Fire Emblem começou lá em 1990, com o primeiro título sendo lançado para o NES ou melhor, o Famicom. Atualmente, a franquia conta com 17 títulos oficiais e mantém a fórmula do combate em RPG Tático, mas também tem mais 4 títulos spin-offs. Esses quatro, com dinâmicas diferentes: o Heroes se encontra no mobile e é o único com legendas oficiais em português do Brasil; dois títulos com o nome Warriors, ao estilo musou; e um crossover com Shin Megami Tensei, ao estilo do próprio.
E eu sempre quis entrar na franquia, poder experimentar algo de Fire Emblem, mas, ao ver todos esses títulos publicados, sempre tive as dúvidas: “Preciso jogar todos para entender a história?” e “Por onde é melhor começar hoje em dia?”.
Bom, sinceramente, eu tenho a resposta apenas para uma delas, sendo a primeira: você não precisa jogar todos. E, sobre o melhor para começar, a resposta pode variar, mas hoje eu gostaria de te sugerir um título que amei jogar em 2025, pela primeira vez e foi o meu primeiro jogo dessa franquia.
Fire Emblem: The Sacred Stones, ou As Pedras Sagradas é o oitavo da franquia e não está conectado diretamente aos outros, podendo ser jogado de forma individual. Ele foi lançado em 2004 no Japão, para o Game Boy Advance; chegou ao resto do mundo em 2005. Também foi o segundo título da franquia que saiu fora do Japão.

Isso mostra como é uma franquia nichada mas principalmente nichada porque não acreditam muito nela funcionando bem fora do Japão.
Na sua época de lançamento, eu não tinha condições de ter um console desses. Para falar a verdade, nem mesmo hoje. Mas uma das formas que você pode encontrar o game é no sistema de assinatura online da Nintendo, ou por uma fita e console originais usados e com valores super elevados, um carma de tudo que está dentro da categoria retrô hoje em dia. Além disso, também em outras formas conhecidas nos confins da internet. No meu caso, joguei no Nintendo Switch Online.
Esse é um jogo com estilo pixel art e que surpreendeu muitas pessoas na sua época, ou que surpreenderia, se mais pessoas tivessem tido contato de fato com esse console em seu lançamento. O GBA tinha diversos títulos bem coloridos e chamativos graficamente, e esse jogo faz parte disso. Tem uma arte lindíssima, uma música que igualmente combina com ele e uma história que pode agradar a diversos fãs que gostam de histórias medievais, sobre reinos e a salvação do mundo.
História
Magvel é dividido em cinco nações que estão em paz, e cada uma delas possui uma pedra sagrada. Essas pedras foram responsáveis por selarem o Rei Demônio no passado.
Porém, o jogo começa poucos segundos antes de essa informação anterior mudar, já que o Reino de Grado (o maior reino de Magvel) trai os demais reinos e inicia uma invasão aos reinos adjacentes, com o objetivo de roubar as pedras sagradas de cada um.
Vemos a perspectiva do Reino de Renais, onde o Rei Frado é morto e seu reino é tomado. Sua filha é a nossa primeira protagonista apresentada: a Princesa Eirika, que consegue fugir e pretende encontrar seu irmão, o Príncipe Ephraim, que está em batalha tentando resistir à invasão contra as forças de Grado.
Toda a premissa do jogo está aqui. Iremos explorar essa história a partir das perspectivas dessa guerra que se alastra pelo continente, em busca de sobreviventes que estejam dispostos a se tornarem aliados nos campos de batalha que surgirão. Esses personagens podem ou não ser da realeza de outros reinos. Devemos unir os melhores para formar o exército que enfrentará as forças do mal do Rei Demônio.
Como o jogo funciona
Fire Emblem é conhecido como um JRPG por ser produzido no Japão. Porém, o estilo de combate é tático, com uma ideia de tabuleiro onde podemos mover nossas tropas nesse tabuleiro marcado com quadrados.
Então sim, o jogo consiste em um sistema de turnos com estratégia tática. A Eirika é a comandante do seu exército e deve sempre estar no time para que você possa dominar cada local após derrotar o chefe em questão que estiver sendo enfrentado.
Antes de cada capítulo, você poderá verificar um pouco da história sendo contada pelos personagens ou por um narrador. Após isso, haverá um menu para que você possa escolher suas tropas, trocar itens entre elas, guardar ou retirar itens que estão armazenados. Em seguida, começará a batalha. Cada personagem pode ter uma função diferente, dada a sua classe. Isso afeta quantos quadrados ele pode andar, quanto possui em seus status de defesa, dano, habilidade, quantidade de vida etc.
Após cada batalha, há um diálogo com os personagens sobre o ocorrido e os próximos passos. Após alguns capítulos, teremos o mapa-múndi, que poderemos usar para salvar, seguir com a missão principal, enfrentar batalhas extras para ganhar experiência, comprar itens e usar ou trocar itens entre seus personagens. Esse mapa-múndi não está presente em todos os títulos, mas foi uma adição bem elogiada neste em específico.
Equipamentos, Terrenos e Armas
No jogo, há um sistema de armas que chamamos de triângulo de armas, o que é bem interessante. No jogo, os personagens geralmente podem usar espadas, lanças e machados, onde espadas ganham de machados, machados ganham de lanças, e lanças ganham de espadas. Mas, além dessas, existem cajados para cura e buffs, livros com tipos diferentes de elementos de magia como raio, fogo, divino, escuridão etc., que também têm uma semelhança com as armas, já que podem ser fracos contra um tipo e fortes contra outros.
