CRÍTICA – O Chalé (2020, Veronika Franz e Severin Fiala)

    O Chalé (The Lodge, título original) é o novo longa dos diretores Veronika Franz e Severin Fiala, responsáveis por Boa Noite Mamãe (2014) e está disponível on demand.

    SINOPSE

    The Lodge

    Richard (Richard Armitage) é pai de Aidan (Jaeden Martell) e Mia (Lia McHugh) e após um acontecimento trágico, decide levar seus filhos para um chalé com a sua nova namorada, Grace (Riley Keough).

    Entretanto, as coisas começam a ficar estranhas quando Richard tem que voltar à cidade para negócios, deixando-os sozinhos.

    ANÁLISE

    The Lodge

    Veronika Franz e Severin Fiala tem uma forma bem peculiar de contar histórias, visto que em sua assinatura costumam levar o tempo que for preciso para desenvolvê-las.

    Dito isto, O Chalé não é um filme para qualquer pessoa, pois tem um ritmo bastante lento.

    A proposta é ir a fundo da psiquê de seus personagens, algo que já foi visto em seu antecessor Boa Noite Mamãe.

    Assim como o longa de 2014, os personagens possuem uma complexidade ímpar, possuindo motivações ambíguas, sendo muito mais intensos do que os filmes usuais de terror.

    Dessa forma o filme nos mostra que cada passo não é tão óbvio assim, mesmo que a obra seja muito próxima de outras icônicas no gênero como O Iluminado (1980), Os Outros (2001) e Hereditário (2018).

    Ao beber destas fontes, O Chalé consegue misturar algumas premissas, pois une o sobrenatural ao crível por meio da fantasia.

    DIREÇÃO E ATUAÇÕES

    O longa possui aspectos técnicos que o deixam inquietante, visto que a utilização de uma lente grande angular, com cenários apertados e escuros nos deixa desconfortáveis, ainda mais que isso é amplificado com a trilha sonora que nos deixa ainda mais tensos.

    As atuações são excelentes, pois os protagonistas mudam suas características o tempo todo por conta de uma situação quase que impossível de solidão e nenhum auxílio.

    A elaboração é magnífica, mesmo que sua trama comece de forma completamente furada com uma ideia incoerente do personagem de Richard Armitage.

    Aliás, se o filme tem problemas, esse de fato seria o único mais gritante, pois um pai de família que deixa os filhos com uma completa estranha, mesmo sabendo que eles a odeiam é uma péssima ideia e que é de difícil compreensão por parte do público.

    Todavia, se isso passar para você, como passou para mim, O Chalé acaba sendo um excelente thriller psicológico com um auto grau de complexidade.

    VEREDITO

    The Lodge

    Com um elenco afiado, boas cenas e técnicas de direção, o filme tem uma excelente atmosfera, pois mostra tudo o que há de melhor no gênero de terror psicológico. Porém, com ritmo lento e premissa no mínimo rasa, O Chalé não é um filme para todas as pessoas.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer:

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