CRÍTICA: ‘Indika’ é um jogo diabolicamente interessante

    Alguns jogos abordam temas delicados e situações desorganizadoras e no jogo a seguir é importante deixar o alerta de gatilho que, ao longo da narrativa, o título aborda temas sensíveis como abuso sexual e violência, portanto caso sinta-se desconfortável pare de jogar ou esteja em situações semelhantes procure ajuda com a rede suporte e autoridades da sua região. Indika é o segundo jogo desenvolvido pela empresa russa Odd Meter que precisou retirar seus funcionários do país devido ao tema principal do jogo que é publicado pela 11bits stúdios sendo lançado para a nova geração Playstation 5, Xbox Series X/S e PC via Steam.

    O jogo é dirigido e escrito por Dmitry Svetlov que também participou de Sacralith: The Archer’s Tale título de estreia da desenvolvedora que gerou muita expectativa a respeito do lançamento deste novo título que chegou às lojas digitais em 17 de maio com legenda e menus disponíveis em português.

    SINOPSE

    Indika é um jogo narrativo na terceira pessoa passado num mundo estranho, onde as visões religiosas chocam com a dura realidade. O jogo conta a história de uma jovem freira que parte numa jornada de autoconhecimento na companhia de um improvável parceiro com chifres.

    Por fora, Indika parece ser uma típica freira a tentar ajustar-se à vida difícil e monótona dos mosteiros. Mas não te deixes enganar pelo aspecto humilde e inocente desta jovem, uma vez que ela fez amizade com alguém muito improvável: ela fala com o próprio diabo.

    A ligação incomum de Indika com o Diabo vai levá-la numa missão para além das paredes seguras do mosteiro. O mundo que ela descobre só pode ser descrito como uma combinação selvagem de comédia e tragédia, saída diretamente dos romances de Dostoiévski e Bulgakov.

    ANÁLISE

    Indika

    À primeira vista a experiência de Indika causou um estranhamento por ser um jogo que em seus trailers apresentou uma estética e, inicialmente, encontramos uma aventura feita em pixel arte como um jogo de Atari e isso faz parte de toda a excelente proposta do segundo jogo da Odd Metter.

    A nível de proposta essa mescla entre uma estética mais moderna e o pixel arte funciona de forma excelente como arte por si só para o jogo pois ambos são visualmente muito impressionantes além da funcionalidade de ser uma metáfora entre os momentos mais felizes e sua situação atual muito mais triste.

    A parte estética do jogo é excelente e amplifica o tom mais sombrio que a história possui pela expressão de seus personagens que reage muito bem de acordo com os diálogos e um design de áudio que em todo mundo cria a expectativa de um jumpscare ou algum acontecimento sinistro que pode ocorrer em cena.

    Indika

    Sobre gameplay o jogo é bem linear, com a possibilidade de explorar todo o cenário e encontrar alguns itens colecionáveis e seus comandos são direcionados para ação em torno dos puzzles que irão surgir no caminho.

    Neste ponto é onde a psicodelia se torna muito mais intensa porque em alguns momentos do jogo é literalmente na base da oração que é possível sair de algumas situações por criar rupturas no cenário que funcionam como puzzles algo que me lembrou muito The Medium. Esse recurso torna a experiência muito mais imersiva dialogando com algo voltado ao terror paranormal e tornando a experiência mais intensa.

    Mas diferente do jogo da Bloomber Team que realizava uma alteração entre plano físico e etéreo através da paranormalidade em Indika tudo acontece como uma grande ruptura pelos conflitos religiosos que a personagem título possui enquanto dialoga com o seu companheiro misterioso que nada mais é que o diabo.

    Ao longo da jornada temos a companhia de Ilya outro personagem com uma situação até que semelhante à de Indika e a dinâmica entre ambos é muito semelhante que a freira tem consigo e seu outro “amigo”.

    Por incrível que pareça os dilemas menos tensos são as discussões religiosas porque é um debate a respeito dos seus dogmas com dilemas morais, algo que seja polêmico para uma pessoa mais conservadora e fervorosa nesse aspecto.
    Os temas que acredito serem mais delicados e tornam o subtexto dessa história muito mais tenso a ponto de ser necessário um alerta de gatilho de fato são além dos citados no aviso são a relação tóxica de Indika com outras colegas de convento e o próprio contexto social que está ambientado em uma região de conflito.

    VEREDITO

    Indika é uma experiência de jogo muito psicodélica, artisticamente bonita, densa e um tanto claustrofóbica em alguns momentos sendo um título que é muito interessante e abraça o que é essencial em um jogo indie.

    4,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Indika foi lançado para o PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC no dia 2 de maio.

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