CRÍTICA – O Pai Que Move Montanhas (2021, Daniel Sandu)

    Já faz um tempo que a Netflix vem investindo em filmes/séries não americanos, e por muitas vezes acertando em cheio ao nos apresentar estas novas produções.

    Recentemente a gigante do streaming adicionou ao catálogo, o longa romeno O Pai Que Move Montanhas, prometendo drama psicológico sobre a determinação e o desespero de um pai.

    O elenco conta com Adrian Titieni, Judith State e Valeriu Andriutã.

    SINOPSE

    Mircea (Adrian Titieni) é um militar aposentado que recebe a notícia que seu filho desapareceu nas montanhas e vai procurá-lo. Depois de dias de busca sem sorte, Mircea monta sua própria equipe e volta para as buscas, provocando um confronto com a equipe de resgate local, mas que não vai impedi-lo de continuar sua tentativa de resgate.

    ANÁLISE

    O longa romeno traz o sofrimento e o luto tratado de forma diferente ao tradicional. O diretor Daniel Sandu se inspirou em uma história real que aconteceu em 2009 para produzir o filme e viu-se completamente envolvido pelas notícias divulgadas nas emissoras de TV romena, cujo a resiliência dos pais da criança desaparecida nas montanhas chamou atenção. O cineasta não divulgou o final da história real, porém acredito que não tenha fugido do enredo do longa.

    O filme se desenvolve muito bem nos primeiros 40 minutos, no entanto acaba se perdendo, tornando-se algo repetitivo e um tanto cansativo. Muitos espectadores se emocionaram com o longa, porém há inúmeras críticas negativas, e eu estou entre ambos.

    Por um lado pensa-se em um pai disposto a fazer de tudo para encontrar o filho, indo desde envolver formas ilegais de busca até emergir o lado sombrio e egocêntrico do protagonista ao ponto de negar ajuda a outros pais com o mesmo sofrimento, ou colocar pessoas em risco ao subir a montanha inúmeras vezes oferecendo recompensa.

    O filme realmente envolve, pois são duas famílias em busca de seus filhos desaparecidos, mas peca em desenvolver uma mudança no segundo ato. Por outro lado, com um enredo arrastado, Sandu não desenvolve um plot para o segundo ato e não finaliza o terceiro ato; deixando a conclusão “no ar”.

    VEREDITO

    O Pai Que Move Montanhas traz amor e ódio ao espectadores e acredito que valha a pena você tirar sua própria conclusão. Cada um tem uma perspectiva diferente e a história sempre tem dois lados.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Assista ao trailer dublado:

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