CRÍTICA – A Liga Extraordinária: Dossiê Negro (2016, Devir)

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Liga Extraordinária

No quadrinho com roteiro de Alan Moore e as incríveis artes de Kevin O’Neil, viajamos pelas mais diversas encarnações da Liga Extraordinária, e conhecemos bem mais da história de um de seus membros fundadores mais longevos, Bio, Vita, ou Orlando, chame-o como quiser.

A história de Moore, mostra como o mundo que testemunhamos em suas páginas é diverso, fantástico e único.

Se distanciando de seus outros roteiros como Um Pequeno Assassinato, V de Vingança, Do Inferno, Batman: A Piada Mortal e Watchmen; A Liga Extraordinária: Dossiê Negro mostra o quão longe Alan Moore pode ir, e vai além.

Em um mundo bem parecido com o nosso, Moore nos apresenta uma dupla de espiões que põe as mãos no conhecido Dossiê Negro, documento com um relato detalhado sobre as mais diversas versões e gerações da Liga Extraordinária.

Liga Extraordinária

Tendo como arcabouço a história real do nosso mundo, Moore implementa a ele tons mais fantásticos. Elucubrando sobre o quão longe nosso mundo poderia ter ido, se criaturas fantásticas estivessem pela Terra desde que os primeiros hominídeos começaram a caminhar pelas mesmas.

A introdução de Cthulhu Mythos, seres celestiais do Antigo Testamento, deuses da Mesopotâmia, e até mesmo a inclusão de fadas na história, torna tudo ainda mais fantástico de ser lido, ao notar que tudo isso é amarrado por um personagem fictício imortal, nascido em 1260 a.C. na antiga Tebas.

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Incrivelmente, o personagem Bio, é filho de um dos mais icônicos profetas da mitologia grega por ter previsto a trágica vida de Édipo, cuja narrativa é contada na peça Édipo Rei, de Sófocles, escrita em 427 a.C.. Tal história é contada em atos, separando as muitas vidas do personagem, chegando até a sua atual persona.

A singularidade desse mundo, é contada lentamente por meio um dossiê, ou o Dossiê Negro, que dá nome ao quadrinho. O dossiê é um documento que registra fielmente cada um dos acontecimentos que não só Orlando vivencia, mas também, outros membros das diversas gerações da Liga Extraordinária.

Alan Moore vai além, escrevendo brilhantemente uma peça que credita Shakespeare como seu verdadeiro criador, intitulada A Fortuna Fundada da Fada, que tece duras críticas a atuação de seres míticos na corte Inglesa.

Uma das coisas de maior impacto na brilhante HQ, são as diferentes artes e os design dos quadros, assim como se seus personagens para apresentar as diferentes tramas presentes no dossiê.

Como forma de permear a história do mundo de A Liga Extraordinária e tornar a colcha de retalhos mais concisa, ambientando melhor os personagens ao contar as muitas formações da Liga Extraordinária.


VEREDITO

Após um extenso e detalhado dossiê, com relatos, estórias, e maravilhas ilustradas, de histórias sobre o passado, somos trazidos para o presente e levados de volta para onde a dupla de espiões tem a intenção de ir a fim de entregar o documento de enorme importância.

As aventuras da dupla de espiões não tão experientes, passarão por muitas dificuldades a fim de garantir que essas informações e as ramificações que esse conhecimento que rodeiam o Dossiê Negro trará a fim de impedir um perigo iminente.

A história de Moore e as artes de O’Neill se mostram complexas e brilhantes, nos dando a sensação de mergulhar cada vez mais fundo na fantástica história do mundo de A Liga Extraordinária. Com cuidado e esmero nos mínimos detalhes, deixando poucas pontas soltas, e respondendo as perguntas deixadas de antigas edições.

Nossa nota

Editora: Devir

Autor: Alan Moore

Arte: Kevin O’Neill

Páginas: 210

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