CRÍTICA – Zona de Combate (2021, Mikael Håfström)

    Zona de Combate é a mais nova produção da Netflix, que está no Top 10, com roteiro e direção de Mikael Håfström, mistura ação e ficção científica.

    SINOPSE

    A trama do filme se passa em um futuro breve, em que o Tenente Harp (Damson Idris), um piloto de drone desobedece uma ordem direta de seu superior e recebe a ordem de procurar o Capitão Leo (Anthony Mackie), e logo percebe que terá que enfrentar uma missão de campo.

    ANÁLISE

    Que a tecnologia está evoluindo com bastante rapidez não é nenhuma novidade, e que isso será usado cada vez mais nas forças armadas dos países que tiverem mais poder aquisitivo, também não é.

    É esta a premissa do filme, apresentar um futuro breve em que o governo dos Estados Unidos utiliza robôs de combates – chamados de Gumps – e drones como armas.

    Zona de Combate apresenta uma boa qualidade em seus efeitos visuais, seja nas cenas de conflito armado, quanto na mecânica dos robôs – destaque para os momentos em que vemos o verdadeiro Capitão Leo como um robô de guerra.

    Mais conhecido por interpretar o personagem Sam Wilson nas produções da Marvel Studios, a boa atuação de Anthony Mackie não é o suficiente para entregar um longa impactante.

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    Há uma inconsistência no roteiro quando fala que o androide foi projetado com a aparência de um homem negro para causar neutralidade, porém, o filme se passa no leste europeu, onde sua população é formada por etnicidade branca eslava. Afinal, como que soldados negros americanos podem causar neutralidade em um local assim?

    Em nenhum momento Zona de Combate abre uma discussão ou reflexão sobre raças, apenas “joga” esse diálogo sem se aprofundar em sua complexidade. E se o objetivo foi criar uma discussão sobre racismo ou criar espaço sobre diversidade, há aqui um grande erro, já que no próprio corpo de soldados americanos há poucos negros, mais precisamente apenas o Capitão Leo e o novato em campo, Tenente Harp.

    Infelizmente, a superficial abordagem racial não é o único problema; além da confusa forma de apresentar o Paradoxo da Linha de Comando e não se aprofundar nas Três Leis da Robótica de Isaac Asimov, faltaram cenas de ação que me prendesse ao filme.

    Quando pensamos em filmes de ação, temos em mente diversas cenas que nos fez perder o fôlego, aquela tensão que nos faz ficar do outro lado da tela gritando: “Atira, Atira logo!“, “Corre, corre, corre!“, “desarma logo a bomba!“.

    Em Zona de Guerra faltou a “arma” principal que nos faz procurar por esse gênero de filme.

    VEREDITO

    O longa de Mikael Håfström infelizmente peca em não se aprofundar no tema racial e não possui cenas impactantes como um bom filme de ação deve ter; com cenas curtas e muitos cortes, tornam-se sem apelo emocional e dão a impressão de terem sido pouco trabalhadas, transformando-o em um verdadeiro Gump.

    Enquanto assistia Zona de Combate, fiquei com bastante sono e quando um filme de ação causa sono é porque algo está muito errado.

    Nossa nota

    2,5 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

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