CRÍTICA – O Destino de Uma Nação (2017, Joe Wright)

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O Destino de uma Nação traz Winston Churchill (Gary Oldman) tendo que assumir o cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, ainda no começo da Segunda Guerra Mundial. Dirigido por Joe Wright, o longa conta com um elenco formado por Lily JamesBen MendelsohnStephen DillaneKristin Scott Thomas e Ronald Pickup.

O início mostra o parlamento inglês e seus líderes em uma árdua discussão, exigindo a renúncia do até então primeiro-ministro Neville Chamberlain (Ronald Pickup), devido sua pacificidade em relação às derrotas que o país estava sofrendo para os nazistas e seus aliados.

O momento histórico retratado aqui é o mesmo visto em Dunkirk, de Christopher Nolan. Só que em vez de ir para o fronte, o filme foca nos “bastidores”, mostrando um conflito político entre os parlamentares britânicos e como as decisões tomadas influenciam no campo de batalha.

Desde o início, O Destino de uma Nação já deixa claro a preferência por engrandecer o protagonista e o ator que o interpreta, mais do que se prender aos fatos e contar como realmente aconteceram. Então, a nova produção de Joe Wright acaba virando um palco para Gary Oldman mostrar todo o seu talento e brilhar intensamente.

Churchill de Oldman não é só visualmente incrível, a performance do ator faz jus a indicação ao Oscar. Ele está imerso na psiquê do personagem, retratando todos os seus exageros, impulsividades, como é ter que lidar com a desconfiança de todos e ainda assim tomar decisões que põe em risco milhares e milhares de pessoas todos os dias. Um fardo extremamente pesado para uma pessoa suportar sozinha. A soma de todos esses fatores mais os momentos privados com sua esposa Clementine (Kristin Scott Thomas) gera uma visão mais humana sobre o hábil estrategista de guerra.

Lily James vive Elizabeth Layton, uma personagem criada para funcionar como os olhos do povo em meio à crise daquele período. Ela também contribui para a humanização do protagonista, devido a ótima interação que tem com Oldman.

A cinematografia é espetacular e trabalha em prol da narrativa. O diretor de fotografia usa o contraste de luz e sombra para retratar os momentos críticos daquela época e aumentar a dramaticidade das decisões tomadas, sendo uma representação literal do título original Darkest Hour (A Hora mais Escura, em tradução livre). Quando algo não saía como esperado, a iluminação retratava isso afundando o personagem na escuridão. Enquanto no momento em que ele toma a decisão que vai vir a mudar o curso da guerra, essa mesma escuridão se torna cada vez menor.

Em um determinado momento, Churchill precisa fazer um discurso no rádio para comunicar o povo sobre uma derrota. A luz vermelha da sala de gravação toma conta do ambiente para retratar o sentimento de fúria em suas palavras, a morte e os horrores da guerra, sendo vista novamente no impactante olhar de um soldado morto.

A fotografia também é engenhosamente usada com tomadas aéreas para mostrar como esses líderes, que decidem o rumo da guerra, veem o campo de batalha e as consequências de seus atos.

É comum ver a romantização dos fatos em produções históricas, aqui também não é diferente. Dentre as diversas liberdades tomadas pelo roteirista Anthony McCarten para adicionar dramaticidade, destaca-se uma cena completamente constrangedora de Churchill com o povo que fica desconexa do resto da trama. A justificativa para tal feito é forçada e incoerente com o que foi apresentado até esse ponto.

O Destino de uma Nação acaba jogando fora uma grande oportunidade ao escolher focar em apenas um personagem e não na história em si. Provavelmente essa decisão deve render, merecidamente, a estatueta de Melhor Ator para Gary Oldman, mas ao custo de saber que poderia ter sido muito mais sem soar pretensioso.

Avaliação: Bom

Confira o trailer do filme:

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O filme teve sua estreia no dia 11 de Janeiro, e é um dos favoritos do Oscar 2018. Você já assistiu ao filme? Deixe seu comentário e marque aquele seu amigo que não pode perder esse filme e nos acompanhe nas redes sociais para mais novidades:

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