Quando antigos funcionários de um grande estúdio partem para tornar seus sonhos reais, eles criam vez ou outra uma obra de arte sem precedentes. Fugindo de continuações e dando luz à uma história verdadeiramente única, Clair Obscur: Expedition 33 nos leva por uma trama original com o coração onde ele deve estar, mas leva em conta alguns dos mais brilhantes aspectos de hoje: sua narrativa envolvente, mas não menos profunda que seus maravilhosos gráficos.
Assim como Astro Bot abriu um precedente na The Game Awards de 2024, talvez Expedition 33 aponte para que o foco da indústria daqui pra frente deva ser outro. Ou pelo menos é o que os jogadores dão a entender com a repercussão que o game teve desde seu lançamento.
Diferente de tudo que vi ao longo dos quase 28 anos jogando videogame, me vi e senti imerso nas histórias do game. Não apenas na ambientação do mundo, como também dos personagens que controlamos. A cada ano, o evento chamado de Gommage acontece. Uma espécie de extinção em massa que leva de Lumière, pessoas de uma determinada idade.
A fim de impedir que isso se repita no ano seguinte, expedições partem para mudar esta história de uma vez por todas. Ao momento em que adentramos ao universo do game, acompanhamos a expedição 33. Ao lado de Gustave, Maelle, Lune, Sciel e muitos outros, acompanharemos os esforços da nossa equipe de protagonistas de impedir que o Gommage se repita mais uma vez.
GAMEPLAY, DINÂMICAS E PICTOS

Diferente de um típico RPG de turnos, Clair Obscur se aproveita de tudo que foi produzido pela indústria e o insere no dinâmico combate do game. Com sistemas de esquiva, parry, contra-ataque e muito mais, o game possui um dos sistemas de combate mais ricos em detalhes de um game de seu gênero até aqui. O que prova que a Kepler estudou e refinou conceitos dos mais diversos gêneros apenas para inseri-los aqui.
Se você pensava que Sea of Stars era rico em seu estilo pixel art, espere até ver o que a Kepler Interactive fez. Com um elenco brilhante de elenco de voz, temos Charlie Cox (Demolidor), Andy Serkis (Planeta dos Macacos) e Ben Starr (Final Fantasy XVI), o game nos traz uma sensação de familiaridade em relação a seus personagens apenas para nos arrancar toda a esperança, nos lançando em um lugar completamente desconhecido a caminho de encontrar e derrotar a Artífice.
Ao sermos lançados em um mundo que faz referência a uma Paris destruída pela Ruptura – evento que lançou a cidade fictícia de Lumière em meio ao mar e fez com ela se tornasse uma ilha, excluída do mundo real. Somos obrigados a lutar contra o fim iminente.
Diferente do que pensávamos, após a Fratura, passaram-se alguns anos sem que os habitantes de Lumière entendessem o que acontecia. E as expedições começaram a acontecer no ano 100 após a Fratura.

Distante de abordar temas baseados apenas relacionados ao combate, a história de Clair Obscur se prova muito mais profunda a todo tempo. Brincando sempre com seu nome, o Claro e o Escuro entram constantemente em conflito, nos fazendo questionar não apenas a gameplay, mas como a história funciona. Ou mesmo se há luz ante toda a escuridão presente nesta história.
Oferecendo diferentes dinâmicas a cada personagem, nosso progresso é limitado apenas pela forma como escolhemos jogar. Com builds quebradas, explorar o mundo e avançar por hordas de inimigos pode ser tanto desafiador quanto divertido se souber montá-las da forma certa. Prosseguir por um mundo repleto de perigos causa não apenas medo, como também insegurança.
Com uma quantidade razoável de grinding, é possível melhorar não apenas nossas habilidades, quanto nosso nível a fim de avançar sem problemas. Isso, caso você não use nenhum dos exploits do jogo – como o uso de equipáveis como pictos – que garantem determinadas vantagens que fornecem primeiro ataque, aumento de defesa, cura e afins, ou seja, vantagens em relação a seus inimigos em combate.
HISTÓRIA E PERSONAGENS

A riqueza em detalhes do game vão além do que pode ser visto em um primeiro plano. Seja pelas minúcias de sua história, como por tudo que se desenrola como plano de fundo, podemos compreender esta, como uma das melhores narrativas até aqui. Seja por um fim de primeiro ato abrupto, ou por nos fazer sentir de coração partido sem hesitar, Clair Obscur surpreende ao nos fazer sentir imersos em sua narrativa e em sua forma de contar história.
Por mais que games de turno, para ser mais específico, RPGs de turno não sejam meu forte, o game em um primeiro momento me chamou atenção por seu visual, mas me fez ficar por sua história. Cativando os jogadores por seu ritmo, seu tempo para contar uma história rica em detalhes, faz a Kepler Interactive mostrar a que veio.
Com pouco mais de 2 milhões de cópias tendo sido vendidas em seus primeiros 6 dias de lançamento, o game se mostra como um sucesso comercial e se coloca como um forte concorrente à categoria Jogo do Ano das mais diversas competições.
Gustave, o personagem com quem temos contato primeiro no jogo é repleto de sutilezas, assim como Maelle, Lune, Sciel e todos os outros são igualmente ricos. Conhecendo o passado deles, entendemos mais sobre suas motivações e vontades.
RIQUEZA NARRATIVA E TRILHA SONORA

A riqueza narrativa do game vai para além das conversas durante a exploração. Com um medidor de afinidade que pode ser aumentado a cada ida ao Acampamento, habilidades em conjunto podem ser desbloqueadas, mas não apenas isso.
A profundidade que pode ser vista apenas em um primeiro momento se estende a cada um dos atos do game de maneira riquíssima. Não apenas pela riqueza de detalhes artísticos, mas também narrativos, Clair Obscur garante uma experiência que fará com que todos os jogadores se apaixonem.
Vendo este mundo em um primeiro momento como um lugar quebrado e quase incompreensível. Conforme a história se expande e encontramos relatos do mundo pelos que vieram antes de nós, somos capazes de reunir histórias, detalhes sobre aqueles que caíram antes da Expedição 33. A visão daqueles que nos ambientam aquele mundo moldam também a nossa forma de ver a história, que ganham profundidade e se molda de acordo com qual personagem mais jogamos.
No controle de qualquer um dos personagens da nossa party, nossa expedição pode se tornar mais fácil, ou mais difícil. E distribuir os pontos de atributos, escolher os melhores pictos tem tudo a ver com isso. Aprender a jogar com cada um dos cinco personagens jogáveis.
Com uma trilha sonora muito elaborada e diversa, o game nos lança pelos mais diversos ritmos e nos surpreende por como nos faz sentir aquele mundo em sua plenitude.
Por se tratar de uma conquista histórica de apenas 33 pessoas de um pequeno estúdio, é certo dizer que Clair Obscur: Expedition 33 é um dos melhores games de 2025 e merece ser jogado.
Confira o trailer do game:
Clair Obscur: Expedition 33 foi lançado no dia 24 de abril para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X.

Acompanhe as lives do Feededigno no Youtube.
Estamos na Youtube transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.