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CRÍTICA – Adão Negro (2022, Jaume Collet-Serra)

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CRÍTICA - Adão Negro (2022, Jaume Collet-Serra)

Adão Negro (Black Adam) é a nova investida da DC para a criação de um universo expandido nos cinemas. Liderado por Dwayne Johnson, o longa é dirigido por Jaume Collet-Serra e roteirizado por Adam Sztykie, Rory Haines e Sohrab Noshirvani.

Além de The Rock, fazem parte do elenco Viola Davis (A Mulher Rei), Aldis Hodge (Uma Noite em Miami), Quintessa Swindell, Sarah Shahi, Pierce Brosnan (Mamma Mia) e Noah Centineo (Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre).

Confira nossa crítica sem spoilers sobre a produção.

SINOPSE DE ADÃO NEGRO

Quase 5.000 anos após ser agraciado com os poderes onipotentes dos deuses egípcios e preso com a mesma rapidez, Adão Negro alcança a liberdade de sua tumba terrena, pronto para liberar sua justiça no mundo moderno.

ANÁLISE

Após 15 anos de luta, Dwayne Johnson finalmente conseguiu levar Adão Negro para as telonas. Em uma história de persistência muito similar a de Ryan Reynolds com Deadpool, The Rock nunca desacreditou de que, um dia, conseguiria viver o grande anti-herói em uma produção nos cinemas.

Antes mesmo de Adão Negro ser desenvolvido, The Rock já estava presente no universo DC, auxiliando inclusive nas escolhas criativas de Shazam! (2019), outro longa que faz parte do mesmo universo de seu personagem.

Com seu status de hitmaker cada vez mais consolidado em Hollywood, rendendo a ele em 2020 o posto de ator mais bem pago da indústria, The Rock é sem dúvidas o responsável pelo projeto de Adão Negro sobreviver por tanto tempo.

Dito isso, Adão Negro se passa em Kahndaq, terra onde Teth-Adam (Dwayne Johnson) foi mantido escravo por anos e acabou sendo escolhido pelos magos como campeão para receber seus poderes. Teth-Adam estava adormecido há 5 mil anos, mas é acordado em um momento de necessidade, encontrando uma Kahndaq completamente diferente de sua época.

Amon (Bodhi Sabongui), filho da estudiosa Adrianna (Sarah Shahi), é obcecado pela história de Teth-Adam e vê no ressurgimento do “herói” a possibilidade de salvar Kahndaq, ocupada há 27 anos por gangues que oprimem e subjugam o povo da região.

Para um filme que demorou tantos anos para ser concretizado, Adão Negro poderia ter sido melhor construído. Com uma estrutura narrativa estranha, concentrada em diversos grandes atos de ação, o longa de The Rock parece focar apenas na pancadaria, deixando de lado boa parte do desenvolvimento da história e dos personagens.

Com duas horas e quatro minutos de duração (que parece durar bem mais do que isso), Adão Negro é conduzido de uma cena de violência para outra, em um ritmo quase contínuo, não deixando que a audiência assimile todas as ameaças e reviravoltas que o roteiro tenta emplacar.

Talvez se tivéssemos menos personagens envolvidos, todo o discurso político em relação a Kahndaq e a necessidade de uma esperança ganhassem um pouco mais de impacto. Além da história de Teth-Adam, somos apresentados à Sociedade da Justiça da América que, pra quem não conhece a DC, pode ser uma construção um pouco abrupta e confusa.

Nesta formação da SJA temos Carter Hall / Gavião Negro (Aldis Hodge), Kent Nelson / Senhor Destino (Pierce Brosnan), Al Rothstein / Esmaga-Átomo (Noah Centineo) e Maxine Hunkel / Ciclone (Quintessa Swindell), um grupo que deve lidar com o ressurgimento de Adão Negro e sua possível ameaça à segurança da Terra.

Esses personagens possuem pouco tempo de desenvolvimento, pois boa parte da produção é destinada às cenas de luta, e infelizmente os roteiristas acabam forçando algumas situações emocionais que, claramente, não se encaixam em um primeiro filme com essa escala de ação.

Os grandes momentos emocionais são as partes que trazem Adão Negro para baixo, pois tentam vender uma relação forte entre audiência e personagens que ainda não foi construída.

Mesmo com esses pontos negativos em relação ao roteiro, o casting de Adão Negro consegue ter uma ótima química em tela. Todos os atores estão bem em seus papéis, o que normalmente é um acerto da DC que, num geral, faz boas escolhas de atores e atrizes para seus personagens. The Rock dispensa comentários, pois ele é a personificação do personagem. Pierce Brosnan certamente irá se tornar um favorito da audiência, pois seu Senhor Destino é simpático, interessante e uma das melhores adições em Adão Negro.

Vale pontuar também o ótimo trabalho de Aldis Hodge. Muito versátil, Hodge possui boas produções em sua filmografia e, aqui, consegue criar um adversário crível para Teth-Adam. Seu Gavião Negro é persistente e mortal, e a caracterização está simplesmente perfeita.

As cenas de ação, que são maioria no filme, são muito bem coreografadas. Jaume Collet-Serra explora diversas formas de luta, o que, confesso, foi algo um pouco surpreendente. Há espaço para cenas com slow motion, execuções rápidas e brutais, além de alusões ao combate estilo western de Clint Eastwood.

Comparando com outros filmes da DC, Adão Negro se assemelha muito mais a Aquaman (2018) do que a O Esquadrão Suicida (2021), por exemplo. E essa comparação me faz crer que o novo filme da DC pode ser um grande sucesso de bilheteria, principalmente para quem gosta de produções com ação desenfreada.

Em seu encerramento, a cena pós-crédito de Adão Negro deixou toda a audiência de queixo caído e é um grande indicativo do que está por vir nesse novo formato da DC nos cinemas.

VEREDITO

Recheado de pancadaria e sequências de ação frenéticas, Adão Negro pode ser o grande blockbuster da DC em 2022. The Rock encarna o personagem, mostrando que nasceu para interpretar esse papel, e seus companheiros de cena entregam boas atuações e uma grande química em equipe.

Apesar dos deslizes de roteiro, Adão Negro pode ser um ótimo divertimento para quem busca um filme de ação com momentos épicos. Com certeza há mais espaço para o anti-herói mostrar outras facetas e torço que logo possamos ter esse reencontro com ele nas telonas.

3,7/5,0

Assista ao trailer:

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