Em meio a uma quarentena causada por uma doença que nos remete aos inúmeros filmes de ficção-científica, fui apresentado à Paper Girls, quadrinho que foi o vencedor do Prêmio Eisner em 2016 e do Prêmio Harvey no mesmo ano.
A série roteirizada pelo incrível Brian K. Vaughan, responsável por séries como Saga, Y: The Last Man e Os Leões de Bagdá, nos faz colocar muito em perspectiva. Em 2019, foi anunciado que o quadrinho vai ganhar uma adaptação pela Amazon Prime Video ainda sem data de estreia.
Assim como Stranger Things – a série que foi lançada em 2016 pela Netflix, no mesmo ano que o quadrinho – somos capturados nos primeiros momentos pelo que nos faz lembrar ou imaginar como seria uma viagem de ácido lisérgico, e toda a estética que nos faz sentir tão familiarizado graficamente com o material produzido nos anos 80.
Com uma capa que salta aos olhos, as nossas companheiras de aventura, as jovens Erin, Mac, Tiff e KJ estão em destaque em relação ao fundo, dando a elas um dos tons em maior destaque, assim como elas terão ao longo de todas as páginas.
Com artes de Cliff Chiang e cores de Matt Wilson, a estética e toda a proposta de Paper Girls se faz palpável, nos deixando claramente ambientados às desventuras que as jovens são obrigadas a testemunhar em uma manhã de trabalho – o título do quadrinho, se dá como uma “piada” à profissão das personagens, que são entregadoras de jornais.
Com o progredir da história, percebemos que a capa relativamente simples, se faz eficaz, meramente pelo fato de Matt Wilson decidir colocar nela o que estaria por vir na história – ao colocar de fundo, a estranha cor que o céu está prestes a tomar nos eventos que se desenrolarão diante dos nossos olhos.
Ao folhear rapidamente, nos damos conta da razão do quadrinho receber um Eisner de Melhor Nova Série, que inova ao colocar diante dos olhos de jovens adolescentes eventos que poderão mudar o mundo para sempre.
A rápida leitura e a diagramação dos quadros dinâmicos, dão uma sensação de maior imersão e uma sensação de binge-reading – que é o ato de simplesmente devorar um livro, quadrinho ou qualquer outro material rapidamente, por estar cativado pela leitura do material que está sendo consumido.
Sem revelar os detalhes de enredo de forma alguma, a confusão mental que temos ao nos depararmos com as 10 primeiras páginas, se faz intencional, mas nos prende em todas as curvas que o roteiro faz, nos deixando pasmos e ainda mais motivados a descobrir o que aconteceu ao mundo e às nossas jovens aventureiras.
O quadrinho foi lançado no Brasil pela Devir apenas um ano depois de seu lançamento original nos Estados Unidos e se tornou um fenômeno em terras tupiniquins, assim como em terras estrangeiras.
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