James Wan é um dos novos Midas de Hollywood. Todas as produções nas quais faz parte acabam dando bons lucros, tornando o diretor um dos queridinhos dos grandes estúdios. Desde Jogos Mortais nos mostrou que conhece bem do riscado, criando atmosferas tensas e usando do suspense com maestria em seus filmes e em Invocação do Mal 2 não é diferente.
Após alguns anos no marasmo, com obras ruins e mesmice no gênero de terror, Invocação do Mal nos foi apresentado em 2013 como uma aposta de renovação e acabou se consolidando, o que facilmente garantiu uma continuação.
Com grande elenco, boas atuações e uma história bem amarrada, sem sustos baratos e jump scares gratuitos no decorrer das cenas, Invocação do Mal 2 traz uma produção que vai além dos filmes comuns, desenvolvendo seus personagens principais: o casal Ed e Lorraine Warren, interpretados mais uma vez aqui por Patrick Wilson e Vera Farmiga de forma bem estruturada. A atriz rouba a cena com excelentes momentos e atuação impecável e o ator carismático e eficiente nos entrega um protagonista que tem um pouco dos clichês do mocinho, mas que também convence muito no seu papel como bom pai e marido.
O segundo filme da franquia se passa seis anos após o primeiro Invocação do Mal. Uma família londrina, formada por uma mãe solteira e seus quatro filhos começa a ser assombrada pelo falecido dono da casa, Bill Wilkins – interpretado por Bob Adrian -, um idoso amargurado que protege seus domínios mesmo depois de morto. Em paralelo a isso, Lorraine começa a ter visões da morte do esposo, ficando com anseio de que aconteça o pior.
Vemos no longa de James Wan alguns aspectos semelhantes ao longa anterior: uma família disfuncional, de classe média-baixa, com uma mãe recém divorciada, sustentando seus filhos do jeito que pode, em um emprego simples. As crianças, por sua vez, muito unidas e afetadas pelo término e vivência sem uma figura paterna que as proteja, mostrando as fragilidades de cada um.
O grande acerto de Invocação do Mal 2 é justamente a interação de Ed com esse núcleo, pois ele representa a figura que nenhum dos membros jamais teve, um pai/marido amoroso e que está lá para protegê-los do mal que os assombra, sem demonstrar medo diante de um ser maligno.
Vera Farmiga dá um show à parte como Lorraine, mostrando toda a sua preocupação do medo da perda, assim como a força de uma mulher destemida que enfrenta toda a perversidade dos fantasmas e demônios, sendo a alma da franquia.
Outro destaque em relação à atuação é a jovem Madison Wolfe como Janet Hodgson. A menina consegue nos passar todo o medo e angústia da personagem que sofre possessão por ser considerada o elo mais fraco da família.
Outro grande ponto fortíssimo são os monstros do “Invocaverso”. Nesse aspecto, somos apresentados ao Homem Torto e a freira Valak, grande e assustador destaque que recebeu um spin-off denominado A Freira em 2018. James Wan usa diversos efeitos práticos e maquiagens extremamente realistas para seus personagens aterrorizantes. O espectador pode dar pulos e levar diversos sustos com as técnicas já conhecidas do diretor: aumento da trilha, plano sequência e construção de expectativa; não sabemos de onde o monstro/aparição vem, só sabemos que surgirá em algum momento, nos deixando tensos o tempo todo.
Invocação do Mal 2 é o certamente o melhor da franquia. O filme tem seus erros, mas, numa avaliação geral, seus acertos fazem dele um longa importante no cenário de filmes de terror, oxigenando o gênero.
Confira o trailer legendado:
E você, curte filmes de terror? Aqui no Feededigno temos várias publicações do gênero, inclusive temos um episódio do Martelada só deles, confira:
Martelada #11 | Filmes de Terror e confrontos aleatórios
Já assistiu Invocação do Mal 2? Deixe seus comentários e sua avaliação; e lembre-se de conferir também as indicações anteriores de TBT do Feededigno.