A aquisição da Activision pela Blizzard e da Blizzard pela Microsoft fez com que muitos alertas se acendessem na cabeça dos fãs da franquia Call of Duty, com medo de que os jogos fossem se tornar exclusivos com o passar do tempo. Mas esse temor caiu por terra quando a Activision revelou que enquanto houver um PlayStation e Call of Duty, eles estarão no console da Sony, e assim foi com Modern Warfare II.
Após ter sido anunciado em Fevereiro de 2022, a continuação da história iniciada pela Infinity Ward em 2019, nos apresenta à história que funciona como a introdução do arco dos Ghosts, a equipe que é uma lenda cuja habilidades são descritas quase como sobrenaturais.
SINOPSE
O Call of Duty: Modern Warfare II coloca os jogadores dentro de um conflito global sem precedentes que conta com o retorno dos Operadores icônicos da Força-Tarefa 141.
ANÁLISE
A Força-Tarefa 141 é conhecida ao longo de diversos games como uma equipe de operações especiais multinacionais, compostas por membros ingleses, australianos, mexicanos, canadenses e americanos. Já tendo atuado anteriormente como protagonistas do Call of Duty: Modern Warfare 2, que ganhou um remaster em 2020 – game no qual testemunhamos a equipe atuar em lugares como Moscou, Rio de Janeiro e até mesmo no Afeganistão. Algo que precisa ser entendido, é que Modern Warfare I e II é ambientado antes dos games nos quais a Força-Tarefa 141 e a equipe Ghost são apresentados.
Enquanto mergulhamos na história reencontramos personagens que vimos pela última vez no game de 2020, como o Capitão Price, Ghost, Laswell e o game dá mais destaque à personagens como Gaz e Soap. No game, também somos apresentados à uma unidade inteiramente nova, Los Vaqueros – uma unidade das Forças Especiais Mexicanas -, liderada por Alejandro Vargas e Rodolfo Parra.
Como uma forma de analisar o modo campanha, ouso dizer que o progresso da IW Engine da Infinity Ward muda completamente a experiência, principalmente se compararmos ao Black Ops Cold War, de 2020 que fazia uso de uma versão modificada da IW 3.0. Mas mesmo se compararmos Modern Warfare II com o Vanguard, que fazia uso da IW 8.0, a IW 9.0 de Modern Warfare II se mostra potente e robusta.
Sem quedas de frames, mas com problemas de otimização nos menus, o game nos apresenta uma experiência narrativa que se expande por diversos lugares do mundo, mas nos apresenta uma história cuja ameaça parece ter nascido e crescido graças ao esforço americano.
Com uma história concisa, que parece saber onde quer levar a franquia, o game se mostra muito feliz nas suas escolhas criativas e nos permite entender que a criação dos Ghosts se deu de maneira muito mais “por acaso”, do que uma reunião de motivos que fez nossos personagens se aliarem. O esquadrão mexicano de elite intitulado de “Los Vaqueros” é uma brilhante adição à franquia, e enquanto personagens conhecidos passam por momentos difíceis, cabe a esses novos parceiros apoiá-los e fazer da ameaça de Shepherd e Graves algo muito mais tranquilo, ainda que ameaças de escala global nos façam pensar por diversas vezes que tudo está perdido.
MULTIPLAYER
O modo multijogador é algo que merece ser destacado. Ainda que o menu conte com problemas e alguns modos passem por certa instabilidade no PlayStation 4, o game acaba por sempre dar crash quando optamos por jogar o modo cooperativo, com 3 fases diferentes, Na Surdina, Área Restrita e Monte Zaya – cada uma das missões com diferentes modos de jogo, mas todos eles baseado em infiltração com inimigos que colocarão suas habilidades à prova.
Uma das maiores evoluções em relação aos games anteriores, é o armeiro, mas isso acaba não se mostrando tão inventivo e interessante como a Activision havia se proposto a fazer por causa do menu. Como grande parte do menu e de seus botões funcionam como os botões de um catálogo de streaming com seus grandes botões – em parte pelo fato da maior parte dos Designers de UX e UI da Activision terem vindo da Hulu – acaba por proporcionar ao armeiro um revés, tornando a experiência muito confusa. Segundo fontes apontaram antes mesmo do lançamento, os menus do game passarão por um redesign gradual. O que tornará o armeiro ainda mais interessante, de fato. E dará ao game um visual mais clean do que o atual.
