Lançado na época pelo recém-formado estúdio Platinum Games, ‘Bayonetta’ chegou às prateleiras e tomou de assalto o mercado dos games no ano de 2009. Lançado originalmente para o PlayStation 3, Xbox 360 e PC, o game tentou replicar o sucesso e o gap deixado pela franquia Devil May Cry, cujo último game havia sido lançado 1 ano antes. Dirigido por Hideki Kamiya, responsável por Resident Evil e Devil May Cry, o game surgiu na época como um refresco aos fãs da franquia DMC, glorioso, dinâmico e divertido.
No controle Bayonetta, a personagem principal, lutaremos contra hordas celestiais enquanto estes tentam levá-la direto ao inferno.
Ao lado de aliados demoníacos, acompanhamos a história de Bayonetta que após acordar de um “sono profundo,” sem memória, se vê em meio a um conflito divino por sua alma.
SINOPSE
Bayonetta. A última sobrevivente de um antigo clã de bruxas que mantém o equilíbrio entre a luz, a escuridão e o caos. Sepultada para proteger a si mesma – e o mundo como o conhecemos – Bayonetta é descoberta e revivida após 500 anos, desencadeando uma cadeia de eventos com repercussões cataclísmicas.
ANÁLISE
Nascida do amor proibido entre as Bruxas Umbra e os Sábios Lumen, a bruxa Bayonetta se vê presa em um conflito que não parece ter fim. Após viverem em paz por muitos séculos, os dois grupos entram em uma guerra que mudou para sempre como os humanos entendiam os dois grupos. Após saírem vitoriosas do combate, as Bruxas Umbras passaram a ser caçadas pela humanidade.
Quando ambos os clãs são completamente erradicados, Bayonetta é a última de seu tipo. Depois de acordar de um “sono” de 500 anos, após ser lançada em um caixão no fundo de um lago, a jovem bruxa desperta e junto do seu parceiro demoníaco Rodin e um informante, passa os 20 anos seguinte se dedicando a dar fim a todos os seres angelicais.
Em uma sequência de atos muito bem divididos, a loucura de um hack’n slash é mostrada da forma como deve ser: com ação incessante e combates profundamente focados em combos, e golpes “estilosos”. Equipada de suas quatro pistolas – uma em cada mão e uma em cada pé -, seus pés e punhos, Bayonetta precisará derrotar hordas celestiais que tem como intuito levá-la ao inferno e roubar dela uma joia única.
Os “Olhos do Mundo” são um artefato raro e de poder inigualável neste universo. Possuindo o olho esquerdo, Bayonetta fará tudo ao seu alcance para impedir que uma força quase que imparável consiga completar o conjunto, tomando para si sua joia.
COMBATE, HISTÓRIA, VISUAL E MARCO DA INDÚSTRIA
O combate rápido de Bayonetta nos leva por uma aventura repleta de minúcias. Minúcias essas em que os combos precisam ser conectados para que façam sentido no combate contra nossos inimigos. Com inimigos que variam de tamanho, deixando de ser os anjos comuns dos primeiros capítulos, se tornando enormes criaturas e até mesmo dragões gigantescos, o combate de Bayonetta precisa ser focado na sobrevivência, pois admito, não será fácil.
Com uma história rica que brinca muito com o divino e o profano, o game nos coloca no controle de uma bruxa cujo poder é retirado do inferno. Com anjos no nosso encalço a todo o tempo, testemunhamos aqui, que o mundo não é preto e branco. Conforme a história ganha profundidade, descobrimos sobre o passado de Bayonetta e o verdadeiro motivo do conflito entre as Bruxas Umbra e os Sábios Lumen.
Ou seja, por ser quem ela é, Bayonetta é caçada. Por isso, maior parte do fandom da personagem é LGBTQIAP+. Os fãs viram na personagem um tipo de representatividade que não era visto em nenhum outro personagem da época. Sendo assim, mesmo apesar de toda a maneira como a personagem é sexualizada acabou por nunca ser um ponto. Lançados em uma aventura rica com elementos até góticos, viajamos por entre o divino e o profano. Mas não da maneira como imaginamos.
Bayonetta enriquece o mundo por seu visual repleto de terrores vindo de um lugar completamente inesperado. Ao brincar com elementos como anjos biblicamente acurados e toda a estética construída em cima de elementos ligados ao divino – como adornos dourados e coroas brilhantes -, testemunhamos o quão perigosa essa construção pode ser. Pois apesar de claro e limpo, isto é na verdade tão ou mais temível que os seres vindos do inferno (onde adentramos algumas vezes no game).
Brincando com todas as mitologias possíveis, Bayonetta se faz feliz em todas suas escolhas criativas e narrativas. Optando por deixar o escopo do game em um lugar mais reduzido, ele se faz feliz e recompensador, não falhando em criar narrativas tão megalomaníacas.
Sendo um marco para a franquia, Bayonetta foi a origem da bruxa mais charmosa do mundo dos games. Tendo tido 4 games que contam a história de Bayonetta, sendo os três primeiros da linha narrativa principal o 4º um spin-off intitulado “Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon.” A franquia é muito feliz por conseguir criar um mundo cômico, divertido e desafiador, a Platinum nos recompensa e desde seus primeiros momentos deixa claro que para obter êxito, você precisará se esforçar.
VEREDITO
Bayonetta me faz lembrar da minha adolescência, quando mergulhei da cabeça na franquia e queria entender a história dela. Mesmo por me enganar por vezes, rever a história da franquia é entender que o game não apenas é um retrato de seu tempo, como uma história de acolhimento e pertencimento. Por viver como opta por viver, ou ser quem é, insistem em punir Bayonetta, caçá-la e ostracizá-la, o que a fez se tornar quem ela é.
Conforme tenta descobrir mais sobre o seu passado e sua memória perdida, Bayonetta vai além do que poderia se lembrar, como até mesmo sua origem. Deixando o passado para ser descoberto com os jogadores ao longo do jogo, uma personagem desmemoriada é sempre a melhor pedida.
Bayonetta é um clássico atemporal que merece ser jogado por todos que não conhecem a franquia. Com diversão desenfreada e um mundo inteiramente novo para se descobrir, será necessário mergulhar de cabeça na história da bruxa mais adorada dos games.
Atualmente, Bayonetta pode ser jogado tanto no PC como no Nintendo Switch.
Você pode conferir todos os games que marcaram época aqui no Jogo Véio.
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