CRÍTICA – A Mulher na Janela (2021, Joe Wright)

    A Mulher na Janela é a adaptação da Netflix para o best-seller homônimo de A.J. Finn. Estrelado por Amy Adams e dirigido por Joe Wright, o longa estreou no streaming em 14 de maio de 2021.

    SINOPSE DE A MULHER NA JANELA

    Uma mulher agorafóbica que mora sozinha em Nova York começa a espionar seus novos vizinhos, apenas para testemunhar um perturbador ato de violência.

    ANÁLISE

    A Mulher na Janela parece ser uma grande homenagem ao clássico A Janela Indiscreta, mas sem admitir que essa é sua intenção. Contando a história de Anna (Amy Adams), uma mulher que não consegue sair de sua casa devido à agorafobia, o longa apresenta uma grande trama de suspense com boas doses de drama.

    Por não conseguir sair de sua casa e passar boa parte dos seus dias bebendo álcool e tomando remédios controlados, Anna é uma narradora não confiável. De sua perspectiva, acompanhamos os acontecimentos na rua onde a personagem vive. Recentemente, a família Russell se mudou para a residência 101, que fica em frente à casa de Anna, e é a partir desse ponto que ela se envolve em uma trama perigosa.

    O elenco de A Mulher na Janela possui vários atores famosos. Além de Amy Adams, a produção conta com Gary Oldman, Julianne Moore, Brian Tyree Henry, Wyatt Russell e Anthony Mackie. Um casting de peso para uma trama que não parece fazer grande sentido.

    O longa, que passou por refilmagens após ser apresentado em sessões de teste, parece um emaranhado de ideias que dura bem mais do que a real duração, de 1 hora e 40 minutos. Quando os créditos sobem ao final da exibição, é impressionante relembrar a quantidade de acontecimentos que o roteiro de Tracy Letts conseguiu costurar em tão pouco tempo.

    As aparições de Gary Oldman e dos personagens coadjuvantes parecem não encaixar no que a história está tentando construir. Os primeiros 30 minutos de filme trabalham para pavimentar um bom caminho para o suspense. Porém, após o previsível primeiro plot twist, toda a história começa a desmoronar.

    A montagem das cenas fica cada vez mais confusa, assim como as passagens de tempo. Mesmo que essa seja a intenção – devido à condição de Anna – as explicações absurdas parecem sair do controle.

    Amy Adams faz o que pode com os monólogos que recebe. Julianne Moore, Brian Tyree Henry e Wyatt Russell conseguem aproveitar de seu pouco tempo de tela, ao passo que Oldman parece significativamente deslocado, o que é estranho para um ator tão renomado. Provavelmente sua participação tenha sido, em parte, decepada na sala de edição.

    CRÍTICA – A Mulher na Janela (2021, Joe Wright)

    Infelizmente as reviravoltas de A Mulher na Janela não são interessantes em tela como, talvez, sejam no livro. Eu não tive contato com o material base, mas imagino que as situações tenham mais coerência e força no papel. Ao término da experiência, o que mais surpreende é saber que esse elenco grandioso topou embarcar nesse projeto.

    VEREDITO

    A Mulher na Janela tem aquele clima de suspense dos anos 2000 que você sabe que vai ter um final incoerente, mas que te deixa em dúvida se os realizadores terão coragem de ir até o fim em suas decisões. É aquele famoso ditado de “só acredito vendo”.

    Com uma série de escolhas duvidosas em sua narrativa, o ponto alto do longa está em seu elenco estelar. Ao tentar emular a estética e atmosfera da obra de Hitchcock, o filme acaba se perdendo em seu próprio tom.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

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