Além desses, existe a dragonstone, utilizada por personagens que podem se transformar em dragões. Mas há um limite de uso para todas as armas. Elas se quebram depois de terem seus números de usos zerados. Geralmente, você encontra ou compra novas armas, mas não dragonstones, então use com cautela a força que o seu dragão proporciona.
Falando em dragões, existem Wyverns, cavalos e Pegasus. Personagens com essas montarias conseguem se deslocar mais e, no caso das voadoras, passam por cima de terrenos difíceis como montanhas, florestas densas e água.
Um último que ainda não comentei são os arqueiros. Eles podem atirar à distância, mas, se um inimigo atacar seu arqueiro do espaço ao lado dele, ele não poderá reagir. O mesmo vale para quando você atacar um arqueiro inimigo.
Alguns personagens são ladinos, e eles são excelentes em castelos para abrir baús e pegar itens raros, mas também em locais com névoa, expandindo melhor a visão que você tem da área.
Então, cada batalha pode ser muito diferente dependendo do terreno e das tropas que você selecionou. Mas eu também não citei todos os tipos de tropas aqui para não me estender mais ainda. O interessante é que você irá descobrir jogando, e também poderá melhorar a classe de cada um deles após o level 10, descobrindo novos status e utilidades para suas tropas.
Cada arma citada não tem apenas um tipo. Todas elas têm diferenças: algumas com mais ou menos status, mais ou menos alcance, às vezes alguma característica como debuff etc.
Inclusive, cuide bem das suas tropas. Se morrerem, elas não retornam no próximo save. Eles realmente são personagens lutando em uma guerra. Morrer com os protagonistas resultará em game over.
Curiosidades
Esse é um jogo em que, em um determinado capítulo, você poderá escolher a rota do lado de um dos príncipes. Escolhi acompanhar a Eirika da primeira vez e, depois, retornei para acompanhar o Ephraim. Após certos capítulos, as histórias se unem, então não precisa se desesperar com a escolha. Apenas aproveite a gameplay com o que te chamou a atenção primeiramente e, depois, retorne para jogar o outro lado, caso sinta vontade.
Eu achei isso uma adição bem interessante, visto que é um jogo de GBA. Ele foi muito bem trabalhado em suas mecânicas, histórias, extras e design. Falando nisso, esse é um JRPG que é, de certa forma, curto, já que muitos, nessa época, poderiam passar das 100 horas facilmente. Esse título dura por volta de 19 a 22 horas.
Ponto positivo ou negativo?
A história desse jogo é, sim, um pouco clichê para algumas pessoas. Na época, não era tanto, mas consiste, em resumo, no bem salvando o mundo da volta de um grande demônio maligno que vem para dominar a terra.
Mas o que torna o jogo interessante a ponto de você passar a não se importar com o clichê é como ele funciona.
Seus personagens são interessantes. Encontrar novos personagens nas batalhas para se juntar a você é bem gratificante. Você precisa conversar com eles usando o personagem certo e poderá ver um laço sendo criado. Além disso, você pode perder personagens — eles morrem, e a história continua. Sendo assim, muitos podem ter terminado o jogo com um número de tropas vivas diferente. Mas cuidado: como mencionado antes, morrer com os príncipes te dará a temida tela de Game Over. Afinal, são nossos protagonistas, certo? Você também saberá facilmente quem precisa conversar com quem para recrutar algum novo personagem. Geralmente, na história, os personagens conversam, e dessa forma você entende quais podem ter alguma ligação entre si na hora do recrutamento.
Também é possível desenvolver laços entre alguns deles, seja de forma romântica ou apenas de amizade. Você só precisa posicionar uma tropa ao lado da outra para poder utilizar o modo “falar”. Nesse caso, a vantagem é conhecer um pouquinho mais da história.
Na minha jornada pelo começo, perdi um aprendiz de mago, mas decidi seguir para ver o que acontecia dali em diante. No final do jogo, na última missão — que foi bem desafiadora —, perdi mais duas tropas bem importantes, mas todos foram lembrados de certa forma.
Você é quem faz a estratégia para enfrentar cada desafio. Além disso, essa é uma história mágica. Você não enfrentará apenas humanos em sua jornada. Existem monstros diferentes, e cada um deles tem ataques distintos. Isso também torna cada jogabilidade bem única, já que é possível enfrentar cada batalha de um jeito diferente de outra pessoa.
Acredito que a história faça jus à grandiosidade de grandes fábulas de fantasia, mas que o charme do jogo é entregue em uma jogabilidade divertida, com fator replay, desafios diferentes em cada novo local, e com uma direção de arte e de música bem envolventes.
Conclusão
Seja por onde você decidir jogar esse game, se você gosta de RPG de turno tático, gosta de retrô ou está buscando experimentar algo do gênero, ele pode te surpreender com uma experiência heroica em busca de destruir os planos maléficos de um rei demônio. Tudo isso em apenas um título que não é tão longo e que não te força a jogar diversos títulos antes para finalmente jogar este.
Fire Emblem: The Sacred Stones é um título com começo, meio e fim muito bem estruturado.
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