Início FILMES Crítica TBT #228 | Poltergeist – O Fenômeno (1982, Tobe Hooper)

TBT #228 | Poltergeist – O Fenômeno (1982, Tobe Hooper)

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TBT #228 | Poltergeist - O Fenômeno (1982, Tobe Hooper)

Quando refletimos sobre filmes de terror que se tornaram clássicos, certos nomes sempre vêm à mente e rapidamente pensamos no talento nato de Alfred Hitchcock para filmes de suspense e terror como visto em Festim Diabólico (1948), assim como na genialidade de Stanley Kubrick em O Iluminado (1980). Outros filmes notáveis de diretores também icônicos normalmente são lembrados, como: O Bebê de Rosemary (1968), O Exorcista (1973) e Drácula de Bram Stoker (1992), juntamente com alguns longas contemporâneos, como O Chamado e a franquia Invocação do Mal. No entanto, entre as obras mais impactantes do gênero, é impossível ignorar o sucesso que foi Poltergeist em 1982.

O elenco conta com nomes como JoBeth Williams, Craig T. Nelson, Heather O’Rourke, Zelda Rubinstein, entre outros.

Curiosidade: Em 2015, o filme ganhou um remake estrelado por Sam Rockwell, Rosemarie DeWitt, Jared Harris e dirigido por Gil Kenan.

SINOPSE

Uma família da Califórnia precisa lidar com acontecimentos estranhos e assustadores quando espíritos começam a se comunicar com eles através de um aparelho de TV. Os fantasmas parecem amigáveis no começo, mas ficam cada vez mais ameaçadores quando a filha mais nova do casal desaparece. Sem saída, os pais procuram a ajuda de um grupo de parapsicólogos liderados por uma médium para tentar recuperar a menina.

ANÁLISE

O filme apresenta um elenco talentoso, liderado por JoBeth Williams e Craig T. Nelson como os pais da família, e Heather O’Rourke como a doce e enigmática Carol Anne. A atuação do elenco é convincente e transmite a tensão e o medo que a história exige.

O diretor Tobe Hopper, famoso pelo antológico O Massacre da Serra Elétrica (1974), foi obscurecido pela presença de Steven Spielberg (argumentista, roteirista e produtor), que deu o tom do filme: o contraste entre a vida pacata de uma típica família norte-americana e os horrores escondidos sobre ela (muitas das críticas ao filme partem justamente deste aspecto “família unida pode vencer todos os obstáculos”, que é comum em Spielberg, mas raro em Hopper), entre a bela paisagem e o seu subterrâneo negro (as belas casas da vila onde moram os personagens foram construídas sobre um cemitério indígena, onde foi removido apenas as lápides e não os corpos), entre a inocência das crianças e o Mal.

Os efeitos especiais, criados pela Industrial Light & Magic, impressionaram na época e, ainda hoje, décadas depois, são bastante eficientes, misturando-se perfeitamente (e com rara eficiência) com o roteiro e o suspense. A família é perfeita, em particular a menininha loira (Heather O’Rourke, que morreria de uma doença estranha depois de filmar Poltergeist 3, o Capítulo Final), que liga diretamente o público ao filme através da sua beleza e encantos angelicais sempre ameaçados terrivelmente por fantasmas.

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Além disso, o filme também utiliza elementos de humor para aliviar a tensão do público, como a cena em que a personagem Steve Freeling, interpretado por Craig T. Nelson, tenta impedir que uma cadeira se mova sozinha enquanto assiste a um jogo de futebol na televisão.

A grande sacada de Poltergeisttítulo que faz alusão às forças sobrenaturais que circundam o drama da família Freeling, está no seu desenvolvimento, na qualidade técnica e nas boas escolhas de elenco. Apesar de apresentar um terror bem resolvido, o filme traz boas estratégias presentes no suspense e cenas cômicas que não destoam do restante do longa.

Os efeitos visuais e sonoros também se destacam e renderam a Poltergeist três indicações ao Oscar e um BAFTA. O corpo de atores que integra o longa é bastante competente, mas as personagens que mais se destacam, sem dúvidas, são a médium Tangina, interpretada por Zelda Rubinstein, e Carol Anne; Heather O’Rourke, apesar da pouca idade, mostrava ter grande naturalidade no que fazia.

VEREDITO

Poltergeist – O Fenômeno já não é capaz de assustar a atual geração como fez nos anos 80, embora “assustar” talvez nunca tenha sido o objetivo de Spielberg e Hooper, uma vez que o filme é assumidamente uma ficção com elementos fantásticos que, antes de conseguir causar algum arrepio (consegue isso vez outra), é capaz de divertir e entreter com seu roteiro dinâmico e elementos bem explorados.

5,0 / 5,0

Assista ao trailer legendado:

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