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CRÍTICA – O Pai da Rita (2022, Joel Zito Araújo)

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Rita

O Pai da Rita é um filme inspirado em uma das músicas brasileiras mais icônicas de todos os tempos. O samba “A Rita” lançado no álbum de 1966 intitulado Chico Buarque de Hollanda, serviu como inspiração para o filme do diretor Joel Zito Araújo e nos lança em uma comédia dramática ambientada no Bairro do Bixiga.

Estrelado por Ailton Graça, Wilson Rabelo, Léa Garcia e Elisa Lucinda, o filme nos leva por uma viagem no passado não apenas do icônico bairro paulista, mas também do samba e da história da resistência negra.

SINOPSE

Roque e Pudim, compositores da velha guarda da Vai-Vai, partilham um pequeno apartamento, décadas de amizade, o amor por sua escola de samba e uma dúvida sobre o que aconteceu com a passista Rita, paixão de ambos. No entanto, o surgimento de Ritinha, filha da grande paixão perdida, ameaça desmoronar a amizade deles.

ANÁLISE

O filme que presta uma homenagem não apenas à Chico Buarque, mas ao samba como um todo, apresenta um dos elementos mais icônicos da música brasileira, o samba – um gênero construído quase que inteiramente como uma forma de resistência.

Funcionando bem como uma adaptação da música de Chico, o filme independente e de baixo orçamento nos apresenta uma história singela e respeitosa tanto ao legado de Chico Buarque, como ao samba. Com rimas narrativas que casam não apenas com os arcos do filme, mas também com a música composta em 1966, O Pai da Rita nos apresenta uma história divertida.

“A RITA LEVOU MEU SORRISO, NO SORRISO DELA”

A trama que nos apresenta uma longeva amizade, nos leva em uma viagem de representatividade e resistência. O protagonismo de Ailton Graça e Wilson Rabelo permitem que a trama alce ares interessantes para uma trama simples de ser resolvida.

A presença da Ritinha (Jéssica Barbosa) na trama, se dá por meio de inserções bem feitas – e nos apresenta uma mulher que depois de adulta, decide ir atrás de suas raízes e encontrar seu próprio caminho ao resolver percalços do passado.

O longo vem como um respiro em meio às produções estadunidenses que não param de inundar o cinemas brasileiros. Assim como o Medida Provisória de Lázaro Ramos, O Pai da Rita mostra a força que o cinema nacional pode ter, e que ele nem sempre precisa se levar a sério.

“LEVOU OS MEUS PLANOS, MEUS POBRES ENGANOS”

A trama contida no longa, é autocentrada e seu ciclo se encerra em seus minutos finais. Uma das coisas que mais me cativam em uma produção, é ver a evolução dos personagens do início até o fim. O Pudim (Ailton Graça) e o Roque (Wilson Rabelo) são uma bela diversão e te trarão muitas risadas.

Ainda que o trailer entregue toda a trama do filme, as relações que se formam são deixadas de fora e essas relações e roteiros são os momento que Joel Zito dá espaço para seus atores brilharem.

Testemunhar a presença de Léa Garcia e Elisa Lucinda em um longa que homenageia não apenas o samba, mas também louva o trabalho de Chico Buarque e funciona como um farol de resistência é algo que merece ser citado.

VEREDITO

O Pai da Rita é divertido desde seus primeiros minutos. Sua abertura com colagens e montagens, com “A Rita” tocando de fundo dão ao filme seu tom leve e divertido que se estenderá por seus 101 minutos de duração.

4,5 / 5,0

Confira o trailer do filme:

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