CRÍTICA | As Crônicas dos Quatro Cantos – A Pedra Negra (2020, T. H. Nolla)

    Uma obra de fantasia pertence ao gênero ficção, ao contrário daquelas que possuem uma explicação científica, a fantasia utiliza de fenômenos mágicos, sobrenaturais entre outros para narrar os acontecimentos. Utilizando desse tipo de gênero, o escritor paulista T. H. Nolla apresenta em As Crônicas dos Quatro Cantos, o jovem William Le Fay que tenta equilibrar seus estudos sem saber que está envolvido em algo muito maior e muito mais sombrio do que perder a hora da aula.

    Ficou curioso? Saiba mais sobre o primeiro livro das crônicas: A Pedra Negra.

    SINOPSE

    Will é um jovem órfão que tenta se concentrar nas aulas e não esquecer os compromissos com seus amigos Bryan e Jennifer.

    Até que descobre que diferente de muitos ele tem poderes que provavelmente vieram da sua mãe, a feiticeira mais poderosa que existe nos Quatro Cantos.

    ANÁLISE 

    Logo no início, a obra já nos apresenta o personagem central, William Le Fay que precisa equilibrar sua rotina de estudo dentro do Castelo Vermont, como plano de fundo entre uma aula e outra algum personagem sutilmente libera recortes da história de Jamieshaven.

    Ao longo da leitura pude perceber que Jamieshaven é uma província central dentro dos Quatro Cantos, porém, não fica muito claro, pois, mesmo a obra possuindo mais de trezentas páginas, não há nenhum mapa; o que dificulta um pouco a visualização onde fica cada província.

    Também torna-se um problema quando em meios as conversas falam sobre determinado lugar e não abre espaço para entendimento, já que não oferece muitos detalhes onde fica exatamente.

    AMBIENTAÇÃO

    Mesmo assim, o escritor consegue superar esse tipo de problema quando nos mostra detalhes de ambientes apenas usando uma excelente técnica de narração que não abre espaço para tédio.

    Como, por exemplo, nesse trecho:

    “Um tinteiro e uma pena de pavão verde-esmeralda estavam próximos a um grande rolo de pergaminho em branco; seu quadro-negro, preenchido por datas históricas, localizava-se à frente de uma estante completamente forrada de adornos excêntricos e variavam de cérebros feitos de cobre a hidras prateadas; de laelaps ornamentadas com ametistas e trestrálios cravejados de diamante.”

    Ao empregar a técnica de ambientação, o livro consegue acomodar o leitor dentro da história e ao longo do trajeto fazê-lo se sentir pertencente à produção.

    Logo me senti uma aluna correndo pelas escadarias do Castelo Vermont completamente preocupada em não me atrasar para a aula de Alquimia.

    DIÁLOGOS

    A princípio os diálogos não eram muito favoráveis, uma vez que eram fracos e sem muita informação ou totalmente relevantes, mas, conforme a história foi evoluindo os diálogos se tornaram igualmente bons.

    As conversas ficaram cada vez mais interessantes, como se tivessem se aquecendo aos poucos, até chegar no momento que fiquei ávida para alguém falar, o que foi totalmente alimentado com perspicácia capaz de me deixar curiosa para o próximo capítulo.

    VEREDITO DE AS CRÔNICAS DOS QUATRO CANTOS

    É possível enxergar a habilidade do escritor e também como a saga – se continuar no mesmo ritmo que o primeiro livro – terá um grande futuro.

    Diante dos meus olhos um novo mundo com classes e raças dignas de descrição de RPG foi criado com qualidade incrível, apesar de alguns problemas.

    Com uma grande carga de referências sobre pedras preciosas, fábulas e outros universos de fantasia, As Crônicas dos Quatro Cantos é uma magnífica e envolvente criação de fantasia.

    Surpreendemente o livro foi capaz de me envolver de tal forma que espero ansiosamente o lançamento da continuação.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    CRÍTICA | As Crônicas dos Quatro Cantos - A Pedra Negra (2020, T. H. Nolla)Autor: T. H. Nolla

    Editora: Viseu

    Páginas: 328

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