O Exorcismo de Emily Rose é um terror de 2005 escrito por Paul Harris Boardman e Scott Derrickson (Doutor Estranho), que também assume a direção. No elenco temos Laura Linney (Ozark), Tom Wilkinson (Batman Begins), Jennifer Carpenter (As Branquelas), Campbell Scott (A Trapaça) e Colm Feore (The Umbrella Academy).
Para escrever o roteiro, Boardman se baseou na história real da alemã Anneliese Michel que, após passar várias semanas sendo submetida a uma série de exorcismos comandados por dois padres de sua paróquia e aprovado por seus pais, foi a óbito em Julho de 1976, aos 23 anos.
Esgotada física, emocional e psicologicamente, a garota faleceu em função de uma inanição. Após o ocorrido, os quatro adultos responsáveis foram levados a julgamento por permitirem que a tragédia acontecesse.
NARRATIVA
Em O Exorcismo de Emily Rose, acompanhamos a história através de duas linhas narrativas. Uma aborda, através de flashbacks, a possessão de Emily, vivida por Jennifer Carpenter, e as tentativas feitas pelo padre Richard Moore, personagem de Tom Wilkinson, de livrar a garota dos demônios.
A outra, ambientada no presente, mostra o julgamento do pároco – o qual é acusado de homicídio, já que a jovem morreu após ele falhar na cerimônia – que é defendido pela advogada Erin Bruner, que por sua vez é vivida pela Laura Linney.
Esta segunda abordagem, que usa as figuras do promotor – que tenta mostrar que Emily era uma menina doente, portadora de uma epilepsia psicótica –, interpretado por Cambell Scott, e da advogada Erin para mostrar os dois pontos de vista do exorcismo, acaba prendendo mais a atenção do espectador do que a primeira.
Dessa forma, apesar dos poucos sustos eficientes presentes nos momentos mais tensos e em que o padre Moore tenta expulsar as forças malignas do corpo da garota, é o drama de tribunal que realmente instiga a atenção. Acompanhar as estratégias dos advogados de defesa e de acusação se torna uma experiência muito interessante ao longo da trama.
ATUAÇÕES
O trabalho de atuação de Laura Linney e Tom Wilkinson é bem contido aqui. A tensão fica mais para os aspectos psicológicos, como a mudança de comportamento da advogada, que no início só pensa na sua carreira e termina o filme sem saber se continua tão agnóstica quanto gostava de dizer antes de começar vivenciar situações sobrenaturais.
Dando vida à personagem-título, Jennifer Carpenter consegue passar mais intensidade, no entanto ela acaba não sendo muito favorecida pelo texto, o que torna o seu esforço pouco proveitoso.
Apesar da utilização de alguns clichês e de não ter tantos sustos tão eficientes como muitos esperam, O Exorcismo de Emily Rose tem um drama de tribunal que vale a pena ser conferido e a cena do exorcismo é decente.
Além disso, a película tem uma direção de fotografia, comandada por Tom Stern, que cria uma atmosfera bastante melancólica logo a partir da primeira cena, a qual cria uma áurea densa e triste que irá se estender por toda a projeção.
3,5 / 5,0
Assista ao trailer do longa (idioma original):
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