CRÍTICA – Através da Minha Janela (2021, Marçal Forès)

    Através da Minha Janela é a primeira adaptação da trilogia literária chamada Os Irmãos Hidalgo, escrita por Ariana Godoy. O longa espanhol chega à Netflix com direção e roteiro de Marçal Forès e a dupla de protagonista fica por conta dos atores Clara Galle e Julio Peña

    SINOPSE DE ATRAVÉS DA MINHA JANELA

    Raquel (Clara Galle) sempre teve a vida controlada pela mãe até conhecer Ares Hidalgo (Julio Peña). Depois que o menino começa a se mostrar mais presente em sua vida, a jovem se convence de que o fará se apaixonar por ela. A partir disso, desenvolvem um relacionamento, mas Ares não pode se comprometer.

    ANÁLISE

    Na última década, os filmes de romance adolescente atingiram sua pior fase e Através da Minha Janela é a prova. Isso porque, o longa filmado em Barcelona insiste em reproduzir um discurso romantizado sobre sexo e amor que foi visto em milhares de outros filmes até mesmo dentro do streaming da Netflix.

    Por isso, é extremamente difícil se conectar com essa história que não acrescenta nada de novo ao gênero – Uma menina tímida se apaixona por um rico e reservado rapaz, ela acha que pode mudá-lo com amor, os dois passam por aprovações, ele percebe  que a ama de verdade, os dois terminam juntos. Pode-se dizer que Através da Minha Janela é uma história digna daquelas fanfics que buscam apresentar um drama erotico em que a trama pouco importa frente ao sexo. 

    O romance até se mostra presente no longa, Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) têm uma cerca química juntos, mas o desenvolvimento é logo cortado para dar espaço a uma sequência de cenas de sexo sem nexo. Ao mesmo tempo, Raquel se mostra uma protagonista totalmente ingênua, o que é extremamente difícil de acreditar. Enquanto Ares com poucas expressões faz o papel de par romântico masculino com um passado familiar complicado. 

     Se esse era para ser um filme adolescente, o diretor e roteirista Marçal Forès errou feio. Através da Minha Janela é sobre a fetichização da adolescência e em como as mulheres precisam “mudar” homens canalhas. Além disso, não existe um diálogo que realmente se mostre interessante, os personagens trocam meia dúzia de palavras e agem de formas que pouco fazem sentido, somente para prolongar o filme.

    O interessante é que o filme se leva a sério e é percetível que o elenco de atores está realmente tentando entregar algo com o pouco que têm em mãos.  Em vista que o filme provavelmente terá uma sequência, é necessário pensar o que filmes como Através da Minha Janela tem a oferecer ao público adolescentes?  Existem outras histórias melhores que entregam melhor qualidade tudo que esse filme se propõe e que acima de tudo, não subestimar a inteligência do público.

    VEREDITO

    Através da Minha Na Janela

    Através da Minha Janela reforça estereótipos dos filmes de romance adolescente e cai em um mar de escolhas ruins. Apenas um filme ruim e sem propósito. 

    Nossa nota

    1,0/5,0

    Confira o trailer de Através da Minha Janela:

    Inscreva-se no YouTube do Feededigno

    Assista às nossas análises de filmes, séries, games e livros em nosso canal no YouTubeClique aqui e inscreva-se para acompanhar todas as semanas nossos conteúdos também por lá!

    Artigos relacionados

    TBT #286 | ‘Battleship: A Batalha dos Mares’ é ação clichê repleta de coração

    Battleship: A Batalha dos Mares é divertida ação, que tentou embarcar nas adaptações das IPs da Hasbro nos anos 2000. Confira o que achamos!

    Lançamentos Netflix: Veja o que chega em julho

    Julho já está chegando e nada melhor que ficar por dentro dos próximos lançamentos Netflix! Veja as produções da gigante do streaming.

    TBT #285 | ‘Vizinhos’ é comédia em que absurdos não param de escalar

    Os anos 2010 renderam incríveis comédias. O filme Vizinhos é a prova disso. O longa é estrelado por Seth Rogen, Rose Byrne e Zac Efron.

    TBT #284 | “Festival Sangrento” tenta emplacar horror, mas falha

    Festival Sangrento é uma curiosa crítica que acaba por abraçar o que ela parece criticar com tanto afinco. O filme falha como um horror, mas pode divertir.