Posso dizer que games de ação e infiltração fizeram parte da minha infância. Do que hoje passou a ser conhecido como “gamer”. Tendo jogado basicamente todos os Syphon Filter, Tenchu, na era do PS1, a franquia Metal Gear Solid, acabou passando abaixo do meu radar.
Tendo jogado pela primeira vez a franquia Metal Gear Solid quase 30 anos depois de seu lançamento, me vi impressionado pelo que Kojima se propunha a fazer. Sendo inovador em quase tudo que se propõe. Com gimmicks (recursos inusitados), como para enfrentar o Psycho Mantis, mudar o controle de porta para conseguir derrotá-lo, ou o fato dele ler o cartão de memória do PS1.
Ter estado de fora da história por muito tempo fez com que eu me apaixonasse por Metal Gear Solid Delta, e me fez mergulhar de cabeça na franquia. Fizemos até mesmo a cobertura de alguns títulos da franquia no nosso quadro Eu Curto Jogo Véio. Agradeço a Konami por nos enviar o código do game para produzir este conteúdo e outros que virão.
A versão Delta, remake em tempos de remaster e revitalizações de franquia

Em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, acompanhamos a história de Snake no auge da Guerra Fria, em 1964. Após ser enviado para a União Soviética, Snake precisa cumprir a missão de resgatar o Sokolov. Um cientista que trabalha em um programa secreto de desenvolvimento da super arma Shagohod, um tanque virtualmente indestrutível que pode lançar mísseis nucleares.
Por se tratar de um prequel, o game, assim, introduz novamente personagens vistos anteriormente em outros jogos da série. Como Revolver Ocelot, Major Zero, Sigint, Eva e muitos outros. Contudo, a fim de evitar spoilers, não mencionarei todos. Funcionando como uma revitalização gráfica, gamers de todas as idades tem a oportunidade de retornar a franquia e chafurdar em tudo que ela tem de melhor – e pior também.

Mudando pouco ou quase nada da história original, ouso dizer que Delta cumpre seu papel: é atualizar o game para novos públicos. Mesmo que mantenha o roteiro, direção e toda a loucura da franquia, características de Hideo Kojima.
Mesmo sem ter jogado o terceiro capítulo da franquia Solid antes do remake, ouso dizer aqui, que descobrir detalhes de sua história e explorar seus diferentes finais me causaram diferentes sensações. Ao passo que compreender que a jornada de Snake vai além de se infiltrar e completar a missão. A jornada do personagem que caminha para se tornar o personagem que conhecemos no primeiro game da franquia.

Em uma era em que remakes, remasteres têm reinado quase que soberanos, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater se mostra como um respiro e um verdadeiro deleite. Recriado completamente na Unreal Engine 5, o game nos oferece as minúcias do game original, como o Legacy Style – esquema de controles clássicos com câmera fixa e vista top-down -, legacy filter, que aplica efeitos visuais do jogo original e afins, mas inova, incluindo a visão em primeira pessoa. Isso mesmo, diferente do game original em que era possível utilizar a visão em primeira pessoa apenas ao mirar com armas específicas, agora é possível avançar por todo o jogo vendo a partir dos olhos de Snake.
Tornando a jornada e a experiência muito mais próxima da original, mergulhamos no game da maneira como ele foi pensado, sendo uma homenagem ao que foi feito no passado e também um marco para a história dos games.
Por mais que a Master Collection Vol. 1 tenha sido lançada em 2023 para os consoles da geração atual, tirar o que o game possui de melhor com novos gráficos nas atuais é respirar nova vida na franquia. Dando a ela espaço para se tornar por vezes mais do que ela foi criada para ser, como o que vem sendo feito com a franquia Resident Evil que possui ótimos remakes.

Servindo para revitalizar a franquia, mas trazendo dinâmicas que são características do game, agora revigoradas, Metal Gear Solid Delta: Snake Eater nos deixa perplexos por como ele se comporta. Proporcionando incríveis linhas narrativas, o game apresenta elementos que viriam a ser o alicerce do que a franquia viria a ser no futuro, deixando espaço para Naked Snake crescer ainda mais. Se tornando o Big Boss, o personagem ainda teria vida longa e protagonismo em continuações, não apenas movendo a trama nos planos de fundo.
Metal Gear Solid Delta: Snake Eater talvez tenha sido um dos games da franquias que mais me chamaram atenção. Não apenas por me forçar a me reinventar a todo tempo enquanto jogava. Seja pelo funcionamento deste e por como ele se comporta, controlar Naked ao longo desta jornada nos faz entender mais conceitos que viriam a ser apresentados novamente como o “Legado dos Profetas“, a Beast Corps e mais em capítulos seguintes como em MGS 4: Guns of the Patriots (2008), MGS: Peace Walker (2010) e MGS 5: The Phantom Pain (2015).

Delta nos lança por um mundo conhecido em que a União Soviética é mais uma vez colocada como a inimiga. Colocando a Terra em direção a uma possível destruição em massa, é nossa missão impedir que o projeto do Shagohod – um taque virtualmente indestrutível e extremamente poderoso – fosse concluído. Ao passo que prosseguimos, descobrimos mais minúcias e segredos mais bem guardados sobre a natureza não apenas de Snake, como de Volgin, Major Zero e também da Boss e Eva.
Brilhando em tudo que se propõe, o game é um ótimo acerto no que diz respeito a como ele se porta como um remake. Divertido, desafiador e para todo e qualquer tipo de jogador, o game contém a esquisitice característica de Kojima e um roteiro/direção curiosos.
Avançar em Metal Gear Solid Delta: Snake Eater é o mais simples a se fazer. Difícil é decidir de que forma você o fará. Se é por meio de infiltração, sem matar nenhum inimigo, atirando para todos os lados, ou misturando os dois, o game cativa por sua variedade e nos recompensa por isso.

Talvez este seja apenas o primeiro capítulo do game a ganhar um remake, o que é brilhante. Esperamos que mais e mais games da franquia ganhem o trabalho que Delta teve, distanciando-se dos gráficos do passado, mas mantendo em seu cerne o que há de melhor no game original.
Confira o trailer de lançamento:
Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, foi lançado no dia 26 de agosto de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

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