O mais recente projeto do diretor Ryan Coogler (Pantera Negra) em parceria com Michael B. Jordan chegou aos cinemas no dia 17 de abril, rodeado de grandes expectativas entre as maiores produções do ano. Tendo um elenco recheado de nomes conhecidos como Wummi Wosaku, Delroy Lindo, Omar Benson Miller, Hailee Steinfeild e o próprio Jordan. Coggler além dirigir também assina o roteiro e o papel de um dos produtores do filme.
Ambientado no Mississipi em 1932, Pecadores (Sinners)conta a história dos irmãos gêmeos Smoke e Stack (Michael B. Jordan) que voltam a sua cidade natal em busca de reconstruir a vida e deixar para trás um passado de muitos traumas e medos. Na noite deste retorno um mal assombra a cidade colocando-os a confrontar uma lenda ameaçadora por trás deste ser que se esconde na escuridão.
Seria impossível não começar a falar desse filme se não pela sua direção que consegue através da utilização de uma linda simbologia a força da cultura negra em toda a sua narrativa e como isso acaba nos enfeitiçando ao longo de suas duas horas e dezessete minutos de um longa que com certeza vai elevar o status de Coogler a um dos mais renomados de sua época.
A utilização do subtexto vai te impulsionar a interpretação, o que se torna um exercício muito divertido seja através da música, dança, os excelentes diálogos construídos e podemos imaginar uma pluralidade de referências que podem ir de Raiz Amarga de David F. Walker às Crônicas Vampirescas de Anne Rice. Em Pecadores mundos colidem, dialogam e se complementam em uma excelente sinergia.
Falando nisso, até na perspectiva de uma pessoa negra, como existe um encaixe tão perfeito entre a nossa cultura e interpretação do místico com universo sobrenatural representado pela figura do vampiro. A percepção de que algo está errado apenas em uma mudança no olhar de um conhecido e a resposta imediata de quem quer que esteja falando por ele não se considere bem vindo no exato instante é um elemento inato, ancestral e se torna o ponto de partida para o conflito que se desdobra ao longo da noite.
O filme não fica apenas em um diálogo com o abstrato, utilizando-se do recorte histórico de uma época pós escravidão, transbordando em ódio contra negros por parte dos grupos de supremacistas brancos, (não que eles não existam mais por aí só pararam de esconder o rosto) para revelar sobre os outros vilões da história que podemos considerar muito mais perigosos do que vampiros.
Ainda sobre isso existe uma metáfora sobre escravidão implícita na relação entre o vampiro que inicia a onda de transformação e seus subjugados, representado na forma como ele se utiliza de seus conhecimento e memórias mas não revela nada de si.
Elementos de cena como fotografia, trilha sonora e figurino são excelentes para retratar não apenas a época onde se passa a narrativa, mas para inserir pequenas referências que são muito interessantes. Se tratando dos efeitos são a cobertura que define esta produção como um filme de terror com direito a uma boa quantidade de sangue jorrando na tela e a caracterização mais monstruosa por parte dos vampiros.
A conclusão de Pecadores chama atenção pelo desfecho dado aos gêmeos e o músico em aprendizado Sammie e pode ser interpretado como algo positivo por um lado, mas negativo por outro além de uma cena excelente ao melhor estilo Bastardos Inglórios tornando a experiência final muito satisfatória.
Apesar de ainda não termos chegado ao final do primeiro semestre acredito que Pecadores será um dos melhores filmes deste ano, uma produção de terror sobrenatural que não apenas corresponde às expectativas como as supera em diversos níveis.
5,0 / 5,0
Confira o trailer do filme:
Pecadores está nos cinemas de todo o Brasil.
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