CRÍTICA – Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano (2021, Alan Taylor)

    Família Soprano é uma das melhores séries já feitas. Suas 21 estatuetas do Emmy e os cinco Globos de Ouro, entre outros prêmios, apenas confirmam isso. Esse drama criminal contou com seis temporadas em que acompanhamos Tony Soprano (James Gandolfini), um ítalo-americano membro de uma família de criminosos e que se torna o chefe da máfia em Nova Jersey, em suas visitas ao divã, já que sofre ataques de pânico motivados pelos problemas que enfrenta no trabalho e em casa com sua família.

    Depois de 14 anos do fim da série, é lançado Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano (The Many Saints of Newark), seriado que se passa no período da infância do protagonista da série, Tony Soprano. O foco, porém, é em Dickie Moltisanti, padrinho de Tony e um dos principais nomes da família de mafiosos de Nova Jersey.

    SINOPSE DE OS MUITOS SANTOS DE NEWARK

    O jovem Anthony Soprano (Michael Gandolfini) foi criado em uma das mais tumultuadas épocas da história de Newark, tornando-se um homem justamente quando gângsteres rivais começam a se erguer e desafiar o domínio da soberana família criminosa, os DiMeo, sobre a cidade cada vez mais racialmente dividida. Apanhado nos tempos de mudança está o tio que ele idolatra, Dickie Moltisanti (Alessandro Nivola), que luta para manter as responsabilidades profissionais e pessoais – e cuja influência sobre o sobrinho ajudará a transformar o impressionável adolescente no chefe da máfia todo-poderoso que mais tarde conheceremos: Tony Soprano.

    ANÁLISE

    A obra de Alan Taylor (O Exterminador do Futuro: Gênesis) fez ainda mais que isso, preenchendo a narrativa com alguns fan services para refrescar e confortar seu público fiel saudoso da série.

    Através de Michael Gandolfini conseguimos notar os primeiros traços de vulnerabilidade vistos na performance de seu pai, especialmente em alguns momentos chave da série de televisão, como quando não conseguiu conter as lágrimas ao lembrar dos patinhos que cuidou, e um dia resolveram voar para longe, abandonando o chefão da máfia.

    Temos aqui uma Vera Farmiga ligeiramente irreconhecível, pois está perdida em seu papel aqui. Ela é uma atriz brilhante, mas o roteiro não dá à sua personagem nenhuma cena verdadeiramente convincente. Além da cena em que ela questiona o progresso acadêmico de Tony, o resto de suas sequências não são verdadeiramente memoráveis, ​​e a atriz não tem culpa. É um problema de escrita que afasta um pouco os espectadores do resto do filme, que é mais direto.

    O que eleva as cenas do filme é o jovem do Tony com a atuação de Michael Gandolfini, que é surpreendente. Ele não imita o pai, não faz uma mera caricatura, mas consegue trazer de volta o Tony Soprano de uma forma que ainda não tínhamos visto, mais leve e vulnerável. O filme realmente parece ser o início de uma promissora carreira para o ator.

    Os Muitos Santos de Newark é a nova história da Família Soprano, lançada na HBO Max Brasil em 5 de novembro de 2021. Confira nossa análise!

    Existem algumas cenas intensas no final. Uma sequência particular ambientada em uma praia é totalmente absorvente, com o público questionando a capacidade de Dickie de aceitar uma revelação chave na trama sobre o personagem Giuseppina. Também há momentos mais leves, como quando Tony se envolve no sequestro de um caminhão do Mister Softee.

    Por consequência, o desfecho do filme e o paralelo que Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano tenta fazer entre as três figuras – Dickie, Tony e Chris – não atinge de maneira poderosa como deveria. Apesar disso, o encerramento até traz uma surpresa que modifica nosso entendimento sobre um personagem-chave da série.

    E também é preciso ressaltar a atuação poderosa de Alessandro Nivola. Assim como Gandolfini nas suas cenas, Nivola é o centro poderoso do filme sempre que aparece. Ele o domina, e o seu retrato de Dickie é sempre verdadeiro. No fim das contas, o longa é elevado por essas duas atuações.

    VEREDITO

    Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano chega com uma carga de pressão em representar o prelúdio de uma das maiores séries televisivas de todos os tempos.

    Estética e personagens da narrativa foram bem representados e tem coerência com o universo. Porém, é possível notar que era necessário mais tempo para desenvolver todas as histórias que queria contar e explorar o contexto histórico no qual se passa. É possível notar que Alan Taylor dirige uma obra onde não encontra o ponto certo para contar a sua história.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Os Muitos Santos de Newark: Uma História Soprano

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