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EU CURTO JOGO VÉIO #41 | Existir se torna um gesto de resistência em ‘Detroit Become Human’

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Detroit Become Human

Atualmente, vivemos a era mais tecnológica que a humanidade já criou. Dando literalmente o acesso a qualquer um e a qualquer lugar do mundo na palma de nossas mãos através de um aparelho portátil. Se pensarmos nesta relação com a integração da inteligência artificial com a capacidade de reproduzir através do processamento de dados tudo se torna ainda muito mais complexo e particularmente assustador. Mas e como serão estes debates quando alcançarmos este estágio além? Em 2018 foi lançado o jogo Detroit Become Human, desenvolvido pela Quantic Dream que já entregou títulos impressionantes como Heavy Rain e Beyond Two Souls, de histórias impactantes além de uma qualidade de desenvolvimento muito agradável

A história é sobre um futuro em que humanos têm uma relação totalmente dependente de androides os colocando como substitutos em diversos segmentos profissionais, realizando tarefas diárias e para alguns até sendo uma companhia no lugar de pessoas. Neste contexto jogamos com Kara uma androide empregada doméstica, Connor um policial assistente, Markus um mordomo de um artista famoso e suas jornadas iniciam-se a partir do momento que não seguem a sua programação tendo pensamentos próprios, tomando decisões e mudando a vida de pessoas próximas a eles através de suas escolhas.

Eu me lembro dos primeiros passos da experiência sobre Detroit Become Human e essa busca tão humana utilizando seres tecnológicos me impactou, pois o que define que realmente existimos e como devemos existir? De fato cogito ergo sum ou se torna necessária uma regra que nos insere em uma hierarquia injusta para termos esse direito? Isso vale tanto para androides quanto para outros temas que poderiam ser facilmente discutidos a partir dessa perspectiva.

O personagem que este questionamento começa a ficar mais claro é Markus, em um dentre tantos momentos que são tocantes em Detroit, quando Carl, o pintor, lhe pede para pintar um quadro que significasse algo e tem uma revelação surpreendente. Posteriormente Connor ao mostrar empatia na sua relação com o detetive Anderson, Kara ao defender Alice do seu pai violento e vamos conhecendo outros personagens que se tornaram pensantes para a revolta de seus opositores.

Por outro lado essa história mostra pessoas que apesar da aparência não poderíamos descreve-las como humanas, como um mercador de androides que os tortura por diversão ou até mesmo Todd o pai de Alice.

Mas é um jogo que não vai só nos mostrar sobre o que define ser um humano, mas também nos testa através de nossas escolhas, o que torna uma reflexão interna muito importante sobre isso principalmente por se tratar de opções que definem o rumo da narrativa, mas o destino de personagens que podem se tornar muito chocantes.

Outro ponto muito interessante é uma análise feita após a conclusão de cada capítulo, mostrando a porcentagem das escolhas realizadas por outros jogadores a cada árvore de opções e os rumos a seguir e se torna uma análise interessante para comparar o quão longe você acaba se distanciando do que seria considerado o caminho mais comum a seguir se tratando do que é proposto no jogo.

Por fim quando pensamos sobre este título de uma forma mais ampla, este é um tipo de jogo que se tornou relevante por suas mecânicas elaboradas, apesar de ter alguns recursos bem melhorados como os quick time events colocando uma tensão a mais nestes momentos e ver Detroit se tornar humana vai muito além da revolta realizada pelos androides, mas a luta pelo direito de existir e ser reconhecido como alguém não apenas alguma coisa.

Você pode conferir todas as edições do Jogo Véio clicando aqui.

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