Início SÉRIE Crítica CRÍTICA | His Dark Materials: S2E7 – Æsahættr

CRÍTICA | His Dark Materials: S2E7 – Æsahættr

0
CRÍTICA | His Dark Materials: S2E7 - Æsahættr

O último episódio de His Dark Materials foi ao ar na segunda-feira (29/12) intitulado Æsahættr. O episódio tem direção de Jamie Childs e roteiro de Jack Thorne. A série é uma produção da BBC em conjunto com a HBO.

SINOPSE

Lyra (Dafne Keen) e Will (Amir Wilson) partem com Serafina Pekkala (Ruta Gedmintas) para encontrar John Parry (Andrew Scott). Enquanto isso, Sra. Coulter (Ruth Wilson) busca por Lyra em Cittàgazze. Já Jopari e Lee Scoresby (Lin-Manuel Miranda) lutam contra o Magisterium para ganhar tempo. 

LEIA TAMBÉM:

His Dark Materials: S2E6 – Malice

His Dark Materials: S2E5 – The Scholar

His Dark Materials: S2E4 – Tower of the Angels

His Dark Materials: S2E3 – Theft

His Dark Materials: S2E2 – The Cave

His Dark Materials: S2E1 – The City of Magpies

ANÁLISE

O season finale da segunda temporada de His Dark Materials não é tão grandiosa quanto a primeira, mas impõe um grande senso de urgência e perigo aos nossos personagens. Porém, ainda que o segundo ano da série consiga criar sensações desde perda à guerra, existe uma grande falta de dinamismo em alguns arcos.

É sempre bom lembrar que His Dark Materials é uma adaptação da trilogia Fronteiras do Universo, o qual lançado na década de 90 teve a proeza de tratar assuntos tabus para crianças. Dessa forma, a história criada por Philip Pullman tem uma direção muito aquém da série da HBO. Ou seja, tudo nos livros está inteiramente descrito e dito, seria de sensatez que a série utilizasse disso da melhor maneira possível.

Consequentemente, é fato que uma pandemia atrapalhou a produção da segunda temporada. Mas mesmo em circunstâncias normais, sete episódios de adaptação não seriam o suficiente para dar toda a atenção e profundidade que alguns personagens mereciam. Basta lançar um olhar um pouco mais demorado ao arco das bruxas e, de Jopari e Lee.

Serafina e suas bruxas passam a temporada inteira falando sobre a profecia de Lyra e como precisavam achá-la, mas acabam dando voltas e mais voltas até o último episódio. Já Jopari e Lee Scoresby, nos livros as interações entre ambos é com certeza mais emocionante e tocante. Ainda que Lin-Manuel Miranda se esforce em seu papel e seja bem sucedido, Andrew Scott é sempre muito distante e desapegado do seu personagem.

Até mesmo a relação de Lee com Lyra não tem tempo o suficiente de tela, o que faz o aeronauta ressaltar inúmeras vezes que a garota é como uma filha para ele. Essas confusões não colocam a série em descredibilidade, mas atrapalham a veracidade que a série deseja passar com seus personagens.

O problema não é a série pensar por conta própria e ir além dos livros, muito pelo contrário, é uma ressalva bem vinda aos fãs que queriam ver esses personagens além das expectativas já criadas. Contudo, existe um certo gosto agridoce ao final do sétimo episódio de His Dark Materials.

Æsahættr

Nos pontos principais do episódio, vemos Ruta Skadi (Jade Anouka) ir com os anjos a Lord Asriel (James McAvoy). Logo após ela encontra os avantesmas do penhasco, seres que se juntaram com Asriel na guerra. Esses bichos citam que precisam conseguir a Æsahættr para Lord Asriel derrotar a Autoridade. 

Logo, Æsahættr é nada mais, nada menos do que a Faca Sútil que está sobre a posse de Will. Sendo assim, quando Ruta volta para falar com Serafina, diz que a batalha que precisam travar é contra a Autoridade, algo muito maior que o Magisterium. Apesar de ser cenas bem mal elaboradas, a série caminha para pôr em xeque um dos assuntos mais discutidos do livro: o fanatismo religioso e o livre arbítrio.

