Eu cresci jogando muitos jogos no estilo Hack’n Slash e Beat’n Up, mas, na época, eu não conhecia a franquia Yakuza.
Penso que, com certeza, essa seria uma saga que eu ia amar acompanhar, como amei tantos outros jogos lançados na época de ouro do Playstation 2, e porque agora Yakuza se tornou uma das minhas obras favoritas de video-game.
Jogar Yakuza Kiwami 1 e 2 durante essas últimas semanas fez com que eu tivesse uma das minhas melhores experiências com jogos. Agradeço à Sega Brasil pelo envio da chave para poder finalmente jogar essas duas obras no Switch 2.
Ao mesmo tempo em que eu estava me divertindo em combates frenéticos, com combos divertidos, usando posturas diferentes de combate, ouvindo músicas incríveis para acompanhar esses momentos intensos de pura porradaria em um mundo 3D, eu também conheci personagens tão cativantes que a sensação foi como se eu os tivesse conhecido de verdade.
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Durante todas as 27 horas em Kiwami 1 e por volta desse tempo em Kiwami 2, eu ri em muitos momentos com esses personagens, mas eu também chorei com perdas difíceis, com momentos emocionantes, e eu senti raiva como qualquer um sentiria ao presenciar traições doloridas e intrigas muito bem esquematizadas.

Yakuza Kiwami 1 e Yakuza Kiwami 2 são relançamentos que estão chegando para o Nintendo Switch 2 agora, no dia 13 de novembro de 2025, mas esses mesmos relançamentos chegarão para PC, Xbox Series e PS5 no dia 8 de dezembro desse mesmo ano.
Eles são remakes do Yakuza 1 e do Yakuza 2, lançados originalmente para Playstation 2 em 2005 e 2006, sendo Yakuza um título bem importante na época e que buscava se tornar um sucessor espiritual de Shenmue.
Essa franquia, de fato, ganhou muita notoriedade, surpreendeu diversas pessoas e ganhou muitos fãs pelo mundo. Ver esses clássicos repaginados com tanto carinho chega a ser uma surpresa muito boa.
Os jogos são excelentes títulos para quem gosta de porradaria clássica do PS2, porém com gráficos mais atuais, jogabilidade muito mais fluida e tudo no estilo beat’n’up e hack’n’slash.
Porém, são títulos que vão muito além de gráficos novos bem bonitos e combates intensos, já que Yakuza apresenta um mundo urbano em Tokyo muito bem desenvolvido, com personagens carismáticos, histórias densas que não se limitam apenas à principal, trilha sonora boa o suficiente para não sair mais da sua playlist e diversos mini-games com humor bem japonês e da época em que foram lançados.
E, pela primeira vez, a Sega trouxe novas localizações para esses jogos. Teremos o Português do Brasil oficialmente nas legendas e também será a primeira vez em que outros idiomas chegam para esses títulos, sendo eles: Francês, Alemão, Italiano, Espanhol, Espanhol da América Latina e Russo.
Acredito que toda localização deve ser comemorada, já que, dessa forma, a franquia pode chegar a mais pessoas e, como algum sábio algum dia disse: “Se eu não joguei esse jogo ainda, ele ainda é um jogo novo.” Brincadeiras à parte, Yakuza Kiwami 1 e Kiwami 2 são ótimos títulos para servirem como porta de entrada e, ainda mais agora que estão localizados, pois tenho certeza de que isso não só torna muito mais fácil a compreensão, mas também soma muito para a imersão.
Como essa é uma série com diversos jogos publicados, muitas pessoas ficam com receio de onde começar e, com essa adição nova aos remakes, eles se tornaram excelentes escolhas para serem os primeiros jogos de quem está querendo se aventurar em Yakuza, ou até excelentes opções para quem quer revisitar eles depois de muito tempo desde sua época no Playstation 2.
Você encontra eles na eshop por R$147,90 cada ou por R$261,90 em um conjunto. Confesso que achei os preços bem interessantes; já vimos, em um passado não tão distante, empresas cobrando por mais de R$300 em Remakes e Remasters, então esses preços são bem atrativos.
Porém, existe um ponto negativo. No caso do Yakuza Kiwami 1, que já foi lançado anteriormente para Switch 1, caso você tenha o jogo e gostaria de jogar no Nintendo Switch 2 com as melhoras de resolução, não existe um pacote de upgrade para ser adquirido à parte por um valor menor. Você precisa comprar novamente o jogo completo, e o interessante é que você pode carregar seu save da versão anterior nessa nova, dando a entender que poderia existir um pacote de melhorias para facilitar isso.
Então, se você já jogou esse jogo no Switch 1 e tem pleno domínio dos idiomas disponíveis nessa versão, comprar ele novamente pode ser não tão interessante assim, mas a compra do Yakuza Kiwami 2, nesse caso, é interessante, já que não tem ele para o Switch 1.
E o Yakuza Kiwami 2 é uma grande evolução do primeiro jogo; acrescenta dispersas melhorias de vida, um combate renovado e bem mais fluido, além de gráficos ainda mais surpreendentes.
Para quem não jogou nenhum e quer aumentar a biblioteca do seu Switch 2 com dois jogos excelentes, recomendo muito a compra do bundle.
O que te espera no Yakuza Kiwami 1

