CRÍTICA – Juntos Para Sempre (2019, Gail Mancuso)

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CRÍTICA - Juntos para Sempre (2019, Gail Mancuso)

Juntos Para Sempre é uma continuação de Quatro Vidas de um Cachorro (2017)  e conta a história do cãozinho Bailey, novamente dublado pelo ator Josh Gad e sua família, formada por Ethan (Dennis Quaid), Hannah (Marg Helgenberger), Gloria (Betty Gilpin) e CJ, vivida na infância por Abby Ryder Fortson, conhecida por seus trabalhos em Homem-Formiga e Homem-Formiga e a Vespa e, na vida adulta, por Kathryn Prescott, conhecida pela série Skins. Após a sua morte, Bailey recebe a missão de cuidar de CJ, criando um laço inquebrável que vai além da vida.

O longa como diversos outros filmes de drama familiar possui características semelhantes em alguns pontos: uma família amorosa e perfeita, exceto pelo fato de uma antagonista depressiva e recém viúva.

Glória é o contraponto do eixo formado pelos demais membros, pois segue a cartilha da vilã de novelas: magoada com a vida, acha que todos estão contra ela e está sempre no papel de vítima.

O primeiro ato do filme desenvolve bem os traços de uma mãe relapsa e ausente, que busca um relacionamento para preencher um vazio existencial, deixando a filha CJ em segundo plano. Para suprir essa carência, a menina resolve adotar uma cachorrinha, reencarnação de Bailey que ao longo de diversas vidas cuida incondicionalmente de sua dona. O desenvolvimento de CJ acontece em segundo plano de forma sutil e apressada, tendo sua infância contada em poucos minutos.



Um dos grandes acertos é colocar toda a história sobre a perspectiva do animalzinho, uma vez que isso dá uma leveza ao espectador, que mesmo em momentos tensos, consegue ficar mais tranquilo, pois a perspectiva de Bailey é muito mais pura e neutra, sendo mostrada de uma forma irreverente e divertida. O ótimo trabalho de dublagem de Gad ajuda muito nisso.

Outro ponto positivo é a escolha das duas atrizes que vivem CJ. A talentosa atriz mirim Abby Ryder Fortson em poucos minutos de tela nos passa a personalidade forte da protagonista, com destaque para a cena na qual confronta sua mãe, Glória, também um dos destaques de atuação. A grande estrela da trama é sem dúvidas Kathryn Prescott que nos entrega uma personagem com várias camadas, entre a doçura e a tristeza de uma mulher traumatizada por uma vida difícil, mas que ao mesmo tempo possui um carisma ímpar.

Os problemas do filme estão no roteiro. A história por vezes é arrastada e cheia de reviravoltas. A todo momento temos um fato novo que tenta forçar o espectador a se importar e gostar dos personagens. O excesso de acontecimentos faz com que a trama fique solta, como se cada ato fosse episódico, tornando o filme confuso. A fluidez é ruim e ficamos com a sensação de que o longa mais se parece com uma minissérie do que um filme.

Além disso, a escolha de Henry Lau para o papel de Trent, par romântico da protagonista não foi a melhor decisão. Apesar de simpático, o ator não consegue entregar uma boa atuação, deixando a desejar em suas cenas. O casal até possui química, mas os méritos são mais para a atriz Kathryn Prescott do que para Lau, destoando bastante quando estão juntos em tela.

Juntos Para Sempre emociona, mas escorrega numa história cheia de clichês. Com boas atuações e enredo simples, consegue cumprir seu papel e com certeza quem gosta de filmes para distrair a cabeça e chorar um pouco vai gostar, principalmente quem tem seu bichinho de estimação em casa. Quem procura um longa bem construído e que faça pensar muito, acabará se decepcionando, mas quem for de coração aberto sairá satisfeito do cinema.

Nossa nota


Assista abaixo ao trailer legendado:

Juntos Para Sempre chega aos cinemas amanhã. Lembre-se de deixar seus comentários e sua avaliação caso assista ao filme.

Nota do público
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