Um dos aspectos que mais me incomodaram na HUB do game, é o que está listado como o Call of Duty HQ ou Quartel General Call of Duty – que é a página inicial do game, e é o local onde os jogadores poderão acessar o Modern Warfare II, o Warzone 2, Vanguard e futuros lançamentos, tudo isso tendo sido revelado por um insider antes do lançamento do game.
Ainda que o menu seja confuso e complicado de nos mostrar modos de jogo – que quase sempre ficam escondidos -, acessar sua lista de amigos de maneira rápida pode ser um desafio.
O modo multijogador conta com quatro novos modos, sendo o primeiro deles em Moshpit 3ª Pessoa, e o segundo intitulado “Resgate de Prisioneiros”, o terceiro Quartel-General e o quarto Nocaute. Antigos modos de jogo da franquia retornam, e alguns deles são muito mais dinâmicos do que no passado, como Mata-Mata em Equipe, Dominação, Localizar e Destruir, Baixa Confirmada e Zona de Conflito.
Alguns novos elementos do armeiro funcionam muito bem na partida e mudam nossa dinâmica quando entrincheirados, encurralados ou até mesmo caso queiramos tomar uma zona de conflito rapidamente. A Mina de dispersão funciona muito bem quando o negócio é deixar um pequeno presente para seus inimigos. A Bomba Antibunker pode ser colocada em uma parede a fim de garantir que inimigos do outro lado da mesma serão moídos quando ela explodir, levando todos e limpando rapidamente uma área de maneira efetiva.
A progressão ao longo desses dias antes do lançamento da season 1 tem sido rápidos. Esse que vos escreve atingiu o nível 30 sem muitas dificuldades, mesmo não sendo o melhor dos jogadores.
Algo que me desanima é o fato de algumas armas estarem disponíveis em outros modos de jogo, como cooperativo, mas quando encaramos outros inimigos no multijogador, as mesmas deixam de ser uma opção. Mas um elemento interessante, é que mesmo que não possamos usá-las no multijogador, é possível upar armas de interesse no cooperativo a fim de tirar o melhor dela quando você a liberar ao atingir certo nível.
Alguns elementos de gameplay como o matchmaking para jogadores não tão hard podem ser um ponto negativo. A definição de quem você enfrentará nas partidas é algo que não é feito de maneira tão justa, ou seja, é possível enfrentar inimigos do nível 30 mesmo estando no nível 1 – mas alguns jogadores apontam que isso melhorou com a atualização lançada na última quinta, dia 3 de Novembro.
VEREDITO
Assim como é natural, ao longo de suas duas primeiras semanas de lançamento Call of Duty: Modern Warfare II contou com alguns problemas no modo multijogador – mas o Modo Campanha ainda que difícil brilha no que se propõe. Com histórias que nos apresentam o início do Esquadrão Ghost, continuamos a história iniciada em Modern Warfare de 2020.
Mas não apenas isso. Com insights do vindouro conflito entre os Ghosts e Makarov, entendemos como sua história nos leva até o confronto com entre os Ghosts e o grupo ultranacionalista.
As surpresas e os temores de como a história pode se desenrolar no futuro aprofundando a forma como os Ghosts são mostrados, bem como sua formação pode mudar a forma como os jogadores entendem à lendária equipe. O cuidado da direção do game nos faz entender que muito além de entendermos os Ghosts como soldados quase que sobrenaturais, eles são indivíduos com histórias cujo destino está diretamente ligado à forma como seus países lidaram com ameaças quase sempre criadas por eles, como Zakhaev, Zyani, Shephered, Graves e muitos outros.
4,5 / 5,0
Call of Duty: Modern Warfare II está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC. O game foi lançado no dia 27 de outubro de 2022.
Confira o trailer:
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