CRÍTICA – Road 96: Mile 0 (2023, DigixArt)

    Road 96: Mile 0 é o game prequel de Road 96. Desenvolvido pelo estúdio francês DigixArt, ganhador de diversos prêmios Pégases por Road 96 e 11-11 Memories Retold e publicado pela Ravenscourt. Ao longo do game acompanhamos a história de Zoe e Kaito, dois amigos que vivem em mundos completamente diferentes, mas que logo, serão forçados à entrar em conflito. Ambientados à um mundo cujo perigo pode surgir de onde menos se espera, um sistema cármico pode nos colocar do lado certo, da revolução, ou do lado errado, apoiando um governo totalitarista.

    Em uma realidade parecida com a nossa, após os acontecimentos de 1986, em que uma bomba explodiu e levou à ascensão de um governo fascista ao poder. Logo nos primeiros momentos, somos ambientados à uma das principais mecânicas do game e isso é genial!

    SINOPSE

    Venha conhecer Zoe e Kaito, dois amigos com vivências diferentes, em uma história que precede os acontecimentos de Road 96. Descubra como tudo começou e desafie suas crenças!

    ANÁLISE

    Mile 0

    Com uma enorme disparidade de realidades que serve para nos apresentar um abismo entre Zoe e Kaito, os dois se tornam amigos mesmo entre as maiores adversidades. Sendo pertencentes à diferentes “castas” daquela sociedade distópica, os que são considerados de “classe mais baixa”, tendem a ser percebidos como menos importantes, ou menores.

    Como Zoe é filha de um membro do alto escalão do governo, sua vida é considerada de maior importância que a de Kaito, filho de dois faz-tudos da cidade. Como citado anteriormente, a forma como o game apresenta suas dinâmicas desde seus primeiros minutos, que nos força a entender que por ser um game guiado pela história, ele precisa de um respiro.

    E esses respiros se dão em momentos que somos transportados à sequências rítmicas. Seja com Kaito e seu skate, ou com Zoe e seus patins, somos transportados à uma imaginação de momentos corriqueiros.

    Mile 0

    Com uma história curta, o game pode ser finalizado com pouco mais de 8 horas. E preciso lhes contar, algumas sequências são muito difíceis.

    O sistema de carma no jogo proporciona aos personagens 4 finais diferentes, o que torna tudo mais curioso. Pois em meio às nossas respostas, precisamos tomar decisões que terão um grande impacto no final da história. Muito diferente de Road 96, que conta a história da jornada de Zoey com as pessoas que ela encontra no meio do caminho, Mile 0 conta sua origem, a história de onde ela veio e aprofunda ainda mais seu mundo, e o qual somos ambientados desde o primeiro game.

    Ainda que exista um enorme número de personagens presentes na nossa história, poucos deles cativam ao ponto de nos fazer sentir verdadeiramente imersos nesta trama. Ainda que o que mais cative seja o plano de fundo e como a manutenção de poder é feita naquela realidade, que acaba ficando em terceiro, quarto plano e apenas pequenas pílulas de fatos são reveladas.

    Para além do que vimos até o fim do game, a realidade na qual somos introduzidos, nos faz sentir tão entorpecidos quanto desnorteados. Enquanto parece ter o intuito de contar uma história dividida em muitos arcos e games, a Digixart parece querer contar diversos lados de uma mesma história em momentos diferentes. Seja na história de Zoe como no primeiro game na série, ou a história de Kaito em possíveis e vindouros games.

    VEREDITO

    Mile 0

    Se houver um movimento de retornar cada vez mais ao passado em jogos futuros, o jogo deixa claro em Mile 0 que pode ir muito além. Mergulhando ainda mais ao passado a fim de mostrar o que aconteceu naquela história, acompanhamos como dois personagens veem suas vidas pessoas se misturarem com do mundo no qual estão inseridos.

    Mesmo que não fique claro como isso se desenrolará no futuro, ver como dois personagens tão próximos estão em dois momentos diferentes e possivelmente em lados opostos de uma guerra em movimento, o game prepara o terreno para como essa história se desenrolará no futuro.

    Road 96: Mile 0 conta com protagonistas cativantes, gameplay divertida, mas história desinteressante. Focando no que não dará retorno algum à trama, o game foca no passado e parece passar longe do futuro.

    O game foi lançado no dia 4 de abril para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X, Series S, Nintendo Switch e PC.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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