Março de 1939. Essa icônica data marca o cabeçalho da Detective Comics #27, uma das revistas mais ambiciosas entre os colecionadores de quadrinhos. Em suas páginas, estava prestes a chegar pela primeira vez um dos super-heróis mais populares de todos os tempos.
O pseudônimo de Bruce Wayne completa 80 anos, marcados por muitas transformações, descobertas, desafios, e principalmente, por marcas.
Descubra como surgiram os principais elementos que fizeram do Batman um símbolo mundial.
A CRIAÇÃO DO MORCEGO
Quando o ilustrador Bob Kane começou a rascunhá-lo, ele já tinha em mente uma série de elementos inspiratórios.
O primeiro pensamento de Kane foi dar asas ao herói, ele recordou-se do Ornitóptero, invenção de Leonardo Da Vinci e, quase por associação, teve a ideia de caracterizá-lo como um morcego, pela semelhança no formato das asas. O uniforme também possui características de um herói famoso da década de 20, o Zorro.
Agora, com um personagem quase finalizado, ainda restava algo: a sua história. Bob Kane já assumiu que durante a criação do Morcego, nunca pensou em seu enredo de forma definitiva. Então, ele aplicou várias referências e elementos de outros personagens como Sherlock Holmes e D’rtagnan, membro dos Três Mosqueteiros. Com a junção dessas personalidades, Batman se tornou um investigador em busca da correção de injustiças – essa é a essência do vigilante de Gotham.
O NASCIMENTO DA LENDA
O mundo conheceu o seu passado na Detective Comics #33, seis edições após sua estreia. Com o retorno de Bill Finger, o primeiro roteirista do Batman e considerado co-criador do personagem, junto com Kane, eles produziram uma história de duas páginas esclarecendo a narrativa: o jovem Bruce Wayne presencia a morte de seus pais e, após se preparar para tornar-se um combatente do crime, percebe que precisa de um disfarce. Neste momento, um morcego entra por sua janela e ele interpreta o acontecido como um sinal.
O MENINO PRODÍGIO
É raro não associar a imagem de Batman ao seu jovem ajudante, Robin. O menino prodígio apareceu nas páginas da Detective Comics, em 1940, e desde então se tornou o fiel assistente mais famoso dos quadrinhos.
Foi com ele que, no mesmo ano, Batman, enfim, tornou-se um título próprio. Além de Kane e Finger, o assistente do ilustrador no ano, Jerry Robinson, também ganha créditos sobre sua criação.
O original era Dick Grayson, filho pródigo de Bruce Wayne, que o adotou ao saber que possuía uma história semelhante à sua.
A crítica ao personagem foi positiva e o número de vendas do quadrinho duplicou. Ele até estrelou suas aventuras solo com o Robin e, durante a década de 80, tornou-se outro famoso herói da DC Comics: o Asa Noturna.
Quem assumiu o posto de ajudante do Batman logo em seguida foi Jason Todd, que chegou ao cargo em 1983. Ele não durou tanto. Após seis anos, uma votação entre os fãs por telefone definiu que ele deveria ser morto pelo Coringa na história de Jim Starlin por ‘Morte em Família‘.
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Sendo assim, Tim Drake assume a função no mesmo ano e fica até 2009, quando o próprio filho de Bruce Wayne, Damian, ganha o posto de ajudante.
Uma curiosidade: em uma história paralela, o Robin já foi mulher; A jovem Stephanie Brown. Entretanto, também tendo um fim trágico e breve. Em alguns arcos, ela seguiu aparecendo como Batgirl.
VILÕES MEMORÁVEIS
Quando se pensa em Batman, é difícil não lembrar dos elaborados e cativantes antagonistas de suas histórias, ambos com as suas motivações e estados psicológicos instáveis, muitas vezes mais apreciados que o próprio herói.
O Homem Morcego tem uma das galerias de vilões mais complexas dos quadrinhos. Não são apenas pessoas más, muitos deles são apenas reflexos do próprio Bruce.
(Em breve, vamos fazer uma matéria especial exclusivamente abordando com mais detalhes os vilões ao redor de Gotham e as principais histórias do Morcego como guia de leitura.)
A PRIMEIRA SÉRIE DE TV
Não demorou muito para que Batman ganhasse vida e invadisse a TV. Em 1960, o personagem foi interpretado por Adam West, antagonizado pela cômica versão do Coringa de Cesar Romero, que serviu como base para a inspiração de outras versões do Palhaço Príncipe do Crime nos cinemas, como Jack Nicholson e Heath Ledger.
Desde então, Bruce Wayne e seus coadjuvantes, como Arlequina, Coringa, Mulher-Gato, Bane e Charada apareceram em diversos programas televisivos conquistando o público pelo seu diferencial na exploração de cada personagem.
A SÉRIE ANIMADA
Abordando tanto o frágil aspecto psicológico do herói e de seus conturbados vilões, a animação imediatamente se tornou um sucesso de público e até chegou a ganhar importantes premiações da TV americana, como o Emmy.
E com as memoráveis atuações de Kevin Conroy como Batman e Mark Hammil como Coringa (que são considerados as atuações definitivas dos personagens) a animação rendeu quatro temporadas de sucesso e abriu portas para importantes produções futuras que também viriam a se tornar sucessos, como Superman – A Série Animada, Batman do Futuro e Liga da Justiça.
A TRILOGIA CINEMATOGRÁFICA DE NOLAN
Embora nos quadrinhos ele nunca tenha perdido sua relevância, um ano importante para o renascimento do herói em outras mídias foi 2005. Com o lançamento de Batman Begins, a trilogia dirigida por Christopher Nolan tinha início.
O Cavaleiro das Trevas (2008), que contou com a excepcional e memorável atuação de Heath Ledger como o brutal Coringa, arrebatando prêmios como o Oscar (Melhor Ator Coadjuvante para Ledger, ganhando um Oscar póstumo), o Globo de Ouro, o Bafta e o prêmio do Sindicato dos Atores, podemos dizer que o filme praticamente consolidou o gênero de super-heróis como um formato viável nos cinemas causando um efeito contrário na criação dos quadrinhos.
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DETECTIVE COMICS #1000
Em homenagem ao histórico editorial do super-herói, a DC Comics celebra os 80 anos do vigilante de Gotham lançando a edição Detective Comics #1000, que traz diversos artistas criando histórias curtas para o filantropo Bruce Wayne.
Vida longa ao Morcego de Gotham!
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