Nesse sentido, Serafina insiste que deve ficar com Lyra e Will até que completem sua missão. Ao longo deste último episódio, o arco dos dois parece dar somente voltas, sem nunca de fato chegar a um ponto. Isto posto que, Will e Lyra estão mais maduros, mas é um processo bem doloroso para ambos. Enquanto Will precisa assumir um dever que nunca quis, Lyra sente que está mudando.

Ainda assim, é desconcertante que o roteiro escrito por Jack Thorne precise desesperadamente ressaltar os mesmos pontos. Lyra está mudando por Will, mas isso torna a série repetitiva demais, como se as palavras fossem mais importantes que as ações.

Já no arco de Jopari e Lee, certamente Miranda e Scott são incríveis, mas falta entusiasmo aos personagens. Nos livros, eles passam por mais aventuras juntos até o final derradeiro, mas na série tudo parece apressado. Ainda assim, a morte de Lee Scoresby e seu daemon Hester é linda e dolorosa, afinal eles sempre estiveram ali um pelo outro e isso foi até o fim. Vale ressaltar que Jopari não tem a morte vista na série, nos livros uma bruxa acaba o matando um pouco antes dele e Will poderem conversar.

Dessa forma, a série assume riscos a fazer certas mudanças que não são de todo mal, mas que implicam consequências na temporada futura. Por último, mas não menos importante Sra. Coulter cria uma relação com espectros. Mas, seu grande ponto está ao saber o verdadeiro nome de Lyra e no embate com seu daemon.

Sendo assim, Sra. Coulter obtém a resposta de uma bruxa: Lyra é Eva antes da queda. Logo, em uma espécie de obsessão com amor, ela decide evitar que a profecia de Lyra se concretize. Já, na cena com o macaco dourado, o daemon não gosta da ideia de ir atrás de Lyra, sendo talvez o único momento que o vemos insinuar algo. Porém, Coulter profere as palavras “Ou você está comigo, ou está contra mim“, ou seja, é uma situação de vida ou morte.

Nos minutos finais do episódio, vemos que Sra. Coulter consegue capturar Lyra, já que Will estava conversando com o pai. Ela embarca com a menina em um barco para um lugar desconhecido. Mas uma vez, as relações de pais e filhos é imposta ao longo da série. Will vê o pai morrer, o deixando sozinho mais uma vez.

Em outro lugar, Lord Asriel convoca os anjos para lutar ao seu lado contra a Autoridade. Ao fazer um discurso sobre liberdade e o fim do obscurantismo no mundo, ele acaba dizendo as mesmas palavras que Sra. Coulter. É interessante ver como McAvoy cai bem ao papel.

Por fim, uma cena pós-crédito mostra que teremos grandes acontecimentos na terceira temporada que já está confirmada. Mesmo que o sentimento de euforia do segundo ano de His Dark Materials não se compare com o primeiro, foi um uma ótima experiência ver mais desses personagens.

VEREDITO

O sétimo e último episódio de His Dark Materials está longe de ser o melhor da temporada, mas é um ótimo gancho para uma season finale, dando pistas do que está por vir.

Destaque para a atuação de Ruth Wilson e Amir Wilson que com certeza são as melhores coisas dessa temporada.

Mais uma vez, é sempre um prazer ver os cenários deslumbrantes e os daemons de His Dark Materials.

3,5 / 5,0

Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.



Curte nosso trabalho? Que tal nos ajudar a mantê-lo?

Ser um site independente no Brasil não é fácil. Nossa equipe que trabalha – de forma colaborativa e com muito amor – para trazer conteúdos para você todos os dias, será imensamente grata pela sua colaboração. Conheça mais da nossa campanha no Apoia.se e nos ajude com sua contribuição.

Sair da versão mobile