CRÍTICA – Upload (1ª temporada, 2020, Amazon Prime Video)
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    Se você tivesse a possibilidade de viver para sempre dentro de um software que imita a realidade, você aceitaria? Em Upload, nova série da Amazon criada por Greg Daniels (The Office, Parks & Recreation), o paraíso é digital – e o inferno também.

    Na trama, o jovem Nathan Brown (Robbie Amell) sofre um acidente de carro e morre prematuramente. Antes de seu corpo realmente falecer, ele aceita o contrato para que sua mente, memórias e personalidade sejam preservadas no Upload – mais especificamente no complexo luxuoso de Lake View.

    Ao ser drenado para essa nova realidade, Nathan ganha um anjo que o auxilia em tudo o que ele precisa. Nora Antony (Andy Allo) é uma customer success que faz o atendimento de diversos clientes do Upload nos turnos da manhã e da tarde. O sonho de Nora é conseguir uma boa avaliação com o seu serviço e garantir que o seu pai – que está doente – possa ter um plano de desencarnação digital no sistema criado pela empresa Horizon.

    A ideia utópica – que não parece tão utópica assim se pararmos para analisar as criações tecnológicas atuais – funciona perfeitamente na trama. É possível dizer que o seriado é uma mistura de The Good Place com as loucuras de Black Mirror e uma pitada de Jogador Nº1. Esse mix rende boas risadas e episódios leves e divertidos.

    Além dos dois personagens principais que possuem uma ótima química (Andy e Robbie funcionam muito bem juntos), há um mistério envolvendo a causa da morte de Nathan que garante espaço para tramas paralelas. Ingrid (Allegra Edwards), a namorada controladora e claramente sociopata que tomou controle do “Nathan virtual”; Aleesha (Zainab Johnson), a colega de trabalho de Nora; e Fran (Elizabeth Bowen) a detetive boa em charadas, auxiliam no bom andamento do roteiro. 

    CRÍTICA – Upload (1ª temporada, 2020, Amazon Prime Video)

    A trama por si só é um pouco previsível quanto aos seus desdobramentos. Os mistérios não são tão misteriosos assim, mas, ao que parece, a composição do trabalho de Daniels tem o intuito de ser um pouco galhofa em alguns momentos, o que acaba justificando a forma como os acontecimentos são conduzidos.

    A atuação de Amell é uma grata surpresa. O ator – que teria tudo para ser apenas mais um em Hollywood -, consegue transitar entre as nuances impostas pelos diretores, entregando momentos engraçados. Suas cenas são sempre melhores quando acompanhadas de Andy que, disparadamente, é a melhor atriz do elenco. Com um sorriso contagiante e muito carismática, Andy Allo é um achado da produção.

    É curioso como a obsessão humana pela tecnologia e vida eterna pode ser adaptada de diversas maneiras, passando pelo drama, comédia e ação, mas poucos são os produtos de entretenimento que conseguem adaptar essa busca pela imortalidade de uma maneira que realmente possa ser alcançada pela humanidade.

    CRÍTICA – Upload (1ª temporada, 2020, Amazon Prime Video)

    A forma como Upload encontrou de explorar esse fator é bem crível e possível de ser aplicado daqui alguns anos – claro, sem sugar (literalmente) a cabeça de um ser humano para dentro de um software – recriando sua personalidade, jeitos e falas por meio de suas memórias.

    Upload é uma mais uma série divertida e interessante do serviço da Amazon Prime Video e que merece a sua atenção.

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