CRÍTICA – The Pod Generation (2023, Sophie Barthes)

    The Pod Generation estreou no Festival de Sundance 2023, o longa é uma ficção científica com tons de drama e comédia. Escrito e dirigido por Sophie Barthes, já no elenco estão Emilia Clarke e Chiwetel Ejiofor.

    SINOPSE

    Um casal de Nova York, Rachel (Emilia Clarke) e Alvy (Chiwetel Ejiofor) vivem em um futuro não tão distante, onde a tecnologia oferece uma vida cada vez mais conveniente. Uma executiva em ascensão de uma empresa de tecnologia, Rachel consegue um lugar cobiçado no Womb Center, que oferece aos casais uma maternidade conveniente (e compartilhável) por meio de úteros artificiais destacáveis. Mas Alvy, um botânico apaixonado pela natureza, prefere uma gravidez natural. 

    ANÁLISE

    Com a tecnologia tão presente em nossas vidas e a natureza cada vez mais escassa, não é difícil imaginar um futuro onde pit stops com máscaras de oxigênio e bebês sendo gerados dentro de úteros artificiais sejam coisas normais. Sendo assim, The Pod Generation brinca com esse imaginário de um mundo mais tecnológico, mas que se mantém em sua essência humano. 

    Rachel, interpretada Emilia Clarke, é uma mulher bem sucedida que acaba de ganhar uma promoção no trabalho. Sua chefe pergunta se Rachel planeja formar uma família, mas o próprio ato de gerar uma criança pelos meios “convencionais” é visto como um empecilho, já que atrapalharia a carreira de Rachel. 

    A chefe então indica a empresa Womb Center, um lugar no qual os bebês são gerados fora do útero da mãe, em um objeto que mais se parece com um ovo de 30 centímetros. Todo o processo, desde a fecundação até o nascimento, acontece dentro desse útero artificial. Antes mesmo de sua chefe mencionar, a própria Rachel já havia se inscrito na lista de espera da empresa, sem seu marido saber. 

    Alvy, vivido por Chiwetel Ejiofor, é um botânico que acredita que a tecnologia está impedindo as pessoas de se conectarem com a natureza. Quando Rachel lhe conta sobre o plano de ter um bebê pelo Womb Center, Alvy é extremamente relutante, mas acaba aceitando por amor a esposa. Enquanto Rachel tem sonhos de que está gerando o bebe dentro dela, Alvy tenta se conectar com o útero artificial, a dualidade do casal é visível, mas não o bastante para colocá-los de lado opostos. 

    Dessa forma, o filme de Sophie Barthes mostra uma realidade plausível que ao contrário da maioria dos filmes de ficção científica, o mais recente Não Se Preocupe Querida (2022) por exemplo, não deseja criar nenhum pânico irracional do futuro. Isso porque o filme explora muito bem a relação entre tecnologia e poder corporativo, mostrando que o verdadeiro terror está no quanto normalizamos que os bons momentos em nossas vidas se tornem um evento de consumismo. 

    O bebê gerado pelo útero artificial é de Rachel e Alvy, mas o casal demora um pouco para entender que a empresa Womb Center quer ditar todo o processo de gestação e até mesmo de criação. O filme põe em debate os limites da interferência tecnológica nas nossas vidas e principalmente, nas crianças. 

    Logo, The Pod Generation satiriza esse futuro próximo em que as pessoas buscam que a tecnologia seja maior que a natureza, da mesma forma que coloca na mesa debates sobre o controle das mulheres sobre seus próprios corpos. É um longa de várias frentes, mas que deposita o seu melhor no âmago da humanidade. 

    VEREDITO

    The Pod Generation apresenta a paternidade sobre uma perspectiva diferente, mais leve e com tons de humor, porém ainda cheia de questionamentos. 

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    O trailer do longa ainda não foi liberado.

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