CRÍTICA – A Plague Tale: Innocence (2019, Focus Home Interactive)

    A Idade Média ou Idade das Trevas, foi um dos períodos mais obscuros da humanidade. Pois o povo era assolado por terríveis pestes, guerras e disputas que duravam décadas e grande parte da população se encontrava em meio a diversos conflitos causados pelos mais variados interesses de quem pudesse mudar o curso de nações, como as Cruzadas, e a Santa Inquisição. No texto de hoje, abordaremos A Plague Tale: Innocence. Sendo assim transportados para o século XIV.

    Vale apontar que naquela época, qualquer tipo de ciência – como a medicina – não tinha avanços, causada pela interferência da Igreja Católica, que naquela época tinha como costume, manipular o destino de diversas nações, causando a destruição e queda de outras religiões e culturas muito mais antigas.

    O game distribuído pela Focus Home Interactive e desenvolvido pela Asobo Studios nos joga rapidamente em um mundo dominado pela Peste Negra. E em seu primeiro olhar, já no menu de abertura do game, vemos uma sala tomada por ratos.

    A cena é algo que beira o primitivo, e a escuridão dos ratos domina a sala. Pouco antes de escolhermos qualquer opção para entrar de fato no game e selecionarmos uma opção, vemos os ratos se escondendo rapidamente de uma chama/iluminação que adentra por uma das janelas daquela sala.

    JOGABILIDADE

    Após uma abertura chocante com o menu, somos levados a uma França no que parece ser o outono. Com uma iluminação vermelha, apresentando uma ambientação mais calorosa, em um mundo com esperança. Onde somos apresentados à jovem Amicia, de 15 anos, que caminha tranquilamente pela floresta, nos arredores do seu lar, ao lado de seu pai, Robert a fim de encontrar uma presa que se equiparasse à destreza da nossa protagonista com a funda.

    Nota: Funda é uma arma feita com uma tira de couro onde pode-se lançar projéteis como pedras pequenas. Igual a utilizada por Davi contra Golias.

    Amicia se prova bem capaz nos primeiros minutos de A Plague Tale: Innocence, com uma ambientação e instruções claras acerca do que fazer a cada novo empecilho, tal como uma árvore caída, ou até mesmo o treinamento de acertar frutos da enorme macieira que marca o limite da propriedade dos De Rune.

    Com uma arma diferente das que estamos acostumados no mundo dos games, mas que em combate se provará extremamente útil com o upgrade correto, a funda se mostra versátil, mas não confunda a aparência da arma com algo inútil, ou inofensivo. Com o progredir da história, Amicia usará aquela simples tira de couro para subjugar qualquer um que se colocar entre ela e seus objetivos.



    AMBIENTAÇÃO

    Após um prefácio ligeiramente curto, somos incumbidos de uma missão aterradora. A luz vermelha se esvai, os cenários ganham um tom azul, como se todo o mundo rapidamente se tornasse muito mais do que ela era capaz de compreender, roubando toda esperança dos olhos daquela jovem adolescente de 15 anos, que precisa cuidar de seu irmão Hugo, ainda mais novo que Amicia e que carrega dentro de si o que pode vir a definir o futuro do mundo que estamos para adentrar.

    Com MacGuffins excessivos a princípio, a história de A Plague Tale: Innocence se prova longa o suficiente. Com 16 capítulos bem delineados, aprendemos que a vida de uma jovem nobre e a de seu irmão mais novo podem ir rapidamente por água abaixo. A Asobo Studios, responsável pelo desenvolvimento, se prova extremamente capaz de nos transportar para aquele mundo destruído a cada capítulo, nos transportando para ambientes tão desoladores, quanto belos, nos fazendo sentir como os personagens que controlamos, desesperançosos e perdidos diante de um mundo cruel,  – que em meio a tanta destruição, ainda são capazes de encontrar uma luz de esperança – precisam crescer antes da hora a fim de sobreviver.

    Com uma jogabilidade imersiva, fortemente baseado em RPG e looting, Innocence se mostrará fácil até mesmo na maior dificuldade se você for um louco por exploração, ao coletar itens a fim de melhorar seus equipamentos para uma rápida progressão.

    Vale apontar aqui, que Hugo de Rune, irmão mais novo de Amicia, é um dos deuteragonistas mais incríveis da atual geração de consoles, e uma criança adorável até mesmo quando somos apresentados uma desventura como a dos De Rune que nos remete diretamente às tragédias gregas.

    Se você achava que A Plague Tale: Innocence seria mais um game como outro qualquer; raso e tranquilo, está extremamente enganado. Se prepare para andar por ruas extremamente suja, repleta de ratos, corpos e de soldados da Santa Inquisição. E se esconda. Corra para a tocha mais próxima e jamais deixe de olhar por de cima de seus ombros. Pois a Peste Negra e o Grande Inquisidor não perdoam ninguém.



    Nossa nota

    Vale lembrar que o game recebeu notas altíssimas por grandes veículos, como o Gameblog alcançando a nota 9/10, no Express com 8/10, no Gamespot 8/10, no Windows Central 9/10, Screenrant com a máxima 10/10 e por aí vai.

    Confira o trailer de lançamento do game e conta pra gente nos comentários o que achou dele:

    A Plague Tale: Innocence está disponível para PlayStation 4, Xbox One e PC.

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