Yakuza Kiwami 1 moderniza o primeiro jogo e faz isso com uma maestria absurda. Os gráficos novos são um salto imenso se comparados aos gráficos originais. Aqui também temos adições ao jogo, como as lutas com o Majima, um personagem que é impossível você não se apegar, além de um combate bem mais fluido e melhorias de vida, que são ótimas pedidas para um jogo como esse.
Nas lutas, podemos trocar a postura de combate do Kiryu, o protagonista, a qualquer momento. Variamos entre os estilos Dragão de Dojima, Brigão, Fera e Acelerado. Recomendo testar todas, variar bastante e não esquecer de investir na árvore de habilidades do personagem, para que você vá fique mais forte, mais resistente, melhore os combos e as finalizações.
Passaremos o jogo todo em uma cidade, com estilo de mapa semiaberto, chamada de Kamurocho, uma cidade relativamente pequena – e faz sentido para a época em que foi planejado o jogo – mas eu também isso, pois estou cansada de mundos vazios e sem graça que temos visto na indústria de games. Aqui temos um tamanho ideal dentro do que o game visa entregar.
Com um mundo de tamanho honesto e bem desenvolvido, passaremos a campanha toda indo de um canto a outro, conhecendo os locais, as pessoas que os frequentam e não só para a quest principal, mas para as missões secundárias também. Devo dizer que tem, sim, missões meio repetitivas nas secundárias, mas não são todas; muitas delas têm histórias um pouco mais elaboradas e que apresentam mais sobre todo esse mundo criado para o jogo, trazendo mais imersão.
Sobre a sua história

Kazuma Kiryu está a ponto de assumir sua própria família, sendo o patriarca dela nesse mundo, mas todo esse destino planejado se quebra quando ele é preso por 10 anos por um crime que não cometeu. Kiryu cresceu em um orfanato com seu melhor amigo de infância, Akira Nishikiyama, o qual virou basicamente o seu irmão de consideração e Sawamura Yumi, a moça pela qual sempre foi apaixonado.
O patriarca atual do clã Dojima, Sohei Dojima, tenta se aproveitar de Yumi e Nishiki o mata, por isso, Kiryu chegando no local e presenciando o acontecido pede para Nishiki sair dali com Yumi.
Nishikiyama aceita relutante e então vemos toda a ótica do protagonista do momento em que foi preso e expulso da família que fazia parte. Ele descobre que Yumi sumiu e ao finalmente sair da cadeia percebe que seu irmão mudou muito, agora sendo uma pessoa totalmente diferente.
Kiryu acaba envolvido numa guerra entre clãs Yakuza que estão em busca dos 10 bilhões que foram roubados do clã Tojo.
Para onde foi esse dinheiro? Quem são os culpados? Quem está tramando contra Kiryu e seus aliados? Quem tentou matar Kazama? A partir daqui iremos investigar e descobrir tudo em meio a diversos momentos dignos de filmes com muitas sequências de ação da época.
O que você encontra em Yakuza Kiwami 2

Quase tudo sobre a jogabilidade se mantém aqui, porém com tudo melhorado. A jogabilidade tá muito melhor, bem mais responsiva e fluida; o que talvez você possa achar meio estranho ou difícil de controlar no primeiro jogo, no segundo jogo foi melhorado com certeza.
Não temos mais as posturas de combate neste jogo; agora o combate mistura todas as técnicas vistas anteriormente em um estilo só, mas ainda temos árvores de habilidades para podermos upar nosso personagem ao longo do tempo.
O jogo, em si, melhora todos os gráficos, mais do que já vimos na melhoria gráfica que o primeiro jogo recebeu. Porém, não só isso, já que também temos loadings mais rápidos; em alguns locais nem loadings tem mais, como, por exemplo, no primeiro você tinha um loading para cada vez que ia entrar em uma loja, e aqui não tem mais isso.
O mapa conta com visualização melhor, agora com uma ideia de relevo em 3D, parecendo uma maquete e dando profundidade; bem mais fácil de ler o mapa. E, dessa vez, poderemos explorar mais uma cidade, então, além de Kamurocho, teremos a Sotenbori. Igualmente no primeiro, mantenho que esses locais grandes semi-abertos são feitos na medida certa, funcionam muito bem e dão uma sensação de cidade viva em ambas. O jogo te deixa transitar entre elas usando táxi, que é uma espécie de viagem rápida para pontos específicos do mapa, uma mecânica que já existia no primeiro Kiwami.
Kiryu adquire experiência batalhando, mas também comendo nos restaurantes das cidades como era antes, porém de uma forma bem mais rápida e com loadings menores, além de um visual bem mais agradável nos “layouts” desenvolvidos.
Podemos usar itens; antes, você poderia ter um item por “slot” do inventário, mas, agora, se os itens são iguais, eles podem ocupar um mesmo espaço – ótimo para carregar bastante item de recuperação de vida e cólera (a nossa “mana” do jogo). As setas do controle, que antes trocavam de postura, agora servem para equiparmos armas mais facilmente. Temos uma variedade maior de armas e até de objetos no cenário para usarmos como armas.
Algumas das armas que aparecem em combate agora poderemos guardar para usar depois; basta ter um símbolo de “bolsa” em cima dessas armas para que saiba que pode guardá-las com você.
Então já deu para entender que o segundo jogo renova e melhora tudo relacionado à jogabilidade e gráficos que vimos no primeiro.
A única coisa que me deixou decepcionada com esse título é que ele tem algumas quedas de FPS, assim como tinha nas plataformas em que foi lançado anteriormente, mas aqui são um pouco menos constantes.
Isso não te impede de jogar, mas todos que estavam sonhando com uma performance totalmente corrigida por aqui talvez se decepcionem ao verem que ainda temos leves quedas de FPS. Diferente do Yakuza 0, que roda a 60 FPS, o Kiwami 2 parece rodar a 30 FPS.
Ambos os jogos ficam lindos jogando na tela portátil do Switch 2 – é o que me surpreendeu – mas também ficam lindos jogados no modo TV a 4K. Porém, infelizmente, algumas cinemáticas não tiveram upgrade de resolução; sendo assim, em algumas delas vemos cenários pixelizados, e isso fica bem mais evidente no modo TV.
Vamos falar da sua história

