior entendimento. Mas tenha em mente que com o passar do tempo, tudo soará claramente, caso você preste atenção.

O desenvolvimento da trama, bem como a progressão do nosso personagem se dão de maneiras bem parecidas com os games Yakuza originais. Com árvores de habilidades distintas, podemos melhorar cada um dos quatro estilos de luta de Ryoma, mas não apenas isso. Sendo dividido em 13 capítulos, o game pode levar até 22 horas para ser finalizado – sem realizar as sidequests, é claro, mas fazê-lo pode fazer o game durar até 45 horas.

Outro elemento que assusta esse que vos escreve é o fato de que quase todos os nossos inimigos possuem katanas e se consideram ronins. E não é nada justo fazer como Indiana Jones fez e levar uma pistola para uma luta de espadas – O mais justo e recomendável é atacá-los com sua katana, o que torna o ato de vê-los levantar após banhos e mais banhos de sangue algo inacreditável.

Como a suspensão de descrença nunca foi um problema por aqui, os combates também não são. Ao longo das minhas quase 30 horas de game, sinto que houve um nerf nas habilidades dos adversários – ou seriam as katanas boas demais?

Com nenhum inimigo ou boss posando como uma verdadeira ameaça, o game torna crível o fato de Ryoma ter sido selecionado entre muitos candidatos para se tornar um dos capitães da Shinsengumi.

GAMEPLAY E GRÁFICOS

Como citado anteriormente, ainda que não existe qualquer gargalo na gameplay, Like a Dragon: Ishin! é o primeiro game que me recordo que nos dá a opção de priorizar o gráfico ou a performance no PlayStation 4. Algo que até então só havia visto nos consoles de última geração. Ver como a Sega se importa com seus jogadores é bonito e imensamente importante. Como citado previamente, o game faz uso das modelagens dos personagens de Yakuza 5, mas com diferentes “skins” e em cenários inteiramente novos.

Com movimentos e controles que nos lançam novamente ao tradicional combate de Yakuza, vemos Ryoma descer o sarrafo nos seus inimigos que parecem brotar aos montes quando cruzamos as ruas de Kyo. E olha, vou te falar: em alguns momentos, é quase difícil chegar até o objetivo da missão rapidamente.

O uso da Dragon Engine teria propiciado aos jogadores um menor tempo de loading e também uma gameplay mais fluídas, sem telas pretas ao chegar aos limites de áreas específicas. Com um mundo aberto limitado, o game nos oferece 72 sidequests, sendo algumas bem absurdas, e outras nos fazendo encontrar rostos familiares como o de Haruka.

Os gráficos do game, ainda que não sejam dos mais bonitos como de Yakuza 6: The Song of Life e Yakuza: Like a Dragon, o game se aproveita dos cenários abertos em que parece brilhar. A não ser que seu console tenha certos problemas de desempenho, não recomendo colocar o game no modo de otimização de performance, pois assim, verá gráficos bem feios.

VEREDITO

Like a Dragon: Ishin! é um dos games da franquia Yakuza que o ocidente espera há muitos anos. Chegando e nos apresentando sua história poderosa, Ryoma nos surpreende enquanto nos faz mergulhar em sua história atrás de vingança. Tudo isso, enquanto temos o Japão feudal como plano de fundo. Aos amantes de Yakuza, Like a Dragon: Ishin! é uma brilhante pedida e nos faz matar a saudade enquanto Yakuza 8 e Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name não são lançados.

4,5 / 5,0

Confira o trailer do game:

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