As Inconcebíveis Aventuras do Super-Incel e os Cabulosos Nerds Tóxicos é a mais nova HQ da editora Skript, lançada em 2020.
ANÁLISE
Incel é um termo em inglês criado nos anos 90 que caracteriza um homem celibatário que culpa os outros, principalmente as mulheres, pelos seus fracassos e frustrações, pois se consideram rejeitados pelos mesmos.
Em As Inconcebíveis Aventuras do Super-Incel e os Cabulosos Nerds Tóxicos, a proposta é mostrar de forma irônica e sagaz o quão ridículos e infantilóides tais pessoas podem ser, uma vez que seus objetivos nada mais são do que apenas fazer barulho e incomodar aos demais.
Ao abordar de forma didática os conceitos básicos de feminismo, lugar de fala, empoderamento e diversidade, a HQ acerta muito bem na sua apresentação.
O quadrinho traz nomes diversos, com várias raças, sexos e gêneros, algo que é extremamente rico e interessante para a nossa leitura.
Os traços são incríveis, apresentando uma riqueza de formas, uma vez que há uma pluralidade de autores.
A temática é forte, pois exemplifica que todos nós podemos cometer erros, contudo, o que diferencia uma pessoa boa de uma ruim é a forma com a qual aprendemos com os nossos erros.
Para dar alguns exemplos de como essa abordagem é inteligente, em uma das histórias um incel gamer ataca uma mulher que está jogando um RPG online, automaticamente seu personagem no jogo se torna uma mulher, fazendo com que o incel seja atacado por outros semelhantes, sofrendo abusos, algo que subverte a perspectiva dele.
A outra é a demonstração da falácia “quem lacra, não lucra” uma vez que filmes como Capitã Marvel, Mulher-Maravilha e Pantera Negra tiveram excelentes bilheterias, assim como The Last of Us parte II que foi um dos jogos mais vendidos de 2020.
A HQ apresenta alguns estudos científicos e traz boas reflexões sobre o comportamento tóxico, algo muito interessante e que enriquece o texto.
VEREDITO
As Inconcebíveis Aventuras do Super-Incel e os Cabulosos Nerds Tóxicos tem uma abordagem forte e necessária ainda mais no momento em que vivemos.
Discutir temas como masculinidade tóxica, privilégio branco, identidade de gênero e misoginia de forma engraçada e ao mesmo tempo crítica torna a leitura obrigatória do quadrinho com seus vários contos.
Editora: Skript
Autor: Guilherme Smee
Páginas: 62
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