CRÍTICA – Planeta dos Macacos: A Guerra (2017, Matt Reeves)

    A nova franquia de Planeta dos Macacos, teve seu início em 2011 com Planeta dos Macacos: A Origem, dirigido por Rupert Wyatt, onde fomos apresentados a César (Andy Serkis), um chimpanzé com uma inteligência superior que acaba liderando uma rebelião contra os humanos em busca de liberdade.

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    Já em 2014, a continuação Planeta do Macacos: O Confronto, dirigido dessa vez por Matt Reeves, se passa dez anos após a conquista da liberdade e César lidera uma nação de macacos geneticamente evoluídos, que está sendo ameaçada por um grupo de humanos, liderados por Dreyfus (Garry Oldman), sobrevivente do vírus mortal originado no primeiro longa.

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    Destaque para a excelente atuação de Toby Kebbel como Koba.

    Resultado de imagem para Toby Kebbell como Koba

    Agora, em 3 de agosto de 2017, temos a conclusão da trilogia com Planeta dos Macacos: A Guerra, novamente com a direção de Reeves, onde César e seu grupo são forçados a entrar em guerra contra um exército de soldados liderados por um impiedoso coronel (Woody Harrelson). Depois que vários macacos perdem suas vidas no conflito, César lutará contra seus instintos e partirá em busca de vingança. Nessa jornada, o futuro do planeta poderá estar em jogo.

    E para quem já assistiu os filmes anteriores, certamente esperou três coisas:

    1) Exatamente o que diz o título

    Em ambos os casos anteriores tivemos uma ótima entrega nesses três quesitos. Ao que diz respeito ao título, em A Origem entendemos com clareza como os macacos tornam-se inteligentes e como a gripe símia se tornou uma pandemia ao redor do globo. Já em O Confronto, vemosCésar tendo que lidar com duas formas de confronto: seus inimigos e seus valores. E Matt Reeves conseguiu fazer uma bela sequência, superando seu antecessor; raridade no cinema. Por outro lado, em A Guerra começamos exatamente como esperamos e descobrimos que já durava dois anos a carga final da humanidade na guerra contra os macacos, lideradas pelo Coronel, um militar fanático. Porém o ritmo cai para dar espaço a jornada do protagonista e a tão aguardada guerra acaba sendo deixada para o terceiro ato, que nos surpreende ao não ser contra quem esperávamos e por trazer cenas mal produzidas e desconexas – há momentos em que parece não haver um exército inimigo no campo de batalha – o que pode frustrar os que colocaram grandes expectativas no filme com base no título.

    2) Carga dramática

    Talvez esta seja a principal característica de Planeta dos Macacos: A Origem e O Confronto, onde desperta no espectador uma ligação emocional com algum personagem (raiva, compaixão, respeito, etc) e faz pensar sobre nossa própria evolução e antropocentrismo. Reflexões que nos fazem torcer contra nossa própria espécie.

    Quem não se arrepiou ao ouvir César gritar sua primeira palavra? E o amor de Will (James Franco) ao perceber que no fim, seu melhor amigo estava finalmente “em casa”?

    No segundo longa conhecemos o significado das verdadeiras amizades, aquelas que tornam-se a família que escolhemos ao sermos apresentados à sociedade criada após os eventos passados e a relação entre CésarMaurice (Karin Konoval), Rocket (Terry Notary), Olhos Azuis (Nick Thurston) e Ash (Larramie Doc Shaw); também desenvolvemos ódio por Koba e fomos tocados pelo respeito mútuo que a narrativa desenvolveu entre Malcom (Jason Clarke) e César, bem como a loucura de Dreyfus.

    Em A Guerra, no “elenco humano” a jovem Amiah Miller que interpreta a inocente Nova, não chegou nem perto das boas experiências vividas nos longas anteriores e seu oposto, o vilão Coronel, vivido por  Harrelson, mostrava-se inexpressivo e sem emoção, sobrando então para Preacher, interpretado por Gabriel Chavarria, que ficou “em cima do muro” e não se decidiu. Assim, toda a carga dramática foi colocada nos ombros do “elenco símio” e Andy Serkis, como sempre passeia pela tela grande ao dar vida a César, não menos atrás estão Maurice,Rocket e os novatos Rex (Ty Olsson) e Macaco Mau (Steve Zahn), que parecem tão verossímeis que nos esquecemos completamente que são atores em cena. Este último, por sinal, tornou-se a grande surpresa do filme. Explico: Ao anunciarem Steve Zahn para Planeta dos Macacos: A Guerra, fiquei preocupado com a inclusão de um ator de comédia em um filme que era prometido como “a caminhada mítica de César para cimentar sua posição de Messias dos símios”, mas Zahn conseguiu ser o alívio cômico perfeito, dando leveza ao intercalar cenas divertidas enquanto César seguia em sua via crucis. Fazendo com que as duas horas e vinte minutos não se tornassem cansativas.

    Já que citamos a via crucis de César, se analisarmos bem, ela vem desde o primeiro longa; e em Planeta dos Macacos: A Guerra ela é de longe a parte mais dolorosa. Consequentemente nosso querido protagonista evoluiu ainda mais com o passar dos anos; percebemos isso em sua pronúncia mais humanizada, em sua forma de caminhar – mais ereto e com ombros firmes, com postura de quem carrega a responsabilidade de uma sociedade inteira – e principalmente em sua forma de pensar. Além de fantasmas do passado que o assombram por ainda não ter atingido seu propósito: dar uma vida de paz e segurança para sua espécie.

    3) Capturas de movimento

    O avanço da tecnologia de captura de performance nos traz a sensação de veracidade nos macacos que vemos, é uma sensação de familiaridade, mas ao mesmo tempo, de algo novo. Parece ainda mais real. É como se pudéssemos ver as expressões dos atores nos rostos dos símios. Tudo parece ser crível. Desde um macaco falar até um gorila de aproximadamente 200kg montado em um cavalo.

    ALERTA DE SPOILER!

    Fui ao cinema com a certeza que seria o fim da jornada do nosso herói símio e que veria a morte de César. Estava preparado com caixa de lenços de papel para o fim do filme, mas apesar da cena ser bonita e singela, não comoveu. Uma pena.

    FIM DO SPOILER!

    Confira o trailer:

    Planeta dos Macacos: A Guerra não é um filme de “tiro, porrada e bomba”, ok, um pouco, mas é principalmente sobre a longa caminhada de um líder que busca um lar para sua espécie, paz para seus conflitos internos e a preservação da “humanidade” (para humanos e símios).

     

     

    Avaliação: Razoável

    O que você espera do terceiro episódio da saga de César? Planeta dos Macacos: A Guerra será lançado no dia 3 de agosto de 2017. Deixe seu comentário e nos acompanhe nas redes sociais para mais novidades:

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