Evitarei spoilers do primeiro jogo, falando por cima para não prejudicar a experiência de quem ainda vai jogar o Kiwami 1.
Yakuza Kiwami 2 se passa cerca de um ano depois dos eventos do Kiwami 1. A família Tojo não conseguiu se reerguer e se reestruturar ainda, pois tudo que aconteceu no primeiro jogo foi muito intenso. Existe um conflito entre eles e o Dragão de Kansai, que busca justamente enterrar de vez o Clã Tojo, enquanto o Clã Tojo busca por uma forma de apaziguar e até estabelecer uma aliança para evitar uma futura guerra.
Um personagem importante e querido é morto, sendo o pilar para o que vem pela frente. Kiryu vai a Kamurocho na intenção de acertar contas, assumir erros e repensar decisões que tomou no passado.
Devemos, mais uma vez, descobrir uma forma de ter paz entre os clãs, buscar a reconstrução sólida do Clã Tojo, enquanto se mantém vivo diante de tantas dificuldades que virão.
A história do segundo jogo consegue ser igualmente boa e forte, mostrando o rumo e o tom que a série quer tomar com os demais jogos que seguem o protagonista Kiryu. Para quem tem curiosidade, Kiryu é protagonista dos jogos numerados do 0 até 6 na saga.

E temos um bônus bem interessante no Kiwami 2, onde veremos mais sobre o Goro Majima, personagem igualmente importante e carismático, que com certeza conquista o coração de muitos fãs. É difícil não gostar desse personagem, então provavelmente você vai querer jogar esse extra. Esse extra é bem curto, são apenas 3 capítulos, mas é bem interessante.
Inclusive, eu gostei tanto desses dois jogos que eu fui atrás de comprar o Yakuza 0 Director’s Cut para o Switch 2 e igualmente recomendo ele para quem gostar desses jogos e quiser saber o que acontece antes desses títulos. Mas, infelizmente, o 0 não possui legendas em PT-BR e o preço dele é maior, sendo R$249,90 na eshop; recomendo aguardar por uma boa promoção. Torço muito para que a Sega localize esse título e outros da franquia no futuro.
Conclusão

Vale a pena “descobrir” ou “redescobrir” Yakuza Kiwami 1 e 2 em 2025, sim. São excelentes títulos clássicos repaginados com visuais e combates modernos, com excelentes adições de novidades como extras, diálogos, localizações e afins que não vimos nas suas primeiras versões.
Você encontrará neles um mundo bem desenvolvido e personagens marcantes. Se gosta de histórias densas, estilo urbano de Tokyo, filmes de ação dos anos 2000 com temática de máfia, Yakuza, crime organizado e combate no estilo Beat ‘n’ Up ou Hack ‘n’ Slash, tem uma chance enorme de Yakuza ficar no seu coração também.
Tem, sim, pontos negativos, como mencionei no texto: algumas quedas de FPS no Kiwami 2, algumas cinemáticas ficarão pixeladas em resolução maior, ou a questão de não existir um pacote de upgrade para o Switch 2 para quem já tem a versão do Kiwami 1 no Switch 1, sendo necessário recomprar o jogo nesse caso. Nesse último caso, você pode optar pela compra apenas do segundo jogo.
Tudo que você viver no primeiro jogo será aprimorado no segundo jogo. São jogos relativamente curtos, então, para aqueles jogadores que têm pouco tempo disponível, ambos podem ser zerados por volta das 18h ou 20h de gameplay; você vai além caso queira buscar o 100% ou ao menos fazer um pouco mais do que a missão principal.
Eu não fiz 100% dos games, mas fiz mais do que a missão principal e achei que valeu a pena conhecer mais desse universo. Tem missões secundárias interessantes que fizeram valer a pena essas 27h–30h de game em cada um.
Confira o trailer do game:

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