CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    O longa japonês Mães de Verdade estreia nos cinemas brasileiros no dia 13 de maio. Dirigido por Naomi Kawase e baseado no romance “Asa ga Kuru”, de Mizuki Tsujimura, o filme apresenta diversas visões sobre os desafios da maternidade em várias fases da vida.

    SINOPSE

    Kiyokazu Kurihara (Arata Iura) e Satoko (Hiromi Nagasaku) são um casal que, no desejo de ter um filho, adota um bebê. Seis anos depois, enquanto vivem um feliz casamento, eles recebem uma ligação de uma mulher chamada Hikari Katakura (Aju Makita), alegando ser a mãe biológica de Asato (Reo Sato), o filho adotado pelo casal.

    Hikari diz querer seu filho de volta, chantageando a família pedindo uma alta quantia de dinheiro.

    ANÁLISE

    Mães de Verdade traz uma visão diversa sobre os desafios de ser mãe. Apesar de ter como personagens principais as mães biológica e adotiva de Asato, o longa de Kawase traz outras situações e visões da maternidade que agregam muito ao roteiro.

    A sinopse passa a impressão de que o filme se trata de um thriller, mas a realidade é que Mães de Verdade é um retrato sincero e melancólico sobre como a maternidade pode alterar a vida das mulheres, tanto de uma maneira boa, quanto de uma maneira ruim.

    Sem julgar nenhuma das personagens e suas motivações, a trama é formada por arcos que apresentam, separadamente, as histórias de Satoko, Kiyokazu e Hikari. O casal Kurihara quer muito ter um filho e, após tentarem por muito tempo, resolvem adotar uma criança. Hikari tem apenas 14 anos quando descobre estar grávida de seu namorado, que a abandona. O destino dos três se encontra nesse ponto.

    Hikari é obrigada a amadurecer rapidamente. Além disso, sua família é extremamente conservadora, e ela vive em um ambiente tóxico. Todos esses fatores mudam sua vida para sempre e, claro, a deixam completamente perdida, buscando viver em qualquer lugar que não seja o seu lar.

    CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    Kiyokazu também não sonhava em ser mãe, mas acaba cedendo às vontades do marido. É ela quem tem que abdicar de seu trabalho para criar Asato, tudo em busca da tal família perfeita. Mesmo que, com o tempo, o sonho de um acabe se tornando também o do outro, a solidão da maternidade é algo fácil de mensurar em tela.

    O contraste entre a vida de Hikari e a de seu antigo namorado é notório. Ele segue sua vida como se nada tivesse acontecido, enquanto a garota carrega o sentimento de vazio completo, tanto por perder alguém que ela considerava o amor de sua vida, quanto por ser obrigada a abrir mão de seu filho.

    O ritmo de Mães de Verdade é lento, tomando todo o tempo para mesclar belas imagens do Japão com os acontecimentos na vida dos personagens. O arco de Hikari em Baby Baton é o melhor momento do filme, pois há um grande sentimento envolto na situação daquelas várias meninas, enquanto todas elas partilham as mesmas dores.

    CRÍTICA – Mães de Verdade (2020, Naomi Kawase)

    No final, temos um desfecho agridoce para toda a situação, sem apelar para o grande drama. Entretanto, para um filme de 2 horas de duração, as definições do desfecho são abruptas e apressadas. Várias cenas poderiam ser condensadas durante a apresentação de cada personagem, sobrando mais espaço para explicar as escolhas criativas do final.

    VEREDITO

    Mães de Verdade traz um olhar sincero e melancólico sobre a maternidade. Sua construção é simples, mas delicada, com uma fotografia que consegue captar bem as belezas da paisagem. Entretanto, seu final é apressado e não consegue impactar da forma que deveria. Mesmo assim, é um bom filme.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Assista o trailer

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