CRÍTICA – Sou de Virgem (1ª temporada, 2023, Prime Video)

    Sou de Virgem aborda uma história importante, sobre um mundo conhecido, mas ao mesmo tempo fantástico. Enquanto brinca com o gênero de super-heróis, a trama brinca histórias sobre como o capitalismo oprime e como indivíduos negros são vistos e tratados por quase todas as parcelas da sociedade.

    Dirigida por Boots Riley (Desculpe Te Incomodar), a série conta a história do jovem Cootie, um jovem de 4 metros de altura que vive em Oakland. Enquanto cresce escondido, ao atingir a maior idade, Cootie precisa descobrir o mundo por um viés nada fantástico e dolorosamente real.

    SINOPSE

    Cootie cresceu escondido, mas logo vivencia as belezas e as contradições do mundo pela primeira vez. Ele faz amizades, encontra o amor, passa por situações embaraçosas e encontra seu ídolo, um super-herói da vida real chamado O Herói.

    ANÁLISE

    Sou de Virgem

    A série ao longo de seus 7 episódios aborda a história de Cootie de maneira profunda, mas ao mesmo tempo curioso. Com personagens e um incrível elenco de apoio, a série conta com Mike Epps, Carme Ejogo e Walton Goggins, que nos levam por um mundo fantástico, mas terrivelmente conhecido, em que apenas pessoas negras sofrem pelas mãos do impiedoso The Hero.

    Em uma sociedade guiada pelo capital e pelos principais meios de comunicação, o autointitulado “The Hero” manipula as massas com seus quadrinhos e muda toda a percepção do público de acordo com suas intenções escusas. Enquanto faz uma crítica aos sistemas que fazem uma manutenção da sociedade como a conhecemos, a série incomoda, levando os acontecimentos até as últimas consequências.

    Nesta realidade, o papel de “The Hero”, é controlar unilateralmente os indivíduos que o mesmo considera como uma ameaça, sem qualquer juízo de caráter. Colocando nele o papel que as forças policiais tem diante das “ameaças” do nosso mundo, vemos como as coisas são resolvidas, com uso de força desproporcional e o pior que humanidade tem.

    Em contraste com acontecimentos tão mundanos quanto os que testemunhamos na nossa realidade, são super seres. Com habilidades psíquicas, super velocidade e outros gigantes, como Cootie com 4 metros de altura.

    Ao traçar um panorama, a série nos faz perceber o quão próximos estamos da realidade se compararmos os acontecimentos da série com o de nosso mundo. Sendo assim, este mundo nos faz sentir tão oprimidos e amedrontados quanto as populações de regiões periféricas, como os habitantes de Oakland se sentem.

    VEREDITO

    Funcionando como uma clara sátira ao gênero de super-heróis, a série nos lança por um mundo perverso, em que Cootie precisa lutar a fim de ser não o vilão daquele mundo, mas sim o herói de sua própria história.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer da série:

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