CRÍTICA – O Pintassilgo (2019, John Crowley)

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CRÍTICA - O Pintassilgo (2019, John Crowley)

Bom elenco e uma história interessante seriam bons elementos para um longa de qualidade nas telonas. O Pintassilgo, filme de John Crowley, adaptado de uma obra literária homônima, escrita pela autora Donna Tartt conta a história de Theodore Decker (Oakes Fegley/Ansel Elgort), um garoto que perdeu a mãe num atentado terrorista em uma galeria de arte de Nova Iorque. Depois de adulto, o protagonista acaba ingressando em uma carreira de vendedor de arte, falsificando as peças. Com essa premissa, o filme poderia ter qualidade, mas o excesso de histórias paralelas, flashbacks e uma confusão narrativa fazem dele um fracasso.

A história inicia de forma linear, mostrando os acontecimentos pós-trauma de Theodore: o acolhimento, os problemas relacionados ao evento na cabeça dele e a forma com a qual ele lida com o luto, mostrando suas interações com a nova família e com outros personagens da trama, como a menina Pippa (Aimeé Laurence/Ashleigh Cummings), interesse amoroso e também uma das sobreviventes do ataque. As virtudes estão todas ali e o processo é natural, o primeiro ato funciona e vai nos mostrando um pouco do que está por vir, com um desenvolvimento bem construído.

A partir do segundo ato, o filme descamba completamente, apostando em duas linhas do tempo: a do passado e do presente, desenvolvendo ainda mais o personagem depois de sua mudança repentina para Las Vegas com seu pai abusivo, Larry Decker, interpretado por Luke Wilson de forma boa, mesmo que rasa e sua nova mãe adotiva, Xandra, vivida pela talentosa Sarah Paulson que entrega uma personagem caricata, divertida e repugnante em alguns momentos, mérito total da atriz. Aliás, temos que fazer um destaque do núcleo adolescente desse arco: Finn Wolfhard! Esse garoto é um dos grandes atores dessa nova geração! Interpretando o amigo problemático de Theo, Boris mostra todo o seu valor com uma atuação irreverente e perturbada, com um sotaque carregado e excelentes cenas, sem dúvidas Boris é o que há de melhor no longa.



No quesito de atuações, os outros três destaques são Nicole Kidman, Jeffrey Wright e a versão adulta do personagem de Boris, vivido por Aneurin Barnard que consegue manter a essência do amigo maluco com os mesmos traços de Finn Wolfhard.

O terceiro ato é focado numa ação desenfreada e pressa para acabar de uma vez a história. O longo desenvolvimento do segundo ato prejudica demais o final, tornando o filme cansativo em muitos momentos e apressado em sua conclusão. O Pintassilgo tinha tudo para ser uma boa obra, entretanto, peca demais em equívocos narrativos, o fazendo ser dispensável por culpa de um roteiro sem inspiração.

Nossa nota


Assista o trailer legendado abaixo:

O Pintassilgo estreia nesta quinta-feira, 10 de Outubro nos cinemas de todo o Brasil. Conta pra gente nos comentários o que você espera do filme. E se você já assistiu, deixe sua avaliação!

Nota do público
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