Há filmes que nos marcam pelas histórias que possuem e também há filmes que permanecem em nossa memória pelas atuações que fazem parte dele. Perfume de Mulher é o tipo de filme cuja força reside na performance de seu protagonista. Neste caso, o protagonista é Al Pacino, na pele do personagem Frank Slade, que lhe rendeu o seu primeiro Oscar de Melhor Ator.
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SINOPSE
Frank Slade (Al Pacino), um tenente-coronel cego, viaja para Nova Iorque com Charlie Simms (Chris O’Donnell), um jovem acompanhante, com quem resolve ter um final de semana inesquecível antes de morrer. Porém, na viagem ele começa a se interessar pelos problemas do jovem, esquecendo um pouco sua amarga infelicidade.
ANÁLISE
Com um título que sugere apenas o relato da história de uma pessoa que tem um olfato apuradíssimo, Perfume de Mulher vai além e consegue envolver outras discussões como: até que ponto existe ética, autenticidade, amor pelo próximo, maturidade mesmo na pouca idade e quando se está decidido a deixar de viver?
O filme se deixa envolver em valores culturais e sociais; e com certeza é uma aula de ética e cidadania que traz uma reflexão significativa sobre a vida social na escola, no trabalho e em família. A figura de Simms representa a do jovem que tem a personalidade testada pela pouca idade.
O grande chamariz do filme é nitidamente a interpretação de Al Pacino. Um ator sublime que sabe demonstrar angústia, dureza e dor num personagem que escolhe ser ranzinza e incômodo, mas que é impossível de ter raiva ou desgostar devido à uma alma sedenta por viver. A relação com Chris O’Donnell funciona bem, culminando num simulacro de pai e filho adorável de se ver em tela. Martin Brest os conduz muito bem, amparado pela ótima fotografia e a inigualável trilha sonora.
A trilha sonora possui uma composição notável, com uma melodia que auxilia em te colocar dentro do filme, explica e expõe o que está acontecendo com os personagens, pelo que eles podem estar passando e faz com maestria quando se trata do personagem Frank Slade.
VEREDITO
O roteiro, baseado totalmente na versão italiana da comédia homônima (Profumo di Donna, 1974), segue um caminho óbvio até o final, mas focado na sua mensagem sobre a vida e a ética, algo que piorou ainda mais com o tempo, deixando o filme ainda atual. Faltou coragem para o encerramento, é verdade, mas os inúmeros diálogos marcantes e cenas já clássicas provam que Perfume de Mulher é, muito possivelmente, o melhor filme do regular cineasta Martin Brest, que sempre fez bons trabalhos, mas nunca acima e nem abaixo disso.
Um Tira da Pesada (1984) e Encontro Marcado (1998) são símbolos de suas gerações, assim como este seu Perfume de Mulher e a atuação sobrenatural de Al Pacino.
4,5 / 5,0
Assista ao trailer legendado:
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