CRÍTICA: ‘Skate Story’ a Divina Comédia dos esportes radicais 

    Jogos com o tema de esportes radicais são uma experiência que sempre considerei muito divertida, marcando uma época de grande relevância principalmente os títulos cujo o centro das atenções era o skate e neste último mês de 2025 chega uma novidade muito interessante com o lançamento de Skate Story.

    O título é idealizado pelo desenvolvedor Sam Eng, tendo sua distribuição realizada pela Devolver Digital, lançado para Playstation 5 incluso na assinatura da Playstation Plus, Nintendo Switch 2 e para computadores via loja digital Steam com seu lançamento oficial ocorrendo em 8 de dezembro sendo precedida por uma demo dois meses antes para PC.

    O enredo de Skate Story é sobre um demônio que não tem um rosto visível ou uma identidade sendo conhecido apenas conhecido como o skatista de vidro cujo o sonho é poder devorar a lua para poder escapar do submundo encontrando paz e liberdade.

    Acredito que esse é um dos melhores jogos deste ano porque não vai ser uma experiência limitada apenas a reprodução do esporte radical em si, mas uma história que achei muito atraente que na minha interpretação remete a obras filosóficas como A Divina Comédia.

    Skate Story

    Apesar de ter uma duração que seria considerada curta para os padrões modernos de games, podendo finalizar o jogo em torno de 8 ou 10 horas, ainda temos uma experiência muito gratificante e uma jornada que considero muito lúdica em termos de narrativa.

    Todas as mecânicas do nosso protagonista de vidro são muito fáceis de aprender desde a simples remada para aumentar a velocidade ao Hellflip, uma manobra estilosa que aumenta uma pontuação de um combo mas não tem o mesmo efeito se repetida com muita frequência e isso é muito interessante principalmente quando comparamos a jogos cujo cerne é justamente repetir as acrobacias para gerar pontos até quase chegar a exaustão.

    Outro ponto muito elogiável nessa jornada se apresenta na fase de tutorial que passamos para aprender as manobras, com uma explicação detalhada que vai além de apenas aprender a combinação de botões para realizar o comando, mas a física entorno da manobra no mundo real e isso acredito que seja um incentivo através da arte dos games para que algum jovem ou até mais velho tenha paixão por esse esporte no mundo real também.

    Skate Story é uma experiência repleta de psicodelia que não fica apenas no que compreendemos da história como também em outros elementos técnicos como o design dos personagens, cenários, iluminação e até em pontos como as legendas inseridas de uma forma muito mais poética do que uma prosa. A trilha sonora composta pelo coletivo musical do gênero indie pop experimental Blood Culture é um componente que vai abraçar todos os elementos visuais e fazer o percurso entre as fases algo muito mais divertido, afinal o que seria um jogo de skate sem uma boa trilha sonora?

    Mesmo com essa quantidade de estímulos entregues ao longo do jogo, o que fica mais claro durante esse processo é que sua essência está firmemente plantada em algo extremamente simples que é andar de skate. Isso fica evidente quando analisamos o level design que combina fases que são em boa parte uma linha reta com algumas curvas e espaços abertos como se estivéssemos em um skate park com uma camada mais sobrenatural.

    Anteriormente, eu citei A Divina Comédia como uma das reflexões que tive no meu contato com Skate Story, e um dos pontos que me levaram a essa lembrança é a forma como ocorre a disposição da história: são nove capítulos, semelhantes aos nove círculos que Dante cruza ao lado de Virgílio até a chegada ao purgatório, além de um prólogo que vai concluir a história.

    Sendo assim, em cada etapa há um confronto de chefe que precisa ser derrotado após realizarmos combos de manobras, acompanhados de um comando de cravar para causar dano, rumo ao objetivo principal do skatista de vidro, que é comer a lua e se ver livre.

    Pensando a respeito do protagonista é muito interessante como a sua própria constituição pode falar muito sobre ele, um personagem que não vai verbalizar nada, mas sendo uma criatura com uma constituição muito frágil andando em algo que para ele pode ser considerado muito perigoso em busca de seu objetivo.

    Skate Story mostra a essência do que significa jogo indie que combina a simplicidade de comandos, elementos visuais, sonoros muito bem produzidos e uma história que vai abraçar a psicodelia para entregar uma mensagem interpretativa muito conectada a experiência prazerosa de andar de Skate.

    Nossa nota

    Confira o trailer do game:

    Acompanhe as lives do Feededigno no Youtube.

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