Soulslikes sempre me tiraram a paciência e a vontade de avançar por suas histórias. Em grande parte por quase todos serem feitos pela FromSoftware, empresa que guarda suas histórias não só em cutscenes, mas na descrição dos itens encontrados pelo game. Por serem ligeiramente cansativos, ou desafiadores demais, estes exigiam de mim o que não tenho: paciência. E por isso, me vi fora das experiências narrativas e de gameplay vezes demais para o meu gosto. The First Berserker: Khazan me desafiou, mas me prendeu a todo momento.
Khazan nos força o tempo todo a nos adaptarmos, mas, acima de tudo, a experimentarmos. Com fortes aspectos de RPG, o game me surpreendeu, me lançou em uma história poderosa e me fez sentir imerso tanto pelo combate quanto pelo simples fato de me despertar a vontade de me sair melhor nele.
Ao longo do game, me vi surpreso por conseguir passar de alguns bosses de primeira, mas outros que me tomaram duas, três ou até 4 horas para avançar. Isso mesmo Viper, é de você que estou falando.
Ambientado no mundo de Dungeon & Fighter, criado pela Neople, subsidiária da Nexon. Ambientada no mesmo mundo dos games da desenvolvedora, mas 800 anos antes da história de Dungeon & Fighter – como o título do jogo menciona -, conhecemos Khazan, o primeiro Berserker, que após ser acusado de traição é torturado até a morte. Diferente dos games anteriores, em que Berserker era uma classe, em Khazan, testemunhamos o início do que ficaria conhecida como “A Síndrome Khazan.”
Com uma origem humilde, Khazan rapidamente vence o seu destino e se torna um dos generais mais valorosos do exército do Império Pell Los.
As habilidades de Khazan se provaram mais poderosas do que o esperado

Durante o reinado no qual Khazan ascendeu às fileiras como um poderoso general, ele provou seu valor ao derrotar uma das maiores ameaças que o reino de Pell Los já havia visto e junto do Arquimago Ozma, ele derrotou o grande dragão berserk, Hismar.
Mesmo protegendo a todos do reino, Khazan e Ozma testemunharam suas quedas no ponto mais alto de suas respectivas carreiras. Ao passo em que sua lenda crescia, os temores e a inveja daqueles que não confiavam neles, também.
Enquanto Ozma foi torturado e executado, Khazan foi exilado nas montanhas nevadas com seus braços cortados – para que ele nunca mais empunhasse sua arma e buscasse vingança.

Ao chegar nas montanhas nevadas, por um tipo de “intervenção divina,” uma avalanche atingiu a carruagem que o levava até seu exílio e após ser dado como morto, nosso herói sobreviveu, mas foi deixado à beira da morte.
Em seu momento mais sombrio, Khazan foi possuído pelo espírito da Lâmina Fantasma, que o tentava dominar para assim controlar seu corpo. E enquanto ele era restaurado, sua força voltava e suas feridas eram curadas. Mas sua alma havia sido marcada para sempre. Pois a mesma maldição que o conferia uma enorme força, o transformava no Primeiro Berserker.
Khazan então partiu das montanhas como uma poderosa força vingativa, procurando descobrir detalhes de sua traição e levar até os responsáveis uma força imparável.
Khazan e habilidades

Khazan é um daqueles “protagonistas silenciosos,” cuja história se desenrola por meio de suas ações. Desde protegendo aldeões, até derrotando criaturas poderosas, conhecemos a verdadeira índole do personagem. Diferente de um mundo aberto como visto em determinados games souls, aqui, temos um sistema de fase que costuma nos levar por três níveis diferentes até o boss que nos aguarda até o final da missão.
Tendo bosses mais difíceis do que um game das franquias Souls, ouso dizer, que em seu cerne, The First Berserker se assemelha mais a Nioh por seus sistemas e progresso. O que vemos em Nioh também é visto aqui, mas para ser mais específico, além do visual, temos uma skill tree para cada uma das armas. Mas lembra ao mesmo tempo, Monster Hunter.
Sendo elas armas de dupla empunhadura, espadas longas ou lanças, cada uma delas faz o game ser completamente diferente. Mas não para por aí. Uma função brilhante do game, é o fato da gente poder redistribuir quantas vezes quiser os pontos de habilidades pela Skill Tree sem gastar nenhum item para isso. Mas também o fato do game mudar de acordo com as armas que empunhamos, força os jogadores a se adaptarem e escolherem a arma com que jogam melhor.

Mas não apenas isso, cada arma possui aspectos que beneficiam certos tipos de gameplay. Para jogadores focados em ação e combate de curta e média distância, as armas de empunhadura dupla talvez sejam a melhor pedida. Já para os que preferem usar parry em combate, os jogadores talvez escolham usar a espada longa. Agora, para os jogadores que preferem a esquiva, recomendo o uso de lanças. Este último foi o meu favorito, que mesmo a esquiva – no último segundo -, causa dano ao inimigo.
A árvore de habilidades de Khazan giram em torno destas 3 armas e um quarto galho descende delas. Ou melhor, é referente aos movimentos defensivos e de esquiva.
Outro ponto interessante do game vem do fato de que toda peça de armadura que você encontra no game – independente de sua raridade -, possui um conjunto. E este conjunto confere benefícios únicos de status.
HUB e mais!

A HUB do game, ou melhor, nosso acampamento se dá na Fenda. O ponto intermediário entre o mundo real, espiritual e é também, o ponto de partida das missões. As missões do game é o que nos lança nas fases deste. Separando a história de Khazan dos outros habitantes de Arad, é possível reunir um número interessante de aliados. E a fim de descobrir a razão do nosso personagem ter sido possuído e o que perturba o mundo da magia, o ex-general faz um pacto com o Espírito da Espada, e pode fazer uso da Espectromorfose, que o confere poderes dos espectros que escolhemos ter ao nosso lado.
Podendo coletar recursos, forjar itens e até mesmo melhorar os que já temos, Khazan precisará resgatar aliados preciosos que irão propiciar seu progresso por meio de auxílios únicos. Por meio de uma jornada que irá nos lançar por um mundo rico em detalhes, visual estonteante e uma mecânica redonda em tudo que promete, The First Berserker: Khazan talvez seja o soulslike que mais me prendeu atenção e me fez querer melhorar no que diz respeito às suas mecânicas.
Rico em minúcias, este deve ser o game do gênero de maior esmero e detalhes em relação à árvore de habilidades e em nos proporcionar diferentes dinâmicas e mecânicas dentro dele mesmo.
Por mais que o diretor do game o chame de um RPG de ação, está claro que ele se embebeu de referências como Demon’s Soul, Nioh, Dark Souls, Elden Ring e Sekiro.
Ao passo em que nos desafia, Khazan nos mostra que mesmo possuído é mais humano e real do que todos os outros jogos do mesmo gênero. Enquanto chafurda nas referência mitológicas como Charon, a Nexon cria aqui um game direto ao ponto e um dos pontos mais altos do que gênero que foi criado em 2009, por Hidetaka Miyazaki.
5,0 / 5,0
Confira o trailer do game:
The First Berserker: Khazan foi lançado no dia 27 de março para o PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

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