CRÍTICA: “O Escudeiro Valente” é diversão desenfreada em história cativante

    Quando “O Escudeiro Valente“, ou “The Plucky Squire” foi anunciado, muitos jogadores pelo mundo passaram a esperar o dia do lançamento do game. E comigo, não foi diferente. Agradeço a Devolver Digital por ter nos enviado o game antes do lançamento e pela oportunidade de escrever o review de um dos games que eu mais estava ansioso para jogar. Graças à uma variedade enorme de gameplay, acompanhei Pontinho e sua equipe, ou melhor, “Manada” por pouco mais de 8 horas.

    Ao longo da gameplay me senti desafiado com os puzzles, sequências de ação e variedade de jogabilidade contidas na história do cativante Escudeiro.

    Seja por me lançar de cabeça na história, viver por alguns dias dentro e fora do livro no qual a história do game é ambientado, posso dizer que este é brilhante. Desenvolvido pela All Possible Futures e publicado pela Devolver Digital, acompanhamos no game a história de Pontinho, o Escudeiro Valente mistura uma jogabilidade 2D e 3D, enquanto te permite explorar uma história rica em detalhes e referências.

    SINOPSE

    O Escudeiro Valente acompanha a aventura mágica de Pontinho e seus amigos, personagens de um livro de histórias que descobrem um mundo tridimensional fora das páginas de seu livro. Quando o maligno Enfezaldo percebe que é o vilão do livro destinado a perder a batalha contra as forças do bem por toda eternidade, ele expulsa o herói Pontinho de suas páginas e muda a história para sempre.

    ANÁLISE

    Escudeiro

    O Escudeiro Valente gira em torno das aventuras do personagem que dá título ao game, para ser mais específico, o Pontinho. Nosso protagonista é conhecido como o herói da história, o responsável por sempre repelir as forças do mal, representados aqui, pelo Enfezaldo e seus minions. Enquanto nos apresenta diferentes dinâmicas, o game surpreende e se aprofunda em sua história.

    Com a presença de Violeta, Batera e com o auxílio do Barbaluar, o game nos ensina as minúcias dos mundos 2D e 3D. Brincando sempre com elementos de metalinguagem e uma gameplay que se debruça em cima das mecânicas da história de um livro, podemos entrar e sair deste e interagir com o mundo real, tendo auxílio do Barbaluar e da lagarta Coralina.

    Com capítulos muito bem divididos, acompanhamos a história do grupo na tentativa de impedir que Enfezaldo obtenha êxito na sua jornada de assumir o protagonismo e de moldar a realidade a seu bel prazer. No controle do Pontinho, mergulhamos em dinâmicas e elementos de jogabilidade que variam do 2D para o 3D e de volta para o original. Buscando sempre mergulhar e melhorar o mundo a seu redor, Pontinho fará de tudo a fim de impedir que a maldade prevaleça.

    Escudeiro

    Com elementos incríveis de gameplay, referências narrativas e artísticas, acompanhamos aqui um mundo rico de dinâmicas. Com referências a Monet, da Vinci, Yayoi Kusama e muitos outros, o game nos leva em uma jornada por diversos mapas, e a cidade capital deste mundo, Ártia.

    Quando a rainha Croma tem seu reino tomado pelo vilanesco Enfezaldo, cabe ao grupo de heróis lutar contra as forças do vilão a fim de colocá-lo no lugar de onde ele nunca deveria ter saído.

    HABILIDADES, MECÂNICAS E PUZZLES

    Escudeiro

    As habilidades de Pontinho são vastas. Estas podem girar em torno de entrar e sair do mundo 2D e viver o mundo 3D por meio de portais. Nossa interação com o mundo exterior só tornará nossa experiência mais profundas e mais emocionante. Obtendo êxito em uma jornada repleta de aventuras, poderemos utilizar um arco e flecha, lutar boxe e até mesmo

    Com capítulos que mesclam mecânicas únicas que nunca mais serão utilizadas, mergulhamos em aventuras lutando contra criaturas poderosas e outras nem tanto, afinal, como o herói da história, nenhum desafio é páreo para Pontinho.

    Com uma gameplay rica, precisamos ficar sempre entrando e saindo do livro. Seja para obter habilidades para manipulá-lo ou deter as forças de Enfezaldo que insistem em sair do livro. Passando as páginas a fim de encontrar palavras que contam a história e mudando seus significados garantindo assim nossa progressão, podemos avançar – mudando assim, elementos ao simplesmente trocar as palavras.

    Escudeiro

    Sendo rico em mecânicas, o game brinca com metalinguagem ao nos lançar nos mais diversos tipos de jogabilidade. Oferecendo sempre um refresco na gameplay.

    Com puzzles ricos em detalhes, tudo no game pode mudar de acordo com a história do nosso herói que se desenrola diante dos nossos olhos. Com habilidades de Pontinho que nos permitem virar as páginas do livro, fechá-lo, acessar portais e saltar de um para o outro encurtando caminhos e até mesmo retornar às áreas anteriores do game. E é aqui onde tudo fica ainda mais interessante.

    Com puzzles cuja resoluções podem estar nas páginas anteriores, explorar o livro e o mundo dão à história maior profundidade, e assim, o game se torna ainda mais rico. Forçando os jogadores a explorar não apenas as possibilidades dentro daquelas páginas, como de todas as outras, ainda acessíveis.

    Ao passo que entendemos o que a All Possible Futures fez aqui, podemos ver o quão brilhante o game é. Com um enorme esmero na localização, o game é dublado por Mauro Ramos – dublador de Pumba e depois de Shrek após a morte de Bussunda – testemunhamos interessantes e brilhantes dinâmicas, colocando o game na trilha certeira de indicação na temporada de premiações. O game brinca com o coloquialismo verdadeiramente brasileiro, nos dando uma sensação brilhante do cuidado da desenvolvedora.

    Com uma construção rápida da história, algumas das dinâmicas do game podem ser facilmente entendidas e exploradas.

    VEREDITO

    A jornada do game idealizada pelo estúdio ganha diversos tons. Mudando constantemente de gênero, mas sempre mantendo o tom cômico, o game nos tira de um mundo extremamente colorido e nos lança na mais obscura das histórias, tirando quase que completamente a nossa esperança.

    Pontinho é um dos personagens mais divertidos do game. Como um claro personagem silencioso, podemos testemunhar a história mais pelas linhas de diálogo de seus parceiros do que dele. Um dos aspectos mais interessantes do game, vem do fato de como os mundos 2D e 3D se conectam.

    Ao saltar dos livros para o mundo 3D, a história dentro do livro para. Mas ao realizar atividades no mundo real com o livro, é como se tudo se desenrolasse do nada. Sendo assim, ao movimentar um bloco a fim de abrir uma porta, ou destruir algo que atrapalhe nosso caminho, ouvimos dos nossos companheiros apenas um “O bloco simplesmente se moveu.”

    O que é tanto cômico quanto curioso.

    Ver a história que esperei por tanto tempo finalmente se concretizar é me dar conta de que valeu a pena esperar por ele. Com puzzles que incentivam a exploração e uma gameplay dinâmica, fofinha e cheia de coração, O Escudeiro Valente talvez seja o Game of the Year na categoria indie.

    Confesso que ao final do game consegui me recordar da razão de eu me apaixonado pelo mundo dos games no passado.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    O Escudeiro Valente foi lançado para PC, PlayStation, Xbox e Nintendo Switch.

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