Bem-vindos à Vizinhança é a mais nova série de suspense de Ryan Murphy em parceria com a Netflix. A série estrelada por Naomi Watts e Bobby Cannavale conta a história da família Brannock, que após se mudar para o subúrbio de Nova York, passa a ser tratada de maneira hostil por seus novos vizinhos, e descobre que sua nova casa possui uma história macabra.
A série de Murphy Murphy faz parte de uma leva de produções que parecem se afastar de sua série hit, American Horror Story que contam histórias mais pés no chão, flertando com o horror e o suspense.
SINOPSE
Dean e Nora Brannock acabaram de comprar a casa dos seus sonhos no subúrbio de Westfield, em Nova Jersey. Mas logo após gastarem todas as suas economias para fechar o negócio, eles percebem que o bairro não é nada acolhedor.
ANÁLISE
Enquanto conta uma trama baseada em uma história real, Ryan Murphy opta por nos apresentar os segredos que uma vizinhança baseada quase que inteiramente na vigilância do outro, principalmente do novo. Com hipocrisias e vivências baseadas quase que inteiramente no que lhes causa incômodos, o criador da série nos choca a todo momento. Tudo isso, enquanto conta uma história pé no chão, ainda que criativa.
O cuidado de Ryan Murphy ao levar seus personagens à uma quase ruptura, ele lança por toda sua trama, dicas de histórias irreais e por caminhos que podem nos soar críveis, mas dolorosos acima de tudo.
Além das atuações de Watson e Cannavale, Mia Farrow, Noma Dumezweni e Margo Martindale dão à trama a seriedade e a urgência que a mesma precisa. Tudo isso enquanto nos deixa tanto paranoicos, como obsessivos, ela nos incentiva a tentar encontrar detalhes em cada uma das sequências arcos que nos indiquem quem é o Vigia que parece disposto a fazer qualquer coisa a fim de nos causar esse incômodo.
Enquanto foge do lugar comum e parece flertar com a constante vigilância, a série flerta com o ilógico, o paranormal, mas acaba por entregar uma das tramas mais pés no chão de Murphy. Baseando sua história na obsessão de seus personagens – sendo ele os Brannocks ou seus vizinhos – somos lançados em uma investigação e testemunhamos o desenrolar dos dias daqueles personagens a partir de uma lente de aumento.
Quando situações escalam, nenhum personagem parece estar salvo, e qualquer um dos vizinhos e os residentes da 657 Boulevard em Westfield podem ser o Vigia e isso não é um spoiler. O trabalho de Murphy sempre foi brincar com as nossas expectativas, nos fazendo entender que o motivo da série fazê-lo é nos dar a noção de que ninguém está a salvo, o terror e o medo podem atingir qualquer indivíduo. O potencial da série é algo absurdo, mas acaba cometendo erros como os de The White Lotus, série da HBOMax que a atriz Jennifer Coolidge também faz parte do elenco.
VEREDITO
Assim como em The White Lotus, acredito que a série falhe ao dar à história uma chance de continuação, deixando diversas linhas narrativas em aberto e não gerando um encerramento para seus personagens. Diferente do que Ryan Murphy fazia ao longo das primeiras temporadas de American Horror Story – com histórias que se iniciavam e se encerravam ao fim das temporadas -, o trabalho que Murphy realiza em Bem-Vindos à Vizinhança se faz anticlimático.
Ainda que o design de produção e os roteiros se façam interessantes, a série opta por apenas flertar com um fim e deixa grandes arcos narrativos em aberto, tornando o primeiro ano da série triste e insosso.
3,0 / 5,0
Confira o trailer de Bem-vindos à Vizinhança:
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