EU CURTO JOGO VÉIO #34 | ‘Vagrant Story’ completa 25 anos e merece ser revisitado

    Em uma era em que RPGs de turno fizeram história, a Squaresoft – antes da fusão da empresa com a Enix -, brilhou ao desenvolver um RPG em tempo real que parece ter sido esquecido no tempo. Com uma fórmula e liberdade criativa, a Square e Yasumi Matsuno – criador de Final Fantasy Tactics e Tactics Ogre – desenvolveram Vagrant Story, um RPG com visão isométrica. Com uma história rica, combate estratégico e uma mecânica que tenta tirar o máximo da capacidade gráfica do PlayStation, somos lançados a história do game.

    Ao contrário dos últimos lançamentos de Final Fantasy ao fim dos anos 90, nos quais a Square costumava utilizar cutscenes cinematográficas em CGI, neste título as cenas são renderizadas em tempo real com polígonos 3D. Os mesmos polígonos presentes no desenrolar do game.

    Na época, acreditava-se que o game era único graças a seus gráficos que realmente tiravam o fôlego. É dito também que graças ao que o game exigia, mais da metade de sua história foi cortada para que coubesse na mídia, e a modelagem dos assets levaria mais tempo do que o desejado para o lançamento do game.

    Ambientado no reino de Valendia, controlamos Ashley Riot, um agente de elite que vai até o reino de Leá Monde acompanhado por sua parceira Callo Merlose para entender a ligação do Duque com o culto e encontrar o filho que fora raptado pelo culto Mullenkamp. Em meio à uma tentativa de golpe de estado, somos lançados por uma história repleta de perigos vindos não apenas dos “revolucionários,” como também das criaturas corrompidas pela energia maligna que corrompeu a cidade.

    Vagrant Story

    Sendo necessário prestar atenção a todo tempo sobre o que nos rodeia, é necessário planejar e sempre pensar nos próximos passos. Com elementos táticos de RPG, e um quê de turnos, Ashley é obrigado a prestar atenção a todo o tempo por onde pisa. Ou inimigos podem dar fim ao seu progresso de uma vez por todas.

    Tendo sido jogado por mim pouco tempo depois do game completar 25 anos, me senti imerso e proporcionalmente, incrédulo pelo fato da Square ter esquecido o game e nunca feito um remake/remaster desta aventura.

    Com um enredo rico, como o da própria cidade de Leá Monde – que 25 anos antes do momento da história sofreu perdas irreparáveis graças a um terremoto -, Ashley e até mesmo dos vilões, Vagrant Story se faz divertido no que se propõe, mas causa incômodos por sua gameplay.

    Vagrant Story

    Com gráficos, texturas ricos em detalhes, mas outros nem tanto, é fácil confundir os personagens – pois se parecem muito.

    Graças a uma variedade de equipamentos, habilidades e menus contextuais consumo de itens e combate, é possível escolher qual parte do corpo inimigo atacar. Seja na cabeça, torso, braços, pernas, e até mesmo nas asas ou cauda, é possível destruir inimigos da maneira que você quiser.

    Com itens que favorecem nosso progresso e armadilhas mágicas espalhadas pelos níveis – algumas até mesmo de cura -, entendemos a riqueza de detalhes presentes neste game.

    Religião e poder nunca devem se misturar

    Vagrant Story

    Um dos focos centrais do game é o impacto e o quão problemático é misturar poder com religião. Antes mesmo da nossa história começar, Ashley perde sua esposa Tia e seu filho Marco. Após o fatídico acontecimento, Ashley entra nas forças de pacificação da cidade e se torna um soldado de elite.

    Após ser enviado para investigar a ligação do Duque Bardorba com o culto Mullenkamp. Ao chegar na cidade, descobre que o filho do Duque fora sequestrado e parte em busca do jovem.

    Após ter ganho poder o suficiente para atuar dentro da cidade, Sydney – líder do culto – passa a conhecer seus segredos mais obscuros e se aproveitar da condição daquele reino fraturado pelo terremoto ocorrido 25 anos antes.

    Conforme a história de Leá Monde se mistura com a de Ashley, Sydney e do Bispo da cidade, o game ganha profundidade e nos lança por uma das maiores aventuras já feitas pela Square e por Yasumi Matsuno. Ainda que hoje seus gráficos deixem a desejar se comparados a games mais recentes da desenvolvedora, Vagrant Story merece ser jogado e admirado pelo que ele é: um marco do mundo dos games.

    Vagrant Story completou 25 anos de seu lançamento no dia 10 de fevereiro.

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